Delírios da Lusitânia

NÃO SE DEVE CONCEDER UM METRO DE TERRENO A GASPAR!

O ministro das Finanças andou a ouvir as palavras de ordem gritadas nas manifes e depreendeu que a plebe prefere a forca à cadeira eléctrica 

   

As maravilhas financeiras de que estes cavalheiros falam devem referir-se a outro país qualquer, provavelmente o de Alice.

Pedíamos encarecidamente que manietassem Victor Gaspar durante o dia de hoje. Nada. Ele apareceu livremente e à vontade na conferência de imprensa para debitar em primeira mão as novas punições ao povo pagador.

Às três da tarde, na comodidade do sofá, ficámos a ouvir o ministro.

Não percebemos por que razão começou por falar de um país das maravilhas qualquer, cheio de progressos económicos e financeiros, recuperação de competitividade, lugar retomado nos mercados, enfim, uma terra onde todos podem casar e viver felizes para sempre.

...E com tal jeito se pronunciava Gaspar que adormecemos.

 

Só mais tarde, ao visitarmos os jornais on line para sabermos como se tinha portado Victor Gaspar no resto da tarde, apanhámos com uma sobretaxa de IRS de 4% e uma cirúrgica redução do número de escalões do dito imposto.

De maneira que, combinadas, as duas medidas aumentam de 9,8% para 13,2% a taxa média efectiva do IRS, cerca de meio salário a cada criatura.

Foi a solução encontrada pela tripla Passos/Gaspar/Ângelo Correia para fazer desintegrar a TSU - não era isso que o povo exigia?

 

Uma boa notícia, no meio da sentença de morte: o desemprego aumentará mais ainda no país.

Cansado de trabalhar para receber uma miséria está o povo.

 

Os portugueses do continente sentem-se aflitos com o novo pacote de patifarias ao seu bolso? Imaginem então como não estaremos nós aqui na Madeira, onde a crise assume níveis triplos, dadas as dívidas que o desgoverno regional escondeu tantos anos para quem viesse atrás pagar!... 

 

Ah, e para que haja democracia adulta e não fiquem uns a rir dos outros em Portugal, todos pagarão a factura: trabalhadores dependentes e independentes, pensionistas, proprietários com casas arrendadas, tudo.

O ministro não falou no cão, no gato nem sequer no papagaio, o que já não é mau.
Pois, nem todos estão tristes. O PPD nacional já reagiu com elogios à nova carnificina fiscal.