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segunda-feira, 30 de novembro de 2015


AS PERSPECTIVAS DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA*



*Trabalho apresentado na Conferência de Segurança e Defesa (27 de Novembro, Câmara de Lobos).

O tema exige considerar quatro pontos:
I - Objectivos Futuros a conquistar pela Madeira.
II - Condicionamentos exteriores à conquista deste Futuro.
III - Problemas específicos advenientes da situação europeia.
IV - O que a Madeira tem de fazer para conquistar os objectivos pretendidos.

I - Objectivos Futuros a conquistar pela Madeira.

1.- Maior Autonomia Constitucional
a) A Constituição passar a definir os poderes do Estado no território:
- Direitos, Liberdades e Garantias Individuais.
- Defesa e Segurança
- Política Externa
- Tribunais de Recurso
- Sistema integrado de Segurança Social
em vez de, como actualmente, a Constituição definir limitativamente os poderes da Região Autónoma. Ficar claro que, excepção às competências referidas como do Estado, as restantes são todas da Região.
b) Eliminar a qualificação constitucional de Portugal como “Estado unitário”, designação ao serviço da arbitrariedade dos poderes centrais e nada tendo a ver com Unidade Nacional.
c) O Estatuto Político-Administrativo ter hierarquia legal imediatamente a seguir à Constituição, a fim de não permitir a intervenção de outras leis nas competências da Região Autónoma, devendo a feitura do Estatuto continuar da competência da Assembleia da República, para valer em todo o País, embora com as actuais cláusulas de segurança sobre a iniciativa da Assembleia Legislativa.

2.- Resolver a questão da Dívida Pública - a imposição de um Plano de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) só para a Madeira, fora do PAEF nacional, constituiu uma imposição separatista e colonial. A Dívida Pública resulta do Direito do Povo Madeirense a recuperar do atraso que a extorsão e exploração do Estado central, durante cinco séculos e meio, impuseram ao arquipélago.
A Dívida Pública da Madeira, em compensação deve ser integrada na Dívida Pública nacional e, saldadas assim as Contas, o Estado definir novas regras para o futuro.
Proporcionalmente em relação ao respectivo PIB, a dívida madeirense é inferior à nacional.

Iluminando o esfarrapado



As luzes e a favela




Cheira a Festa ver a montagem que estão a fazer nas ribeiras do Funchal de umas geringonças que pelo menos à primeira vista parecem gambiarras para nos iluminar os espíritos pelo Natal.
Se há quadra do ano em que os Madeirenses são unânimes na necessidade de cor e luz para unir as famílias e a própria Sociedade, depois de um ano de crise, miséria e divisionismo de tabanca, aí está a nossa tradicional Festa de Dezembro no primeiro lugar do ranking.
Passear pela baixa da capital nesta enternecedora época e ver aquelas luzinhas multicolores a reflectir-se nas poças de chuva é tradição que faz parte.
Mas desta vez, e só desta vez, gostaríamos de deixar aqui uma observação - e esperamos que não a levem além do que merece, já que não passa de um apressado alvitre. 
Atendendo a que em várias zonas da cidade há muros de ribeira improvisados, à espera de reconstrução faz em Fevereiro 5 anos, será que, se dispensássemos por uma vez estas estruturas, gambiarras e luzes, e cavando para aí mais alguns euros, será que, perguntávamos, não conseguiríamos eliminar aqueles remendos de favela com que temos de lidar diariamente nas margens das ribeiras? 
Seria uma forma de limpar os nossos espíritos e de evitar o postal desgraçado que apresentamos aos turistas que ainda nos vão visitando.
Depois de 4 anos a comer poeira e ruído de enlouquecer por causa das loucas obras do estaleiro funchalense, que desembocaram num cais que não é cais, querem deixar-nos estas ruínas para comemorar o 20 de Fevereiro ou o que é?!
Da nossa parte, dispensamos essas luzinhas por cima dos cursos de água da nossa capital - embora só este ano. Quem quiser ir aos eirós e às rãs nesta quadra que faça como no resto do ano: leve lanterna ou isqueiro.
Depois, iluminar as ribeiras é destacar ainda mais aqueles mainéis escaqueirados pelas enxurradas que ainda lá estão.
Em suma, deixamos esta proposta com espírito de concórdia e boa vontade natalícia: arranjem aquela m... de uma vez, que já dá vómitos.





sábado, 28 de novembro de 2015

Obituário


Perdemos um Homem avesso à subserviência


O Dr. Henrique Pontes
Leça nos tempos de
fundador do PSD-M.


