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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Opinião


As três prioridades hospitalares


Como está ao debate público a questão hospitalar - que é uma coisa muito séria para estar condicionada ao sabor dos Partidos políticos que temos e de “cartas do leitor” - aconselhei-me com quem sabe para, junto com a experiência governativa, legitimamente formular uma opinião pessoal.
Temos, portanto, o Hospital Central do Funchal.
O Hospital Central do Funchal é um complexo hospitalar constituído pelo Hospital Dr. Nélio Mendonça e pelo denominado Hospital dos Marmeleiros. O ex-Sanatório Dr. João de Almada integra outra rede.
O Hospital Central do Funchal é um complexo hospitalar chamado de “fim de linha”, tal como os de Lisboa, Porto e Coimbra, porque com um elevado número de valências, especialidades e equipamentos, destinado a atender doentes com situações mais complexas e graves.
A diferença do nosso em relação a Lisboa, Porto e Coimbra, é a de se situar num território insular, descontinuado da rede hospitalar do Continente e servir um universo populacional que, mesmo com a população flutuante, não atinge trezentos mil habitantes (300.000 h).
No Continente, enquanto os mencionados complexos hospitalares de “fim de linha” são todos públicos (universitários ou não), os Hospitais mais recentes:
- são mais pequenos;
- foram construídos e equipados por “parcerias público-privadas”, regime de “chave na mão”, em troca da respectiva exploração;
- por isso, têm menos camas, menos valências, menos especialidades e menos equipamentos do que os complexos hospitalares de “fim de linha”, porque estão apontados a fins lucrativos;
- resultado, os doentes mais graves são passados ao complexos hospitalares de “fim de linha”.
Isto explica que, por exemplo, o Hospital de Todos-os-Santos, previsto para substituir os antigos Hospitais Civis de Lisboa, e já com terrenos reservados e expropriados AINDA DO ANTIGO REGIME, a sua construção, manutenção e exploração não seja apetecível à iniciativa privada, visto que, ao ter exigências de complexo hospitalar de “fim de linha” em valências, especialidades e equipamentos, já não é lucrativo.
Tal ilustra a dificuldade de construir hospitais de “fim de linha” no Continente. Agora, então, considere-se a Madeira onde seriam maiores os custos e a manutenção dos equipamentos, quer os velhos, quer os novos, num sector sempre em acelerada evolução tecnológica, até pela necessidade de maior coexistência no tempo desses referidos velhos e novos equipamentos. Seria também mais cara a construção.
Logo, maiores custos por cama na Madeira do que no Continente.
Após o 20 de Fevereiro de 2010, os meus Governos encontraram-se com a situação seguinte:
- agravou-se, então significativamente, a deterioração do Hospital dos Marmeleiros - o aterro situado à sua frente passou a ter risco de deslizamento para a Estrada dos Marmeleiros;
- um Plano de Ajustamento Económico e Financeiro colonial e separatistamente imposto à Região Autónoma, não sendo a Dívida Pública desta considerada nacional apesar de mais de cinco séculos de expoliação do nosso Território pelo Estado português, o que sobrecarregou as dificuldades financeiras da Madeira;
- inexistência de grupos privados, para o efeito prospeccionados, interessados numa “parceria público-privada” para um novo hospital na Madeira tipo “fim de linha”;
- não se tinha conseguido pagar sequer vinte por cento dos terrenos reservados para o novo hospital;
- não fôra concretizado o novo projecto arquitectónico hospitalar, baseado na actualização do programa funcional, entretanto feita;

