O HOMEM DO MOMENTO
- Chapeau, Jorge Jesus
Nunca fomos à bola com o treinador Jorge Jesus, o que aliás não lhe tira nem acrescenta nada, que nem sequer nos conhece de lado nenhum. Se com Jaime Ramos estamos num extremo contrário em matéria de princípios políticos, sempre lhe elogiámos a decisão de em tempos mandar embora o treinador Jesus, meia dúzia de meses depois de o contratar para o CF União. Também recusámos assinar a 'Benfica TV' enquanto o cavalheiro não saísse daquele banco de onde se dirige o 'onze' encarnado. Em coerência com essa atitude, pedimos assinatura do canal no dia em que se confirmou a saída do homem do comando técnico da Luz.
Achávamos que ele deveria ter feito em 6 anos muito mais do que fez à frente do Benfica. Embora fizesse muito.
Há, como nós, muitos adeptos ferrenhos e apaixonados do Marítimo com uma ou outra escapadinha para 'flirtar' com a irresistível Águia encarnada da Luz, quando a camisola verde-rubra não está em campo, claro está. E estamos entre os que condenaram a perda de taças e campeonatos pelo Benfica de Jesus, algumas vezes nos últimos minutos de jogo, por causa das teimosias e aselhices do treinador. Aquele campeonato nas Antas!
Isto por um lado.
Por outro lado, a verdade é que depressa se dissipou a euforia de ver Jorge Jesus percorrer a 2.ª Circular para se instalar do outro lado, na 'Churrasqueira' de Alvalade. O que tem produzido o Sporting, que julgávamos não resistir às ausências de Carrilho, calou-nos bem calados. Aos níveis nacional e internacional. Até o Rui Patrício parece ter aprendido a jogar à baliza. João Pereira e Adrien mudaram de pés, certamente. Neste último derbi dos 3-0, não foi descabido as claques leoninas terem enveredado por um período de 'olés', quando William Carvalho, João Mário, Jefferson e companhia meteram os vermelhos no meio do colorido e estonteante carrossel verde-branco.
Que baile, Jesus!
Atenção que o Sporting não construiu uma super-equipa. Existem ali bons jogadores, mas há muito, muito Jesus.
Nunca imaginámos ter de dizer isto. Mas pronto, está descarregado. Continuamos a não morrer de amores pelo treinador Jorge Jesus. Só que, ao contrário de antes, agora reconhecemos que o homem percebe de futebol. Nós é que não enxergamos um palmo dentro de área.
E mais outra confissão: estamos a ouvir com outros ouvidos as declarações do homem. Talvez porque as ouçamos com mais atenção e profundidade. O homem não deve perder muito tempo a ler os retóricos da Antiguidade, mas lá que tem deixado 6 milhões de orelha baixa, com as suas tiradas filosóficas das velhas escolas, isso tem. Esta de domingo vem dos cínicos: "Habituei-me a coisas bonitas nesta casa (Luz)."
Não mata, mas desmoraliza. Embrulhemos.
2 comentários:
Caro Calisto,
ter um bom treinador é meio caminho andado, e o JJ para consumo interno é o melhor.
Mas o que me preocupa é o nosso CS Marítimo, em 10 jogos oficiais, sete expulsões é muita coisa para justificarmos apenas com os árbitros.
Entendo as limitações actuais e por isso mesmo o meu grau de exigência é baixo, mas existem mínimos e mesmo com os constrangimentos, acho que este plantel tem de dar mais.
A bela moldura humana que tem se apresentado nas bancadas dos Barreiros merece mais do que aquilo que estes atletas têm dado.
Cumprimentos
Verde Rubro
Temos um presidente preocupado com a rentabilidade do estádio,
do colégio , das candidatas à Miss,enfim tudo ,menos com a Equipa. Não temos plantel a não ser para lutar para descer.
O património aumenta para os responsáveis do mesmo ,esse sim .O Clube porém esmorece e afunda cada vez mais.
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