O corpo do Dr. Henrique Pontes Leça foi a crematório esta manhã de sábado no Cemitério das Angústias, em São Martinho. O conhecido e prestigiado advogado e antigo político social-democrata morreu por incómodos de saúde, males que o começaram a apoquentar havia um par de anos.
O conceituado causídico da nossa praça, neto do mítico banqueiro madeirense Henrique Figueira da Silva, não foi uma figura acomodada ao regime salazarista. E já com a democracia de 74 em vigor, depois de ter sido co-fundador da Frente Centrista e do PSD/Madeira, andou às avessas com o sistema que sustentou a chamada 'Madeira Nova'.
A sua última aparição política foi no cargo de mandatário de João Cunha e Silva na ainda recente corrida à liderança dos social-democratas madeirenses. 
Apesar de senhor de uma personalidade muito forte, o Dr. Henrique Pontes Leça vivia à margem da conflitualidade político-partidária que marcou estas décadas de vida madeirense. Apesar de crítico e de desalinhado no seio do partido que ajudou grandemente a criar, vivia acima das questiúnculas que se tornaram hábito do dia-a-dia regional.
Perdemos um grande Amigo. E mais uma fonte do passado histórico recente. 
Endereçamos à Família enlutada os nossos sentimentos.
Como costumávamos dizer a rematar longas conversas, "então até outra, Ilustre Causídico". 

Política em acção





Comunicado


Textos e foto: JPP

Aqui há fantasmas!


Pedimos a atenção do Leitor para uma reportagem/investigação que o 'Expresso' publica na sua edição de hoje e que tem alguma coisa a ver connosco. Com a devida vénia...





sexta-feira, 27 de novembro de 2015

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Opinião


“PARA MEMÓRIA FUTURA”



