O MESMÍSSIMO CONCERTO
COM MÚSICOS DIFERENTES
Senhores! Imaginem os 'acontecimentos' da semana passada na Madeira interpretados pelos membros do desgastado governo regional anterior. Tudo igual. Para nós, os critérios de agenda não mudaram nem uma vírgula. Assim como a discursata oficial. E o faz-que-anda-parado. Ideias, cadê elas. Portanto, a música é a mesma. É certo que só agora o programa de governo vai para a rua. Mas, pelo bulir dos beiços, antevemos a mesma melodia, Salazar e a sua democracia.
Ajudamos a uma retrospectiva, para ver o efeito.
Domingo, 3 de Maio
- Miguel Albuquerque está de visita a Londres, onde promete uma rede de apoios às comunidades. Diz que vai apoiar naquilo de que as comunidades precisarem - e que esteja ao alcance do seu governo. Sabendo-se perfeitamente que aquilo que está ao alcance do seu governo é igual a zero.
- Rubina Leal representa o governo regional nas jornadas da JSD nacional subordinadas ao tema 'área social'. Conclusão: a secretária da Inclusão lembra-se de que esse é um dos motes do governo a que pertence.
Poderia ser de outra maneira?
E mais promessas sobre ajuda aos idosos, aos desempregados, nada que a nossa K-Gira não debitasse numa conferência. Aliás, essa nossa agente certamente nem lá iria 'chover no molhado', fugiria para um centro comercial, porque o resultado seria o mesmo.
Segunda, 4 de Maio
- O secretário regional da Educação "marcou presença", conforme resumiu o JM, "na abertura da Semana Europeia da Juventude 2015".
Marcar presença sem uma posição marcante o anterior titular, Jaime Freitas, também fazia. É verdade que Jorge Carvalho falou em implementar "uma política de juventude assente em pilares estruturantes relacionados com a cidadania activa, a participação democrática e o diálogo estruturado". Mas, ainda que sem esses 'diálogos estruturados' e 'cidadanias activas', o secretário acidental que saiu do governo diria absolutamente a mesma coisa.
Para concluir: não é com aforismos destes que o novo secretário tornará realidade a esperança do presidente do Sindicato Democrático quanto a "soluções para os problemas" de que ambos falaram num encontro de boas-vindas, já na terça-feira. Continuai alimentando a esperança. Para que dure 4 anos.
Terça, 5 de Maio
- o secretário da Saúde garante a pés juntos que o governo quer saber se é preciso um novo hospital. Que ideia, sr. dr., onde foi buscar isso?
Será que o governo também quer saber se há médicos a impingir os respectivos consultórios e clínicas a doentes em tratamento no hospital? O governo também quer saber se uma pessoa continua a entrar cheia de saúde para uma visita qualquer ao hospital e sai de lá com um vírus que a leva desta? Quer saber se alguém acredita que Manuel Brito vai resolver isso, como já prometeu?
Ao abrir terça-feira a Semana de Prevenção e Controlo da Infecção e Resistência aos Antimicrobianos, o novo chefe das seringas falou da prevenção que é 'lavar as mãos'. Pois o governo parece que irá também limitar-se, como fazia Jardim Ramos e companhia, a 'lavar as mãos' nestas questões práticas de que falamos.
O nosso K-Médico, um pestezinho no combate aos microbianos mediante a utilização paulatina de antimicrobianos, daria show se fosse ele a abrir as jornadas.
Quarta, 6 de Maio
- "Estamos aqui para decidir e não para adiar decisões!". Afirmação de Miguel Albuquerque na sessão solene do 101.º aniversário do concelho da Ribeira Brava.
Não vamos dizer aqui que nem sequer esse lugar comum é para ser cumprido, porque desmenti-lo foi questão de 24 horas. Já lá vamos.
Também não vamos dizer que, mesmo que Albuquerque não se metesse naqueles furados todos para o dizer na Ribeira Brava, todos nós sabemos da importância que é "a Região ter as suas contas públicas em ordem e as suas finanças com credibilidade". Novidade seria Miguel anunciar: senhores, nós vamos escabaçar o resto das contas públicas e desacreditar ainda mais as finanças da Região. O anterior monarca da Tabanca ia mais longe: sem fazer promessas, fazia isso: rebentava com tudo.
O actual presidente atesta que a ideia é regularizar as contas públicas. Só não diz como.
Não era disto, pois, que queríamos falar. O que esperávamos deste novo governo era o fim do folclore da agenda oficial. Acabar com isso de presidente do governo e secretários presentes em tudo que mexe na Região. Não seria bonito Miguel reconhecer que os dias de concelho são festas locais, de afirmação do poder local, esse pilar dos regimes democráticos? Que tem o governo a ver com o dia de um concelho? Deixe lá os eleitos locais, no poder e na oposição, terem o seu dia para brilhar, sem sombras que, deixem-nos dizer, não são bem-vindas.
O Jardim instituiu uns costumes para ser mandão omnipresente, todos os dias à cabeça da agenda. Pelos vistos, esse mau costume tornou-se tradição, uma lei.
