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segunda-feira, 11 de maio de 2015


LEVADA DE ÁGUA DE ALTO – FAIAL


O número de percursos pedestres recomendados pelo Governo Regional é manifestamente insuficiente para as potencialidades deste nicho de turismo e para a procura manifestada pelos 5 a 6 mil visitantes, que diariamente se aventuram pelas levadas, veredas e velhos caminhos da Madeira.
Entre as muitas levadas e veredas, que merecem integrar a lista dos percursos recomendados,  encontra-se a Levada de Água de Alto, na freguesia do Faial, concelho de Santana.
Esta levada nasce entre os sítios do Lombo Galego e da Corujeira, no leito dum afluente da Ribeira Seca do Faial, na base duma surpreendente queda de água, que lhe deu o nome – Água de Alto.
A distância entre a madre da levada e a estrada regional Faial - Santana é de cerca de 4 Km. Da estrada até ao córrego, onde termina, são mais 800 metros.
O passeio a pé ao longo desta levada, que irriga grande parte do Faial desde 1961, proporciona vistas extraordinárias da costa norte desde a Ponta do Clérigo até à Ponta de São Lourenço, perspetivas muito interessantes dos vales das ribeiras Seca e da Metade e o contacto com uma paisagem rural com  poios recentemente cultivados por gente atirada para o desemprego após o fim das grandes obras públicas.
No passado dia 25 de Abril, voluntários do grupo “Madeira Lés a Lés” reabriram uma velha vereda entre a Levada de Água de Alto e o sítio do Tojal, facilitando o acesso ao Fortim do Faial.
Ontem voltámos à vereda, localizada a menos de 100 metros do córrego onde termina a levada, para continuar a limpeza do silvado que está a matar faias-das-ilhas, folhados e urzes, e introduzir novas plantas indígenas da Madeira, com o objetivo de melhorar a qualidade estética da paisagem e ajudar a recuperar a biodiversidade.
Plantámos vinháticos (Persea indica), loureiros (Laurus novocanariensis), alindres (Euphorbia mellifera), aipo-da-serra (Melanoselinum decipiens) e gerânios-da-Madeira (Geranium maderensis). As plantas, fornecidas pelo viveiro da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal, terão agora de ser regadas duas vezes por semana, porque não basta plantar, é necessário cuidar com muita paciência e carinho.







Texto: Raimundo Quintal
Fotos: Céu Viana e Raimundo Quintal

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