É triste ver o Partido que ajudei a fundar, afastado do Governo da República apesar de mais votado nas últimas eleições.
Afinal e mesmo que isso custe aos situacionistas do regime que infelizmente e por oportunismo empestam o Partido Social Democrata, eu venho tendo razão quanto à inaptidão do sistema político-constitucional que uma Nação masoquista continua a aceitar.
Ninguém negará que eu me fui opondo aos caminhos que o Governo Coelho-Portas levava. Com as consequências pessoais que suportei.
Fui-me opondo a uma serie de coisas que qualquer cidadão esclarecido antevia conduzir à perda da maioria parlamentar absoluta.
No actual quadro da sobrevivência partidária interna do novo Primeiro-Ministro socialista, conjugado com a vontade comunista (BE+PCP e apêndices) de retirar o Governo à coligação Coelho-Portas, nenhum cidadão esclarecido pode estranhar o desfecho a que chegámos.
Foram até vários Prémios Nobel a confirmar estar errada a política imposta a Portugal pelos poderes financeiros internacionais, errada porque de menos moeda em circulação, de contracção da Economia e de mais desemprego, críticas que sempre subscrevi.
Embora em estado de necessidade, como então declarei, não tivesse podido impedir a imposição colonial  e separatista de um Plano de Ajustamento Económico e Financeiro só para a Madeira.
Ora, porque nos tocam directamente, recordemos as obssessões hostis que já vinham de trás, de há muitos anos. Desde a oposição do actual grupo ainda dirigente do PSD nacional à nossa tese anti-sistema político-constitucional, passando por umas ligações internas, cá e lá, em relação às quais tentei me acautelar porque de sinal contrario ao Bem Comum.
Desde a cena da posição pró-Sócrates do então grupo da candidatura interna de Coelho, quando na Assembleia da República conseguimos uma maioria para repôr a anterior Lei de Finanças Regionais.
Desde a intolerância vingativa contra os que tivemos posições contrárias aos vencedores, nas eleições internas nacionais. Passando por uma cena insólita de palco, num Congresso Nacional.
E todos se recordam desse cúmulo de hostilidade manifestada nas eleições regionais difíceis de 2011, onde não faltou um desagrado explícito pela nossa vitória tramar uma coligação já organizada para me pôr de fora caso não tivéssemos alcançado a maioria absoluta.
E mesmo com maioria absoluta, todo depois assistiram ao alimentar constante da desestabilização interna no PSD/Madeira, também a partir de Lisboa.
Puxa, foi demais!…
Todos depois constataram a falta de sentido de Estado em a República adiar a resolução de problemas madeirenses pendentes, alguns já na calha acertada, aguardando até à nova governação pretendida. Quanto custou?!… E, pelo meio, até um “castigo”, feliz e judicialmente já desautorizado, sobre Deputados sociais-democratas madeirenses que defenderam … o que acabou por ser concretizado!…
O que faz a inveja dos medíocres aos que têm mais classe do que eles!…
Ah! E outras “estórias” que a Ética torna imperativo não chamar aqui, embora até tivesse graça essa de cá e lá terem orquestrado uma tentativa de acelerar a minha saída… para o Parlamento Europeu!…
Tratando-se de semelhante gente, nem me incomodei quando, no fim de uma vida inteira dedicada à Nação, nem um gesto, nem uma palavra, à saída!…
Ora tudo isto também contribuíu para que não me surpreendesse a preocupação provinciana de agradarem aos “patrões” da Europa, em vez de um bloco de força dos países financeiramente mais débeis - que eu pessoalmente também sugeri - que forçaria a outros resultados de negociação.
Como não me surpreendeu uma certa arrogância e antipatia para com o Povo, onde ao gosto da plutocracia se ia destruindo a classe média, com a incompetência de nem sequer saberem explicar convincentemente as razões das medidas… até mesmo das que estavam certas!…
Vieram as eleições nacionais, logo a insânia daqueles festejos de “vitória” quando, nessa mesma noite, pelas declarações de todos, se percebeu logo o que poderia e veio a acontecer.
A insânia continuou com uma formalização pública solene de um Acordo de Governo, antes de dialogar com os também “apertados” socialistas, ou sequer aventar a possibilidade da solução hoje mais lógica para Portugal, o “bloco central”, com o CDS a ser Oposição para contrabalançar a oposição das formações parlamentares comunistas.
 Não!… Até tomou posse um Governo, sabendo que cairia daí a uns míseros dias! Assim, já se tinha destruído a classe média, destruía-se também o Centro político, radicalizando Portugal.
Outra!… Nem sequer faltou a cena de propôr uma revisão constitucional, depois de desde o CDS às formações comunistas (BE+PCP+adjacentes), passando pelo PSD e PS, todos terem feito uma “união nacional” na Assembleia da República para inconstitucional e antiregimentalmente impediram discussão da proposta de revisão constitucional da Madeira, apontada mais a uma importante e necessária transformação de Portugal, do que incidindo propriamente sobre questões regionais.
Vejam os partidos que temos, de uma ponta à outra!…
Agora vejo os sectores ultraliberais sonhar ganhar umas hipotéticas próximas eleições, que desejam apressadamente.
Talvez tenham uma surpresa. Primeiro, porque a Memória do Povo não é curta e não é de um instante para outro que passaria a dar maioria absoluta à dupla Coelho-Portas, se os respectivos Partidos, talvez por ocupados não se sabe bem por quem, insistirem erradamente em recandidatá-los.
Segundo, porque ficou mal perante o primado do Bem Comum e do Interesse Nacional, anunciar o radicalismo de meninos birrentos de, na Oposição, em nada cooperar.
Terceiro, porque conhecendo os socialistas “de ginjeira”, ninguém se surpreenderá com um próximo eleitoreiro “bodo aos pobres”, inclusive visando as eleições presidenciais.
Desde “menino e moço” que ouço dizer, mesmo em meios tidos por “direita”, que a Direita em Portugal é estúpida. Veja-se tudo isto agora…


Post-scriptum - Depois da cena do 25 de Novembro, ontem, na Assembleia Legislativa da Madeira, de novo mãos dadas com o PCP e desta vez com o CDS, o PSD recusou a solidariedade com um preso político angolano expressa pelos restantes Partidos, invocando a soberania do Estado angolano.
Isto de subordinar os Direitos Humanos, o primado da Pessoa Humana, ao Estado, é estalinismo ou fascismo e contraria a Doutrina social-democrata.
Que desorientação ideológica vai no Grupo Parlamentar do PSD/Madeira, quando até o Presidente da sua Comissão Política Regional participou e discursou num Convívio de militares e civis, evocativo do 25 de Novembro!