- Ainda na quarta-feira, Manuel Brito visitou o Porto Santo e seu centro de saúde. Um acontecimento.
Quinta, 7 de Maio
- O governo de Miguel Albuquerque, que horas antes dissera estar onde está para "decidir e não adiar", pois no plenário semanal 'decidiu adiar'. Sim, adiar a 'noiva' de Jardim chamada JM. Depois de duas campanhas em que os miguelistas - como os restantes delfins fizeram nas internas - prometeram lançar raios e coriscos para resolver o problema do jornal de uma 'palhetada', chega-se à hora crucial e a montanha dá à luz um murganho. Falta de coragem. Albuquerque sempre se intitulou um homem de coragem - e demonstrou falar verdade. Mas agora no plano da governação é isto que vamos vendo.
Ao menos, o novo executivo podia recusar-se a manter a ilegalidade de um preço de capa que não é cobrado, sejam lá quais forem os contratos assinados. Isto no plano da moralidade. Era marcar a diferença. E podia baixar a tiragem, já no plano da poupança. Não: o governo deliberou não deliberar coisa nenhuma. Sérgio Marques gaguejou. Adiou. O que é péssimo para o exercício da informação plural. Aquilo do JM não é carne nem peixe. Acabem com a tragédia. E acabar com a tragédia não é fechar esse diário.
Repetimos: o povo sufragou muitas vezes uma desprezível política de imprensa que Jardim, antes de cada eleição, defendeu à vista, sem conversas gagas. Portanto, o povo que pague agora. Não merece outra coisa. Não se ralou quando, à conta da política jardinista, outras instituições de comunicação social viram a sua existência - e os empregos - a tocar no pântano.
- Rubina Leal garante convictamente que as instituições de solidariedade devem funcionar num patamar de cooperação umas com as outras. A sério?! Não está mal pensado. Realmente, se andarem a brigar umas com as outras pode ser pior. Mas não transigimos: a nossa K-34, mesmo rejeitada na constituição do governo, era capaz de produzir esse preceito. Agora trabalhar até às 3 e 4 da manhã na Secretaria, como Rubina faz, alto lá, que a nossa agente prefere a discoteca.
Num destes dias, vejam lá a coscuvilhice, Rubina Leal recebeu uma carta de Rita Andrade, directora do Emprego, a reinvindicar um lugar para o seu carro pessoal. Já que o governo retirou carro e motorista aos directores regionais, então que dê parque. Rubina Leal não teve por onde escolher e decidiu atribuir à directora um dos dois lugares ali ao pé do ex-Girassol. Um carro do governo foi atirado para longe, portanto.
Sabemos também que a outros quadros do governo que ficaram sem carro foi atribuído estacionamento privado. Veja-se o caso da Direcção Regional de Administração Educativa, que dispõe de 6 ou 7 lugarinhos no Oudinot, para os seus precisos, salvo seja.
Sexta, 8 de Maio
- Compete à secretária do Ambiente participar, é assim que se diz, na abertura do seminário "Desenvolvimento e Biodiversidade". Ainda não se viu nenhuma medida concreta saída daquele pelouro, mas abrir o seminário 'faz parte'. Não foi por acaso que o JM pôs em evidência o promotor da acção, o projecto LIFE+09INF/PT/000045-Eco-Compatível. O que a esdrúxula sigla primeiro nos pareceu foi que estávamos a ser convocados outra vez pelo tribunal, como quando éramos processados pelo Jardim e pelos empresários do regime. Um susto. De repente, pareceu-nos aquilo do TA-FUN não sei quantos.
Voltando ao Ambiente, e agora em toada puramente administrativa, seria bom tentar-se apurar o que é que faz, no exíguo espaço disponível no 'edifício espelhado', ao Campo da Barca, exíguo para acomodar os mais recentes inquilinos da Secretaria - o que é que faz todo o dia, na Direcção de Estradas, uma funcionária da Emacon que só a vêem a devorar vídeos e a escrever, julga-se que uns artigos. Por nós, deixá-la, o problema é que a coisa começa a constar e já mandam piadas para o 'Fénix' acusando-nos de não investigar quando há gente de Costas largas.
Ficámos na mesma, mas prendam melhor esses cabos soltos.
- Também sexta-feira, realce para as comemorações do Dia da Europa, já que Sérgio Marques as levou para o Porto Moniz, talvez para vincar bem a vocação europeia pelas ultraperiferias. Bem apanhado. Melhor ainda se Sérgio aproveitou para uma patuscada com os militantes PPD que o apoiaram na corrida interna, para manter a chama viva. Depois da Calheta, impunha-se.
- Ainda sexta-feira, Miguel Albuquerque presidiu a nova sessão, nova comemoração e isso. Anunciou que os apoios sociais agora serão monitorizados, acabou-se a brincadeira. Era dia da Segurança Social e a secretária não chegava para a sessão, para não dizermos um director regional qualquer. Presidente, pois claro. Foram homenageadas 3 instituições e tudo!