Neste contexto, seguindo orientações europeias e reavaliada a situação, bem como dispondo de terrenos na Cruz de Carvalho, e ainda no interesse de os doentes beneficiarem de todas as valências, especialidades e equipamentos de um hospital de “fim de linha” como tem de ser o da Madeira, decidimos juntar as estruturas e serviços numa ampliação e numa remodelação do Hospital Dr. Nélio Mendonça.
Obviamente que, como qualquer Hospital, velho ou novo, pela vida fora terá de ser permanentemente beneficiado e actualizado.
O que não se pode, é depois dos investimentos aí feitos, muitos nos últimos anos, pura e simplesmente pô-lo de lado sem, em alternativa, estar definido um novo destino de igual prioridade.
O que não pode deixar de ser feito, é dar primazia ao seu constante reequipamento e à neutralização de todas as fontes de infecção que provenham da deterioração de estruturas existentes há mais tempo.
No que não podemos ficar “dependurados” é nas “promessas” da República que, em relação à Madeira, nem a Constituição cumpre quanto às suas obrigações com os encargos de Saúde. Não poderemos progredir, também no campo da Saúde, nem resolver os contenciosos da Autonomia e da impropriamente chamada “dívida da Madeira”, pois sem isto ficaremos mas basbaques à espera do que nunca virá e sujeitos a custos de manutenção impossíveis, mesmo havendo nova unidade hospitalar.
O que não pode deixar de ser feito, é solucionar o problema do Hospital dos Marmeleiros.
Portanto:
Solução na própria Cruz de Carvalho, já em curso. Remodelação rápida no Hospital Dr. Nélio Mendonça de tudo o que possa oferecer riscos. E enfrentar o problema nos Marmeleiros - aqui, é que se calhar pode ser necessário outra construção e noutro local, para os mesmos fins a que este Hospital responde.
São estas as três prioridades, na minha modesta opinião.

Funchal, 19 de Novembro de 2015

Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim  

8 comentários:

Miss Take disse...

O que dirão os comentadores da "pirula" a mais esta lição? Vou esperar na certeza de que, como o tema é saúde, lá aparecerá a palavra pastilha (sempre fica melhor que, pírula LOL).
O Hospital dos Marmeleiros, no Monte, é uma VERGONHA!! Não há quem neste governo fale disso?!...falamos nós!

Anónimo disse...

Calisto, vc tá lixado...com esse colaborador.
È que quanto mais lhe batemos, mais vai ele aparecer. Ele sempre foi do contra. Tristeza. Agora é especializado em Hospital . O Dinheiro da Marina do lugar de Baixo e mais uns túneis e campos de futebol etc, tinham dado para o Hospital novo...

Anónimo disse...

E a Escola Horácio Bento foi erradamente construída nos terrenos naturais para expansão do Hospital.
ERRO crasso...Senhor

Anónimo disse...

Seria bom saber porque este senhor vive à custa da FSD e os funcionários à custa do PSD (André Freitas e companhia...), para depois passar o dia a dizer mal do PSD. Vergonha!!!

Jorge Figueira disse...

Li, e vou deixar o meu comentário.
O Povo Superior esteve habituado a que tudo aquilo que lhe facultavam fosse sempre, como sabemos, do bom e do melhor.Tudo muito acima da tristeza "cubana". Não podemos aceitar comparações com os "fins de linha" existentes no "rectângulo".
O nosso modelo tem ser uma ilha exemplar. A Grã-Bretanha podia ser o termo de comparação. Porém, aversão do autor do texto aos "Ingleses" levou-o a esta pobre comparação com o "fim de linha" dos famigerados hospitais dos caloteiros portugueses. Deixo o meu protesto. Esqueça o autor do texto a Inglaterra, compare-nos a umas ilhas de jeito. Não cobro pela ideia mas quero ver o Povo Superior comparado ao Japão.
Já que tudo isto é coisa de "fim de linha" que seja em grande. Com hospitais de "fim de linha", já agora, para todas as especialidades

Anónimo disse...

Vai para a Fundação dormir umas sestas pá.....lol....ai ninguém vê

Anónimo disse...

Ninguém vê? Dizem que Há pessoal a tirar fotos dos que lá entram quer no estacionamento Superior quer discretamente pela rampa.... Já dá para um documentário ...

Anónimo disse...

de onde vem o financiamento da Fundação Social Democrata ? a pergunta que parece fora do contexto , é para conseguir perceber algo sobre obras , nomeadamente as em apreço e a sua ligação a empresas de construção ( não são assim tantas )