Funchal, 26 de Novembro de 2015

Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Comunicado


PS-M repudia violência contra as mulheres


Ainda as comunidades de Sérgio


Pedido de colaboração

Há 2 anos, foi anunciado com grande projecção mediática pelo então governo da Tabanca que o IDE montaria uma Loja de Exportação dentro da Loja do Cidadão. Em parceria com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, as exportações correriam a potes que nem um regalo.
E então a realização, aí inspiradas, de missões empresariais para captar investimentos junto das comunidades de emigrantes, nem se fala! Porque isso é o que interessa mesmo: missões, conferências naqueles destinos onde há do que é bom para turismo mundano, uns euros na mão dos velhos asilados para cair bem nas comunidades e umas borgas de luxo durante... as missões. 
Quanto a exportações a sério ou mesmo investimentos cá, vamos com calma, que isto não pode ser tudo de uma vez.
Então, estamos a pedir a colaboração de quem nos possa explicar: além da exportação de tabaibo fumado e inhame de escabeche, que outras exportações resultaram daqueles planos da pólvora? 
Quanto a investimentos de lá para cá, também não há muitos mais do que os dos espertalhões que vieram em tempos montar negócios usando empréstimos contraídos aqui, ajudados pelas isenções fiscais da ordem e até por uns subsídios a título de incentivo.  
Isto, senhores, é a reinar, para descontrair. Agora com os projectos de Sérgio Marques para constituir aqueles fóruns todos de captação de comunidades, os maldizentes vão calar o bico.

Comunidades: vira o disco e toca o mesmo



SÉRGIO DIZ QUE ATRAI AS NOSSAS COMUNIDADES
COM 'CENTROS INTERPRETATIVOS',
'FÓRUNS' E O DIABO A QUATRO


Governantes excursionistas! A gente paga a conta do Tamanaco e das noites em Joanesburgo, mas não nos chamem trolhas


Se alguém julgar que estamos a inventar, aqui está uma prova da prestação de Sérgio ontem na ALM.


Quando, depois de 40 anos de tapar o sol com uma peneira, entra pelos olhos dentro do ilhéu mais cegueta que essa teoria de cativar a diáspora só interessa a meia-dúzia, lá vem Sérgio Marques para o Parlamento com projectos e mais projectos de pseudo-organizações, gabinetes e fóruns supostamente destinados a "aproximar as comunidades madeirenses espalhadas pelo mundo".
Ora bem: se fomos tratados como atrasados mentais nas anteriores 4 décadas de tribalismo rupestre, como imbecis querem agora os do Blue Stablishment continuar a tratar-nos.
Antes, eram os conselhos das comunidades, os congressos de emigrantes, as visitas oficiais às comunidades. Que é que resta disso, hoje? Que benefício das despesas desse turismo todo? 
Já não estamos no tempo em que o camponês ou o funchalense suburbano embarcava para o estrangeiro, disposto a trabalhar 24 sobre 24 horas, para alimentar, é o termo, a família que ficava cá, sustentando ao mesmo tempo a vida pública com as ambicionadas remessas monetárias. E, depois de tantos anos e anos de sacrifícios e mau ambiente nos locais de 'acolhimento', ainda vinha o emigrante à terra dar bodo aos conterrâneos no papel de festeiro, feliz por matar saudades dos primos e primas, do sr. vigário, dos amigos, da serra e das cabras. Muitas vezes, uns intelectuais de meia tigela ainda escarneciam de quem, à sua maneira, amava a sua terra e fazia tudo por ela. Os carrões, as gravatas carnavalescas, o prego de ouro....
Pois as terceiras e quartas gerações de luso-descendentes não estão para aturar quem vilipendiou os seus abnegados antepassados. Comprovadamente, e com toda a razão, os novos têm vergonha do lixo televisivo que mandam de cá para as comunidades - é só recordar o que, mais uma vez, aconteceu neste Verão com as transmissões de arraiais cheios de fumo, espetada, bolo do caco e beijinhos e abraços para La Guaira e para Nice. Os jovens licenciados e perfeitamente enquadrados nas sociedades lá fora onde nasceram e vivem, de pais e avós portugueses, envergonham-se quando os amigos e companheiros de trabalho lhe pedem explicações sobre o 'trogloditismo' que vêem nos noticiários e nos programas medievais de televisão, geralmente na RTP-M/RTPi.
Pergunta-se: que raio de comunidades é que o Dr. Sérgio quer atrair com esses novos projectos que apresentou ontem? Ele é 'centros interpretativos da diáspora madeirense' (não estamos a brincar, foi assim que ele disse), ele é 'fóruns Madeira Global' (também é a sério), ele é 'conselhos da diáspora madeirense' (assim ouvimos), ele é o diabo que carregue estas tretas todas.
Pura e simplesmente, as actuais gerações de luso-descendentes têm mais que façam do que aturar estes regedores de Tabanca armados em ministros de um enorme país do tamanho da Deserta Grande. 
Está bem, continuem a organizar as suas excursões de malta importante para umas borgas no Tamanaco e no Eurobuilding, com umas almoçaradas nos luxuosos restaurantes de La Castellana e de Las Mercerdes. 
A gente paga isso tudo. 
Divirtam-se agora na viagem que aí vem à África do Sul, outra vez com a TV-Espetada a reboque para publicitar algum subsídio ao asilo de velhos na zona. Dêem a tradicional saltada a Sun City, para tratar de 'entabular conversações de âmbito turístico' e até para pensar numa linha aérea com excursões de lá para cá (de que nunca mais se falará, passada a euforia da viagem). 
À chegada aqui, podem até justificar a coisa: há empresários de topo interessados em investir na Madeira. 
A gente ouve e cala. E depois paga a factura. Mas pedimos encarecidamente: chega de nos chamarem otários.

