Saudades

EX-UNIVERSIDADE DO AREAL

TEM PATUSCADA HOJE

Para matar saudades das loucuras ao sol, no verão porto-santense do antigamente, os aparelhistas do jardinismo encontram-se à mesa em dia de trovoada. Se o temporal deixar, presumimos

O forrobodó de outrora alastrou a
outras cores políticas. (Foto RUI MAROTE)

Os antigos alunos da chamada Universidade de Verão, que deu brado a partir de 1993 nas casas da lancha e nas tascas do Areal porto-santense, reúnem-se esta noite numa patuscada de saudade. Aqui na Madeira, claro, porque a PS Line já não oferece passagens com torrentes de uísque a bordo.

O 'reitor' Coronel Ramiro Morna obviamente não faltará esta noite, para proferir mais uma das orações de sapiência que deixaram rasto no antigo Bar do Henrique. De resto, comparecerão Paulo Pereira, Bragança e outros incondicionais do homenageado, o ex-chefe Jardim.

Faltará de certeza o capataz do Posto Avançado da Democracia, nosso amigo Castro, porque lá foi o tempo dos avales em série. Assim como faltarão compinchas entretanto transferidos para outros carnavais.

Duvidamos também de que haja mesa farta como nos verões do 'polvo unido', escabeche e guisado, a disputar a mesa com suculentas lagostas, gambas e uns tremoços para desenjoar, tudo obviamente regado com barris e barris de imperial. Tudo de modo a que os 'universitários' chegassem a casa com um cantinho para o almoço, pois claro.

Palpitamos que para hoje a ementa consista nuns frugais bocados de carne passada no espeto, com umas maçaroças e milho frito. Ou então uma macarronada com sabor vicentino sob as ordens do Bragança.

O dinheiro não é muito. Foi-se o tempo em que se recorria desabridamente à dívida pública para as gerações futuras pagarem.  

Mas não sabemos do local-objectivo da romagem da saudade. É assunto íntimo de 'universitários', PPD's e Flamas que passaram à História, com o tempo.

Serão umas horas a recordar a era do 'lapsus linguae' do Xanana Ramos, das rasteiras do Johnnie Walker e das caminhadas do rei e séquito pelo Areal.

Dispensamo-nos de desejar bom apetite a comensais a quem não faltou bom dente durante 40 anos - e ainda estão aí para as curvas, porque isto nunca se sabe.

Esperemos que a trovoada que fustiga hoje a Madeira com ganinha não obrigue a simpática velhada a ficar, com sua licença, com o rabo à porta. Já não há quem mande em tudo, meteorologia incluída.