SÉRGIO DIZ QUE ATRAI AS NOSSAS COMUNIDADES
COM 'CENTROS INTERPRETATIVOS',
'FÓRUNS' E O DIABO A QUATRO
'FÓRUNS' E O DIABO A QUATRO
Governantes excursionistas! A gente paga a conta do Tamanaco e das noites em Joanesburgo, mas não nos chamem trolhas
Se alguém julgar que estamos a inventar, aqui está uma prova da prestação de Sérgio ontem na ALM. |
Quando, depois de 40 anos de tapar o sol com uma peneira, entra pelos olhos dentro do ilhéu mais cegueta que essa teoria de cativar a diáspora só interessa a meia-dúzia, lá vem Sérgio Marques para o Parlamento com projectos e mais projectos de pseudo-organizações, gabinetes e fóruns supostamente destinados a "aproximar as comunidades madeirenses espalhadas pelo mundo".
Ora bem: se fomos tratados como atrasados mentais nas anteriores 4 décadas de tribalismo rupestre, como imbecis querem agora os do Blue Stablishment continuar a tratar-nos.
Antes, eram os conselhos das comunidades, os congressos de emigrantes, as visitas oficiais às comunidades. Que é que resta disso, hoje? Que benefício das despesas desse turismo todo?
Já não estamos no tempo em que o camponês ou o funchalense suburbano embarcava para o estrangeiro, disposto a trabalhar 24 sobre 24 horas, para alimentar, é o termo, a família que ficava cá, sustentando ao mesmo tempo a vida pública com as ambicionadas remessas monetárias. E, depois de tantos anos e anos de sacrifícios e mau ambiente nos locais de 'acolhimento', ainda vinha o emigrante à terra dar bodo aos conterrâneos no papel de festeiro, feliz por matar saudades dos primos e primas, do sr. vigário, dos amigos, da serra e das cabras. Muitas vezes, uns intelectuais de meia tigela ainda escarneciam de quem, à sua maneira, amava a sua terra e fazia tudo por ela. Os carrões, as gravatas carnavalescas, o prego de ouro....
Pois as terceiras e quartas gerações de luso-descendentes não estão para aturar quem vilipendiou os seus abnegados antepassados. Comprovadamente, e com toda a razão, os novos têm vergonha do lixo televisivo que mandam de cá para as comunidades - é só recordar o que, mais uma vez, aconteceu neste Verão com as transmissões de arraiais cheios de fumo, espetada, bolo do caco e beijinhos e abraços para La Guaira e para Nice. Os jovens licenciados e perfeitamente enquadrados nas sociedades lá fora onde nasceram e vivem, de pais e avós portugueses, envergonham-se quando os amigos e companheiros de trabalho lhe pedem explicações sobre o 'trogloditismo' que vêem nos noticiários e nos programas medievais de televisão, geralmente na RTP-M/RTPi.
Pergunta-se: que raio de comunidades é que o Dr. Sérgio quer atrair com esses novos projectos que apresentou ontem? Ele é 'centros interpretativos da diáspora madeirense' (não estamos a brincar, foi assim que ele disse), ele é 'fóruns Madeira Global' (também é a sério), ele é 'conselhos da diáspora madeirense' (assim ouvimos), ele é o diabo que carregue estas tretas todas.
Pura e simplesmente, as actuais gerações de luso-descendentes têm mais que façam do que aturar estes regedores de Tabanca armados em ministros de um enorme país do tamanho da Deserta Grande.
Está bem, continuem a organizar as suas excursões de malta importante para umas borgas no Tamanaco e no Eurobuilding, com umas almoçaradas nos luxuosos restaurantes de La Castellana e de Las Mercerdes.
A gente paga isso tudo.
Divirtam-se agora na viagem que aí vem à África do Sul, outra vez com a TV-Espetada a reboque para publicitar algum subsídio ao asilo de velhos na zona. Dêem a tradicional saltada a Sun City, para tratar de 'entabular conversações de âmbito turístico' e até para pensar numa linha aérea com excursões de lá para cá (de que nunca mais se falará, passada a euforia da viagem).
À chegada aqui, podem até justificar a coisa: há empresários de topo interessados em investir na Madeira.
A gente ouve e cala. E depois paga a factura. Mas pedimos encarecidamente: chega de nos chamarem otários.
6 comentários:
Caro Sr. Calisto, ainda aqui vamos. E não viu o Sérgio (300) há dias a dizer que ia manter a teaça das pontes? Então o homem está à frente do que nem do básico sabe, o que se poderia esperar?
Nunca vi uma loja dos 300 dar tanto!
Inúteis!
Levem-nos no avião cargueiro para a África do Sul, ehehehehe
o JM recebe quase tanto como o Nacional e o Maritimo que dão retorno maior que o investimento em impostos....digam mal agora do dinheiro para o Futebol....
Parabéns . Muito bem escrito.
Enviar um comentário