O Santo e os nomes



terça-feira, 24 de novembro de 2015

Opinião


NÃO BRINQUEM COM O PSD/MADEIRA



Mostraram-me uma local impressa, onde se fala de um antigo candidato à liderança de um partido ser falado para “oposição interna” e, nesta entronização, se candidatar do novo.
Eu não acredito.
Primeiro, porque sendo a dita folha impressa, responsável pela actual situação e pilar da sua manutenção, não faz sentido lançar a semente da fractura. A não ser que, repito, a não ser que, seja a utilização da técnica da vitimização do poder, para segurá-lo em momento claramente menos feliz.
Segundo, não acredito, por causa do absurdo que envolve.
Havendo um Governo de maioria parlamentar absoluta - tal como, maior, em 2012 - com poucos meses de exercício e não decorrendo o próximo congresso regional em tempo e circunstâncias justificantes da anunciada “alternativa”, todos os que temos bom senso e empenho nas causas autonomista e social-democrata não podemos aceitar “brincadeiras” destas. Até para não comprometer no futuro o que então seja preciso fazer.
Terceiro, não acredito, por causa do erro de protagonismo.
Cada um tem o seu tempo próprio. Ou é, ou não é, capaz de aglutinar. Na política não se pode insistir em rotinas que deram o que tinham a dar e que, até, podem ter deixado um lastro de desacordos e desilusões.
Quarto, por muito que o uso da palavra “renovação” - que, na prática revela-se uma fractura com consequências futuras - queira dar um ar de práticas políticas novas, estas, pelos resultados, não são melhores que as anteriores. As anteriores estão objectiva e positivamente comprovadas em termos de Bem Comum, não sendo importante para o efeito o que julgam os dirigentes da Oposição. Neste quadro, os autonomistas sociais-democratas não podem aceitar o risco da repetição do aventureirismo eleitoral interno, só porque há gente que tem expectativas ou ambições frustadas.
Concluindo.
Um Partido é um instrumento de Bem Comum, por muito que alguns julguem ser instrumento das suas ambições existenciais. Tem de se impor acima dos pontos de vista diferentes, normalmente saudáveis.
Tem de demonstrar ser um Serviço ao Povo soberano num futuro em que temos de substituir esta partidocracia e este sistema político, hoje controlados pela plutocracia interna e externa.
Logo, não comprometer um futuro que tem de devolver a fé e a confiança ao Povo soberano.
Razão para não se deixar brincar com o PSD/Madeira

Funchal, 24 de Novembro de 2015

Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim  

S.O.S. ao Dr. Raimundo


Reveja, Professor, este out-door que o anterior governo regional montou a meio do cais para mostrar aos pacóvios da Tabanca e aos nossos turistas a obra que decorria ali ao pé.
Eis a bonita imagem.



Olhando bem, até podemos lembrar aquele balão amarelo na imagem, sobre a zona do cais, a situar o observador que por ali passeava: "Eu estou aqui; I'm here"
Pronto. 
Dado que agora temos uma versão oficial segundo a qual a parte da obra a sul não se destinava, nem de perto nem de longe, a ser comercializada com atracações de navios, tendo antes como objectivo proteger o jardim do aterro, peço uma opinião abalizada sobre o que possa vir a ser aquele bicharoco encostado ao Cais 8 que se vê no croquis.
Macacos me mordam se aquilo não parece um paquete de cruzeiros!
Sempre andei com essa ideia na cabeça. 
Os proprietários dos bazares das ruas da Alfândega e dos Murças até festejavam a inovação do Cais, dizendo que os passageiros visitantes passariam a saltar ali à mão de semear e, percorridas escassas dezenas de metros, estariam a comprar toalhas bordadas e miniaturas de barquinhos nos seus negócios! 
Se o Professor confirmar a versão oficial e disser que estou enganado, que aquilo não é um navio, amanhã vou à loja do Alberto. O oculista. 
PS - Está na hora de acrescentarem no dicionário mais um significado para 'cais'. Além de "estrutura para embarque e desembarque de pessoas e mercadorias", considerar: "estrutura para proteger as loucuras da Madeira Nova". 
Então como é? Dizem que é protecção de jardim e chamam-lhe 'Cais' - 'Cais 8'? 

