COM SABOR A STRAWBERRY
Renasceu 'The Ritz', lendário café-concerto que deu brado na Madeira de outros tempos.
Em várias fases da sua vida, naquelas em que funcionava, já que tem uma história de fecha-reabre-fecha-reabre, a distinta casa chegou a rivalizavar com o grande 'Golden Gate', essa internacionalmente famosa 'esquina do mundo'.
A fina sociedade madeirense frequentadora do requintado 'Ritz' tomava chá nas mesas distribuídas ordenadamente na sala principal e nos balcões interiores, enquanto orquestras de renome nacional contribuiam para o selecto ambiente.
Já não esperávamos ver, depois do que lemos a respeito do consagrado café funchalense, o 'Ritz' em actividade. Mas ei-lo que aí está montado, nas antigas instalações da 'Toyota'. E os meus amigos Chico e Miguel Tavares, este último velho colega de turma naquele inesquecível e endiabrado 3.º ciclo de finais de sessenta, não me levarão a mal se eu disser que prefiro a vida perfumada de café nas instalações do carismático prédio, pertença da Casa Blandy, à lata dos carros em exposição.
Café com morango
Só que há pormenores neste reaparecimento do 'Ritz' a provocar burburinho na barriga de quem se puser a pensar um pouco. Um gostinho a 'strawberry' no café que provoca suspeitas.
O 'Ritz' espalhou, como outros do género, um montão de mesas e cadeiras em cima do empedrado da Manuel Arriaga, atrapalhando mais ainda quem passa e neutralizando a vista para o café propriamente dito, no interior. Depois, dispõe de uma barraca paredes meias com o prédio, ainda não percebemos se para vender poncha, tremoços, gelados ou bilhetes para o Chão da Lagoa. O que resulta, para já, no eclipse de parte dos famosos azulejos mais fotografados da Madeira, na fachada do edifício.
Aquelas tábuas da tasquinha mais umas bananeiras que puseram lá só confundem.
A Câmara do Funchal fechou a Avenida Arriaga justificando a medida com a ideia de tirar espaço à carraria dos aceleras para o devolver aos transeuntes, desse modo incentivando a pessoa a caminhar, mexer os tornozelos.
Vai-se a ver o resultado e a tal avenida está hoje entulhada de esplanadas quase de extremo a extremo, a que se juntam as incontáveis tendas de uma espécie de acampamento árabe em regime de permanência, ora na feira disto, ora na mostra daquilo, ora no certame da FIC (tanto que Jaime Ramos se bateu para um parque de feiras para depois, tendo aquele Tecnopólo na Penteada, mandar armar barraca na baixa!).
O melhor ainda está para vir.
Não é que a cedência do espaço de que falamos para instalação do 'Ritz' beneficou gente envolvida no escandaloso caso 'Strawberry'?! Isso, aquela cegada em que um misterioso operador turístico fazia viajar turistas para a Madeira, cobrando-lhes dinheiro à cabeça, os quais turistas chegavam cá e batiam com o nariz na porta do hotel porque afinal não havia reserva nenhuma.
Como se beneficia o infractor!
Não sei se é a Câmara que anda distraída e colabora com este tipo de expedientes, embora Miguel Albuquerque não seja magistrado para tratar de casos de polícia. Mas que o processo é estranhíssimo, provam-no as conversas que percorrem, não apenas o 'Ritz', como nesta manhã de segunda-feira, mas vários cafés do Funchal.
Porque há eleições em curso no PPD, com gente da edilidade a concorrer, e para evitar que me inventem algum embargo, vou passar o odioso de um comentário mais objectivo ao meu Amigo Filipe Malheiro, que aborda este tema como habitualmente faz, 'sem papas na língua'.