- Este foi o dia em que Tranquada Gomes também trabalhou que se fartou. Palavra! Foi uma sessão de fotografias com Ireneu e depois com Carrilho. Já agora, as nossas melhoras ao presidente do parlamento. Engoliu um garfo que se instalou nas costas e anda com os braços metidos em gesso, ligeiramente levantados, como se vê nas fotografias que registaram os acontecimentos.
Domingo, 10 de Maio
- Sábado foi um dia para os titulares descansarem um bocadinho. Mas também!...
Sol de pouca dura. Domingo, toca a alinhar. Humberto Vasconcelos por Santana dentro, rumo à Ilha, onde pontuava uma exposição do limão, tradição da simpática freguesia. O director regional tinha lá ido na véspera, mas nada como o número um comparecer e aproveitar uma conversa com este, um copo com aquele, um dentinho da panela na barraquinha dos comes, enfim, o ambiente suficientemente confuso para um governante se inteirar dos anseios dos governados, porque terçar argumentos em reuniões formais dá sono. Por outro lado, como dizemos, a visita do secretário às festas tornou-se um ponto do programa e faz parte do folclore do povo, que pelos vistos continua superior.
E falavam de Manuel António, que dava castanhada no Curral e experimentava as anonas no Faial!
Como se vê, uma semana à moda antiga. Trocou-se de rostos. Os foguetes e a música das bandas repetem-se.
Imaginamos o que, para organizar estas agendas, não quebram a cabeça os adjuntos, os chefes de gabinete, as secretárias e os secretários pessoais do secretário, os serviços de apoio ao gabinete, contínuos e motoristas, estes tornados hoje em dia vedetas mediáticas quando bafejados pela nomeação.
O secretário ir à Ilha posar ao pé dos limões e prometer em cima do palco que vai apoiar grandemente o produto para o tornar ainda maior, uma digressão dessas exige dias de planeamento.
Depois, a coisa não é fácil, quando as secretarias precisam de arranjar postos agradáveis para tão grandes clientelas.
Quem não tem estas sortes é Gasparzinho. Quais festas do limão, quais dias do concelho com bandas e foguetes! Aquilo é calculadora dentro da cabeça e reuniões em Lisboa com aqueles chatos de directores-gerais que enchem a cabeça de Passos e de Maria Luís com veneno contra a Madeira.
Tudo isto, pois, numa semana de greve da TAP. Sim, já se esqueceu, Caro Leitor?
A propósito, resta dizer que o nosso governo regional não esteve 100% alheio à crise aérea que nos tramou o turismo e prejudicou cidadãos.
Em boa verdade, é injusto dizer que Miguel Albuquerque não tenha enfrentado e resolvido o problema com arte. Quando chegou de Londres, o presidente do governo regional explicou-se: "Eu ia pela TAP, só que devido à greve não podia arriscar. Portanto, fui na Easyjet. E está o assunto resolvido. Neste momento, temos de ser pragmáticos."
Albuquerque resolveu o 'seu' problema, logo "assunto resolvido". O problema foi dos outros passageiros, os que, não sendo poder, nunca têm hipóteses de ser 'pragmáticos' e por isso ficaram em terra.
Fotos JM, com a devida vénia
Fotos JM, com a devida vénia
9 comentários:
Gostava de saber quando ganha em ajudas de custo antecipadas o bagageiro que foi a Londres com o Presidente do governo regional em visita oficial, por este andar o bagageiro terá muitas festas a programar muitos euros a ganhar e nós a pagar. Quanto aos imigrantes esses nada feito,já agora o Sr.Presidente deveria tratar de renovar documentos no consolo em londres é uma vergonha. Um conselho marque viagem com seis meses de antecedência ai talves consiga.
A Rita Andrade vai ganhar assim tão pouco que não consegue pagar um parque, à semelhança da maior parte dos seus funcionários?
Teve piada o Humberto Vasconcelos criticar o funcionamento do mercado de Santana, sem se aperceber que o responsável direto pela gestão do mercado era, nada mais nada menos, que o seu atual Diretor Regional de Agricultura. Sinceramente o Paulo Santos não merece isto...
Mas, acredito que foram tiros nos pés de principiante.
•••o bagageiro que foi a Londres tem habilitações para tal?
O Paulo responsavel pelo mercado? Lol olhe que está enganado Sr anónimo das17:49
Será que vamos, mesmo, para melhor? Já tive mais esperança!Tem-se visto cada uma, que já vai dando para desacreditar.
Olhe q não! Olhe q não! Era o diretor de serviços de agro indústria e comércio agricola com a tutela dos mercados abastecedores desde a sua gênese. E mai nada...
O paraquedista da Agricultura não larga o costume de usar calças amarelas e casaco azul. Irra que o homem além do k se sabe ainda é sabujo.
Devia nomear já um adjunto para a imagem ou para a indumentária.
Já está lá o da dupla mas a imagem parece que ė só para facturar. ihihih
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