Metendo o bedelho


POR QUE NÃO UM 'CAIS 9' 
PARA PROTEGER O 'CAIS 8'?


Não percebemos nada de portos e marinas, mas há coisas que entram pelos olhos dentro


O Professor Raimundo Quintal conta-nos no post abaixo a história do navio 'Rhapsody of the Seas' que trazia hoje 2000 passageiros e, recusando atracar no famigerado Cais 8, zarpou de volta, apontando leme a Canárias.
Como lembra o articulista, baseado nas "doutas autoridades portuárias", esse Cais 8 afinal não é para acostagem de navios. Os 23 milhões que custou destinam-se à protecção do jardim que floresceu do aterro, baptizado 'Praça do Povo'.
Quer-se dizer: aquele jardim foi feito ali porque - diziam os experts da altura - saía muito caro levar dali os despojos das enxurradas do 20 de Fevereiro. Ora, gastou-se o dinheirão para fazer o jardim. A seguir, foram-se mais 23 milhões... para proteger o jardim. 
Então saía mais caro tirar as pedra dali? Bolas! E a gente a pensar que, bem trabalhado, o Avelino ainda era capaz de entrar com alguma coisa para ficar com os pedregulhos!
Bom, perdido por perdido, e já que o Cais 8, além de proteger as florzinhas, só serve para acostar quando o malvado do Lobo Marinho não faz ondas, por que não gastar mais qualquer coisa - uns 50 ou 100 milhões - para fazer, mais fora, um Cais 9 que proteja o Cais 8?
Agora é que se justifica, se o jardim do aterro entrar mesmo para o Guiness. 
O problema é se for preciso um Cais 10 para defender o Cais 9, por causa das ondas do Lobo Marinho e da 'levadia' de Inverno. Qualquer dia, de cais em cais, vamos a pé até Cabo Verde.

JARDIM DA MADEIRA PARA O GUINESS JÁ!


                Hoje no porto do Funchal deveriam estar atracados 3 navios com turistas. Dois no velho cais sul, que lá estão. Um no novíssimo cais norte (batizado de cais 8), que mais uma vez ficou deserto.
                O comandante do navio “Rhapsody of the Seas”, com cerca de 2000 passageiros, não arriscou atracar no cais 8, nem fundeou ao largo. Depois de algum tempo na baía do Funchal, rumou para o porto de Las Palmas.
                Segundo as doutas autoridades portuárias o novo cais, que custou 23 milhões de euros, não é um cais para acostagem de navios mas uma proteção para o jardim, que foi construído no aterro criado após a aluvião de 20 de Fevereiro de 2010.
Como o referido jardim foi construído no âmbito da “intervenção nos troços terminais das principais ribeiras do Funchal”, ninguém sabe exatamente quanto custou. Mas, não pecaremos por excesso, se estimarmos que custou uma mão cheia de milhões de euros.
Ora o tal Jardim / Praça do Povo, protegido por um cais que não é cais, que está bonitinho, reúne condições excecionais para uma candidatura ao Guiness Book of Records, como o jardim mais caro do mundo por metro quadrado.
Jardim da Madeira para o Guiness já!

Raimundo Quintal

Até que enfim!


DEPOIS DE TUDO ISTO, O HOMEM VAI DE VEZ, NÃO É?

Costa: "Muito prazer, sr. Presidente." Cavaco: "Encantado."

Cavaco sempre foi um gato das sete vidas. Quando a gente se 'precatava', lá estava ele num cargo importante, para gramarmos o 'emplastro' mais uns anos. Não nos digam que desta vez... Bom, depois de indigitar esta manhã António Costa, esperemos que só o tornemos a ver a dar posse ao governo e depois no dia da abalada para Boliqueime.