Então, com a devida vénia, transcrevemos do muito concorrido blogue 'Ultraperiferias':
Os previsíveis investimentos da "Strawberry World"
"A Madeira é de facto é uma terra "sui
generis". Provavelmente é por causa disso que está como se está. Não é que
a pessoa que foi responsável na Madeira por uma aldrabice personificada na
Strawberry World, que roubou milhares de euros a clientes - que estão
devidamente identificados - que obrigou clientes estrangeiros a pagar em
duplicado estadias feitas em hotéis na Madeira e clientes madeirenses a terem
que pagar duas vezes estadias reservadas no exterior, além de ter metido o
dinheiro ao bolso, de não dar a cara pelas golpadas, de não dar explicações às
pessoas lesadas e de ninguém mais saber o que anda o Ministério Público a fazer,
o que apurou, que investigação realizou (ou está a realizar), acabou de abrir o
tal "Ritz", na cidade do Funchal, com licença da Câmara Municipal (é preciso ter
lata) para ocupar a via pública com não sei quantas mesas. Só faltava que as
entidades oficiais, à falta de melhor, aceitassem ser cúmplices de uma palhaçada
que seria a inauguração daquele espaço (que o empresário comprou ou alugou, não
posso precisar, a empresários hoteleiros locais ou a um grupo empresarial
estrangeiro com actividade na Madeira). Era o que faltava. Uma particularidade:
o empresário que esteve envolvido na roubalheira da "Strawberry World" não
aparece como dono do "Ritz" já que essa função terá sido passada para a mulher.
Uma pouca vergonha numa terra demasiado tolerante."
Nota - Apelo, Dr. Miguel Albuquerque, à sua proverbial tolerância para este artigo na 'Fénix'. Palavra de munícipe que esta última parte foi o intransigente Filipe a escrever no 'Ultraperiferias', e para o provar aqui transcrevo o link: http://ultraperiferias.blogspot.pt/2012/10/os-previsiveis-investimentos-da.html
As legendas para estas fotos, frescas de hoje, ficam a cargo do Leitor Amigo. |
7 comentários:
Eu prefiro nao comentar, que isso sao negocios do pessoal do JET 7!
Não há bela sem senão! Isto é uma terra que quando se quer dizer "Boa ideia" (a abertura de mais um estabelecimento ao nível do Golden Gate) logo a seguir se vê que há o mau gosto das barraquinhas de arraial e bananeiras envasadas mesmo à frente. Mas pior, por detrás há sempre uns laivos de jogadas mafiosas. Até quando?
P.S.: Não esquecer a agora totalmente entaipada obra do aterro. Longe da vista, longe do coração! Bem haja, Luís Calisto
Cumprimentos, Luís Oliveira
http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=2&ved=0CCsQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.strawberry-world.biz%2Fpdf%2Fcaferitz.pdf&ei=YJh8UPDUGsGq0QXwxYHQAQ&usg=AFQjCNF5eqDI_MbuFBGhllZBrXZY_3kKTw&sig2=jxWlIi5U8jFYF097ffSo9w
apresentação do café em pdf
MFA:quem licenciou esta obra foi o BP.
BP:"cánada"...foi o MFA que licenciou
concordemos ou não com o café é preciso não confundir o mesmo com a agencia de viagens que funcionou o tempo todo sem licença. esta licença seria de responsabilidade de Conceição Estudante e não de miguel Albuquerque . pareçe que LFM anda distraido ou julga que nós andamos. já agora LFM ainda não passou na avenida junto á EEM
Antes o sr. João Paulo do partido do Coelho estava sempre contra o inglês caloteiro dono deste cafe... Agora porque será que até a inauguração 'só para amigos' esta criatura foi??
E porque passa lá as tardes ??? Algo estranho!!!!
Falei há dias com um dos trabalhadores da bem conhecida "strawberry world" e fiquei a conhecer o que realmente se passa por lá.
Tenho pena é dos tristes trabalhadores que tanto trabalharam durante anos, para terem agora salários em atraso enquanto este senhor abre um café no centro do Funchal...
A desculpa deles é não terem dinheiro (o que?). Vão dizer que não tem dinheiro e ao mesmo tempo abrem um café? Se fosse eu já tinha metido um advogado nisso.
Custa-me acreditar que aquela antiga chefe (ou sub-chefe, não me lembro bem) de recepção do tivoli faça parte da administração e esteja envolvida nesta coisa toda. Conheço dum caso onde despediram uma pessoa, que tinha um contrato assinado e para despedi-la disseram que estava a recibos verdes...
Uma vergonha!
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