MOSQUITO AEDES AEGYPTI: SEM ALARMISMO, MAS COM MIL CUIDADOS
A confirmação do dengue na Madeira preocupa não apenas os insulares, mas também quantos, no Continente, estão conscientes da urgência em montar nesta Região Autónoma defesas contra tal ameaça.
- Está em marcha um desastre de dimensão incalculável?
- É útil escamotear a catástrofe?
- Vêm aí casos de dengue hemorrágico?
- Estão a ser observadas as recomendações sem as quais não escaparemos a um surto em forma?
Apresentamos a seguir um texto de extrema oportunidade para os que na Madeira tratam da matéria em apreço.
Não se trata de criar alarmismo, mas sim de tentar evitar que seja preciso fazer soar o alarme.
O mundo precisa de saber que na Madeira houve reacção consistente à invasão do terrível aedes.
O texto surge plasmado na plataforma AMBIO, da Universidade de Évora. Reproduzimo-lo com a devida autorização do autor.
Em Setembro estive na Madeira num extraordinário encontro de especialistas em flora macaronésica. Para surpresa de todos, enquanto debicávamos uns bolos secos pela tardinha, quando o cérebro está feito em água de tanta informação, fomos recebidos por enxames agressivos de mosquitos. Alguns dos encontristas puseram-se como cristos, tantas foram as picadas (e as reações às picadas) que necessitaram de tratamento médico. A estranheza geral foi satisfeita quando alguém explicou que se tratava do recém chegado Aedes aegypti, o transmissor do dengue e da febre-amarela (e de outras doenças bem explicadas pela net). Na década de 1850 a febre-amarela, pela mão do A. aegypti, visitou Portugal continental e cobrou a vida de milhares. Entretanto, não sei o porquê, para nossa sorte, extinguiu-se.
No ano passado, creio que vi o Aedes albopictus (mosquito-tigre) numa estância turística a sul de Lisboa, um transmissor das mesmas doenças do A. aegypti. Não sou entomologista, posso estar enganado, mas dá para desconfiar porque, além de já ter sido detetado na vizinha Espanha, voava e picava de dia, e tinha no dorso umas curiosas manchas brancas, muito características.
Conclusão:
Está em marcha um desastre de dimensão incalculável, de unidades de PIB. Não vale a pena escamotear a catástrofe (como tantas vez faz o governo da Madeira): quando surgirem os primeiros casos de dengue hemorrágico – uma consequência direta das reinfeções de dengue – o caso rebentará sem dó nos órgãos de comunicação.
Quanto antes é preciso proceder à desinfestação diária de escolas e repartições públicas: de todos os locais de trabalho.
Os barcos que atracam no porto do Funchal têm que ser fumigados.
Todas as águas estagnadas têm que ser eliminadas.
Os críticos da luta química terão que meter a viola no saco. Viver a maior altitude na Madeira, ou costa Norte, será a melhor solução para escapar ao A. aegypti.
Entretanto, preparemo-nos, a Madeira vai mergulhar numa crise económica de horror, porque agora nem o turismo se salva, nem a banana sairá do porto do Funchal. E a principal fonte de renda da Madeira – o orçamento do Estado Português – secou. Encastelem-se ou migrem as elites porque não se salvarão da chusma.
A culpa desta enorme tragédia alguém a terá, porque existe um instrumento fitossanitário e saúde pública chamado quarentena que, duvido, tenha sido aplicado na ilha. O afã de importar plantas exóticas, muitas delas que acumulam água nas bainhas das folhas (e.g. bromélias), facilmente pode ter causado a introdução do mosquito. Depois bastou um turista trazer no corpo o dengue do Brasil.
Neste momento é impossível quebrar a cadeia. O A. albopictus está pacientemente à espera da sua vez no mediterrânico, e dentro em breve por toda a Europa temperada (http://www.ecdc.europa.eu/en/
Não percebo nada de saúde pública. Por isso alguém que saiba a sério destas coisas e frequente a AMBIO, bem nos podia clarificar a dimensão da ameaça à nossa qualidade de vida que são os mosquitos do género Aedes e o dengue, num mundo a aquecer.
Nem imagino o que possa acontecer quando chegar o Anopheles.
Carlos Aguiar
6 comentários:
O texto aponta algumas verdades mas rapidamente se percebe o devaneio e prazer em criar alarme do autor, quando se põe a dizer que "a principal fonte de renda da Madeira - o orçamento do Estado Português secou" ou "migrem as elites porque não se salvarão da chusma".
Assim é impossível alguém levar a sério. Soa logo a continental recalcado.
Anopheles mais conhecido por mosquito-prego .O transportador da malária...
Este assunto tem de ser encarado com seriedade, registo com agrado que a Ordem dos Medicos traz á Madeira o nosso conterraneo Jorge Atouguia. Médico Especialista em Infecciologia Especialista em Medicina Tropical Doutorado em Medicina Tropical pela Universidade Nova de Lisboa.
pode ser que com seriedade e ao contrario do que estão a fazer as autoridades regionais ( governo ) se encontrem soluções que permitam trabalhar para o controlo do problema tal como se faz em sitios evoluidos , em vez de o esconder e insultar aqueles que alertam. os meus parabens á CMF e seus tecnicos pela monitorização efectuada
... E CADEIA para quem foi buscar palmeiras e areia a Africa para enganar os pretos de cá, não há?...
Sensacionalista, radical e exagerado. A verdade é que nem as autoridades competentes nem os próprios madeirenses estão a dar a importância devida e este problema que ainda está em fase embrionária.
Não vejo ninguém a encarar este assunto com responsabilidade, nem com seriedade. Limitam-se a criar videos de 1 minuto, e a procurar casa a casa por latinhas com aguá, como se fosse isso que iria resolver o problema. Ajuda, mas tem um impacto diminuto, e jamais resolverá o que for.
Só há uma solução, que é a introdução de mosquitos geneticamente modificados. Este método está atualmente a ser aplicado nas ilhas Caimão e com imenso sucesso (em poucas semanas 80% dos mosquitos já desapareceram).
Todavia, não vejo ninguém a falar disto, nem nenhuma pressão nem da população nem da comunicação social. Continuemos a subestimar e a rir... e as seguir as ideias do idiota que sempre disse "isso são os tontos do costume, uns palermas armados em verdes...nós não fomos feitos para estar ao serviço da natureza. A natureza foi feita e deve estar sempre ao serviço do homem". Espero que o primeiro a ficar infectado pela dengue hemorrágica seja esse idiota ;]
PS: Insistam nessa unica alternativa credível que é a introdução do mosquito geneticamente modificado ;)
Calisto sera que já andas a delirar devido ao efeitos do dengue , o proximo passo é seres colocado no Hospital do Monte isolado
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