O homem que puseram no Palácio de Belém acaba de indigitar António Costa para primeiro-ministro. Há quem compare esta demora com a de Jorge Sampaio, numa situação parecida. Parecida, sim, mas longe de igual.
Desta vez, com Cavaco, estava tudo a indicar o caminho lógico: se a minoria Passos-Portas não passou no parlamento, a solução era convidar a formação partidária logo a seguir mais votada, o PS. Que até se sabia contar com apoios que completavam a maioria absoluta no parlamento.
Não. O homem que puseram em Belém quis dar nas vistas, impedindo a esquerda de chegar ao poder. É mais forte do que ele. Então, tentou um governo de gestão. Acabando as negociações que andou a fazer, para a frente e para trás, com toda a gente contra ele, inclusive o centro-direita, que não queria, e bem, essa situação indefinida da gestão.
Cavaco chateou a esquerda. Chateou a direita. Pôs os Portugueses nas horas do c... Mostrou arrogância. Que tinha soluções para tudo, o atado do presidente. Que a esquerda é anti-europeísta, logo jamais poderia ser poder. Que os mercados assim e que os credores cozido. Que o raio parta aquela presidência. Enfim.
Depois de tanto empatar a vidinha do Pagode, como um maçador pior do que o 'emplastro' dos directos televisivos, lá o homem se decidiu ouvir os graúdos da Lusitânia, para não fazer alguma coisa que aborrecesse os grandes empresários e os capitalistas. E até esses viram o erro que seria um governo de gestão. Só o homem do bolo-rei não viu. Precisou de conselhos. Para ele, o Conselho de Estado é uma mesa cheia de banqueiros e outros tubarões do capital.
Esta manhã, o homem capitulou. Decidiu aquilo que deveria ter decidido à primeira. Sem este espectáculo deprimente que, depois de uma carreira para esquecer, escolheu para 'apoteose' da sua saída de cena, esperemos que definitiva. Já não temos idade para emigrar.
Razão tinha o saudoso José Vilhena que, sempre que Aníbal entrava para um cargo, começava a contagem decrescente desse mandato, escrevendo nas suas revistas: "Faltam 832 dias para o homem ir embora"; "Faltam 825 dias para o homem ir embora".
Demorava. Mas ele foi sempre embora. Agora torna a fazer as malas, mas com motivos de alívio para Portugal inteiro, da esquerda à direita: desta feita, ele vai de vez. O emplastro não atrapalha mais.

Homenagem ao Mercado



BODAS DE DIAMANTE EM TEMPO DE CRISE 




Hoje há bolo para partir no átrio do Mercado dos Lavradores. A bem-amada instituição onde se comercializam produtos agrícolas e peixe completa a bonita idade de 75 anos. 
Foi em 1940 que o Dr. Fernão de Ornelas acabou com a espelunca de feira que se fazia entre os Largos da Praça e dos Varadores para dotar o Funchal e a Madeira de tão fascinante empreendimento, na zona dos Lavradores.
Cabe aqui lembrar que o então presidente da Câmara fez essa e outras obras importantes, arrojadas para o seu tempo - como a rua a que dariam o seu nome, a Avenida do Mar, a Rotunda, a Avenida do Infante e o magnífico novo miradouro do Pico dos Barcelos - Fernão de Ornelas fez tudo isso durante a II Guerra Mundial, sem dinheiro. 
Como é que isso foi possível? - pergunta-se.
O Dr. Castro Jorge tinha uma explicação: essas obras sem dinheiro foram feitas com uma pá e um cesto.
Já agora, os presidentes de câmara desses tempos exerciam o cargo em part-time, com um pagamento que dava para o café. E o Funchal tinha mais população do que de há 20 anos para cá.
Aliás, como já observámos aqui, o presidente da Junta Geral, contando com 2 ou 3 procuradores e a colaboração do Director do Porto e do Reitor do Liceu, e porque o governador era um pau mandado de Lisboa, tratava do executivo da Madeira na plenitude e fazia a sua obra com eficácia. Sem ter à sua volta uma dezena de secretários-ministros, directores regionais aos montes, adjuntos, chefes de gabinete, assessores, secretárias dos secretários, secretárias das secretárias dos secretários, adjuntos do assessor, assessores do adjunto - enfim, essa máquina toda cá na Tabanca que parece montada para governar Hong-Kong.
O facto é que as obras no tempo de Fernão de Ornelas nasceram e entraram em funcionamento - com cerimónia inaugural, é certo, mas sem o espavento que fazem hoje em dia para mostrar pela televisão um simples acrescento de beco ou uma tabuinha com o nome da vereda na aldeia.
Não esquecemos o erro de Fernão de Ornelas, como consideramos ter sido o derrube do Pilar de Bânger - torre sem beleza nenhuma, porém indissociável do histórico retrato mercantil e portuário do antigo Funchal. Mas ninguém é perfeito e aliás há muita gente que entende ter o edil de então ter feito muito bem como fez.
Vá lá que ainda reconstruíram um bocado de Pilar, que pode ser visto hoje na Avenida do Mar.
Voltando à vaca fria, hoje é dia de festa no Mercado dos Lavradores. Merecida. É ali que encontramos produtos frescos e com preços em conta, já que os comerciantes são pressionados pelas 'promoções' das grandes superfícies. Então, os preços baixam no Mercado. E é precisamente neste contexto que a Sra D. Câmara carrega na mensalidade dos comerciantes. Aquilo é tudo rendas de 4 mil euros ao ar. Com os 'milhos fritos' para condomínio e IVA, os negócios entram mensalmente com uns 6 mil deles.
Está tudo tonto.
E daí os estabelecimentos fechados, como as fotos aqui abaixo mostram.
Por sorte, há sempre uns malucos que querem arriscar o impossível, pelo que há barracas fechadas mas em remodelação, para reabrirem com novos concessionários. Até ver.
Digamos que a festa de hoje correria melhor com barracas a funcionar em pleno e com alguma clientela.
Registe-se, apesar de tudo, a dignidade que os responsáveis municipais estão a dar à simpática unidade, com festejos acolhedores. Pode ser que, inspirados por estas Bodas de Diamante, eles voltem atrás, à dignidade de impedir um mercado tradicional como é o nosso rendido às quinquilharias de mercado chinês, porque para isso há espaços próprios noutras partes da cidade. 







