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segunda-feira, 6 de abril de 2015


ABUNDÂNCIA E FALSA ABUNDÂNCIA





Abundância (Ageratina adenophora) 

Nas arribas do litoral, na Laurissilva e nos altos cumes da ilha da Madeira, uma invasão silenciosa está causando sérios estragos nos ecossistemas. São as tabaqueiras, os incenseiros, as bananilhas, as acácias, os eucaliptos, os ailantos, os áceres, as giestas, os tojos, os maracujás-bananas, as abundâncias, as falsas-abundâncias.
Nesta altura do ano a abundância (Ageratina adenophora) e a falsa-abundância (Ageratina riparia), herbáceas perenes da família das Asteráceas, originárias do México e das Antilhas, estão floridas e formam manchas brancas visíveis a grandes distâncias. Já cobrem escarpas no interior da Laurissilva, dificultando o desenvolvimento das espécies rupícolas endémicas da Madeira.
O preocupante avanço destas e das outras infestantes na última década é a prova inequívoca de que a propaganda política não foi capaz de travar a marcha arrasadora da biodiversidade em direção aos mais recônditos núcleos da Laurissilva.
A catástrofe ecológica só será evitada com uma estratégia minuciosa de combate às infestantes e com persistente trabalho no terreno.
A propaganda política anestesia a opinião pública, mas não liberta as orquídeas-da-serra, os gerânios, as doiradinhas, os goivos-da-serra, as cenouras-da-rocha, as múchias-de-wollaston, as malfuradas e os isopléxis do sufoco das infestantes.  




Falsa Abundância (Ageratina riparia)

Texto e fotografias: Raimundo Quintal

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