segunda-feira, 23 de novembro de 2015


JARDIM DO TOJAL

Faial – nordeste da Madeira
Numa manhã de Outono...ou melhor de Primavera, porque nesta ilha as flores brilham doze meses por ano.
Aqui a flor está sempre em festa!

Texto e fotos: Raimundo Quintal

Abril sempre




Celebrar o 25 de Novembro, sim, mas quando 
se celebrar também as derrotas fascistas no 28 de Setembro e no 11 de Março



Os saudosistas do Estado Novo morrem de saudades do dia em que estes 3 figurões do PREC (Fabião, Otelo e Rosa Coutinho) foram devolvidos à caserna.

O combativo deputado popular Lopes da Fonseca, em conferência de imprensa, convidou esta manhã o PSD-Madeira a explicar o porquê de ter deixado de defender a realização de uma sessão solene parlamentar comemorativa do 25 de Novembro de 1975. Achamos essa uma dúvida um pouco redundante, desculpará o nosso Amigo Professor e líder parlamentar do PP.
Mais interessante parece-nos aprofundar para entender minimamente como é que conseguem ostentar esta mudança de postura certos indivíduos que passarem 30 anos a defender exactamente o contrário, sempre a gritar vivas ao 25 de Novembro. E recordar outros que, durante o mesmo longo período, deixaram Novembro achincalhar Abril todos os anos sem abrirem a boca em defesa do golpe que enterrou o fascismo em 1974. Caladinhos que eram, revolucionários que agora nos saem!
Anos houve em que, a 25 de Abril, os deputados da oposição foram deixados às escuras a cantar o Grândola... 
E ainda há por ali gente do PSD que assistiu e corporizou essa rábula contra-revolucionária.
Perceber certos estômagos é que valeria a pena.
Quanto aos motivos que levaram a maioria laranja a deixar cair a sessão do 25 de Novembro, é óbvio, trata-se de corrigir um erro voluntário e provocatório que durou décadas.

É tudo muito simples. A grande viragem em Portugal, depois de Outubro de 1910 e de Maio de 1926, foi o Abril de 1974. Indiscutível.
Se fosse para celebrar o 25 de Novembro, seria preciso antes celebrar o 28 de Setembro da Maioria Silenciosa e o 11 de Março de 1975, quando os spinolistas reacças, num caso e noutro, tentaram obstruir os ventos de Abril e repor o passado no poder.

Opinião


A MADEIRA HONRA O 25 DE NOVEMBRO


Para os que acreditam que a Política não é relativismo, mas assenta obrigatoriamente em Valores e Princípios, torna-se óbvio condenar a iniciativa do actual PSD, mãos dadas com o PCP e o “bloco de esquerda”, de, na Assembleia Legislativa da Madeira, acabar com evocação da Memória daqueles que a 25 de Novembro de 1975, em operações militares, deram a vida para impedir a transformação do 25 de Abril numa ditadura comunista.
Deram a vida por um Portugal livre cuja Democracia até tolera a mediocridade, a falta de respeito e a indigência político-cultural.
Só que tal iniciativa lamentável nem sequer minimamente impede que a Madeira honre a Memória do 25 de Novembro, numa Missa na Igreja da Nazaré, às 19 horas, sufragando os que se imolaram pelas Liberdade democráticas.
Enganam-se, os que pensam poder camuflar as suas incapacidades, recorrendo ao impossível apagar da História.

Funchal, 23 de Novembro de 2015

Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim