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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Ciência política é isto


GOVERNO EMPATA FERRY 8 MESES
...E PASSA A BOLA AOS 'SÚCIAS' DE LISBOA



Como toda a gente já percebeu, a táctica deste governo regional Blue Stablishment é, nas horas de aperto, despachar a bola da grande área pontapeando-a lá para a frente. Enquanto o adversário prepara novo ataque, a defesa repousa comodamente.
Desta vez, o truque foi meter o carro à frente dos bois e ganhar 8 meses sem aborrecimentos de maior por causa do famigerado ferry de ligação Madeira-Continente. O resultado obtido pela equipa de Albuquerque é brilhante, reconheçamos: passado tanto tempo com a bola bem longe da área de perigo, a jogada foi - agora que a redondinha ameaçava de novo - um senhor pontapé ao estilo 'passe de morte' para o governo da República. 
Sim, a partir de agora os malandros que empatam o ferry estão em Lisboa. Os tipos centralistas que ignoram a legitimidade da coesão nacional e negam à massacrada Madeira uma promessa... de Miguel Albuquerque!
Ora bolas! Eduardo Jesus botou conferência de imprensa esta manhã para dar conta de que os 7 armadores que se chegaram ao projecto de linha Madeira-Continente só aceitariam concretizar uma proposta com mais condições do que a mera redução de tarifas oferecida pelo governo regional. Mas qual era a dúvida de que eles responderiam isso? Algum armador seria suficientemente maluco para assumir um negócio que só pode dar prejuízo?
E qual é a dúvida de que deve ser o governo central a cobrir uma premente necessidade de ligação que garanta a continuidade territorial a que todas as parcelas de Portugal têm direito?
Obviamente, o governo regional teria de começar, permitam a imagem, pelos bois que puxam a carroça. Ou seja, depois de tanto alarido nas campanhas eleitorais, a interna do PSD e a regional, com promessas sonoras de ferry, o governo devia impor logo o objectivo ferry ao governo central. Acontece que estavam lá no poder os amigos Passos e Portas... com eleições à vista. Como 'chateá-los' com um capricho de ilhéus?
Passou-se. Engonhou-se a porra do ferry com estudos, reuniões, discursos gagos, consultas a especialistas, desculpas esfarrapadas no parlamento, conversações com armadores potenciais interessados na linha ferry. Mas... espera aí! O PPD foi jogado do governo em Lisboa? Pois é hora de mandar a bola para canto, entalando a nova situação socialista nacional. António Costa vai apanhar com o projecto e que seja ele a dizer que não cobre os custos. E o governo regional, com ou sem linha, continua no seu doce establishment, indecentemente coberto por uma blindagem espantosa.
Depois da conferência de imprensa de hoje, a posição oficial - tal como a oficiosa - é que o problema do ferry é de António Costa. Deixou de ser de Miguel Albuquerque ou de Sérgio Marques - que também prometia mundos e fundos a esse respeito nos seus tempos de delfim candidato a líder do Laranjal.
Raio de histórias que ouvimos esta manhã! Que a linha é deficitária. Olha que novidade! Quem é que desde início não percebia que a linha é deficitária? Obviamente que a linha é deficitária, de contrário os Sousas não teriam conseguido correr com o Armas, como fizeram. Mas também é de interesse nacional, pois que até permitirá aos continentais virem até nós, com automóvel e tudo!
E há mais poeira atirada para os olhos da nossa simpática viloada. Alguém, no seu perfeito juízo, pensa em exigir uma ligação diária com o Continente - e Canárias - por mar? Já se ouviu exigir duas ou três viagens semanais? Obviamente, todos aceitamos que o realismo económico-financeiro deve ser observado. Falemos de programas de viagens que priorizem determinados períodos do ano. Sempre no plano do razoável. Não queremos o Vapor do Cabo à terça e à sexta. O que queremos saber é que, se precisarmos de ir à Península de barco, há viagens nesta altura do ano e naquela. Para programar a vida. Sendo assim, o ferry vai cheio e não há viagens sublotadas. Ainda assim, não dá lucro, dá prejuízo. É capaz de dar. Mas controlado. E aí é que entra o conceito de Estado. Ou, melhor, de Nação. O governo deve privilegiar a coesão territorial e social.
Enfim, o nosso simpático eleitorado levou mais esta enra... 
Deixa p'ra lá.   
O governo regional aguentou o diacho do ferry em 'banho maria', matreiro, sem ser muito azucrinado. E agora passa a bola para o governo socialista lisboeta.
Os nossos parabéns ao Establishment Azul e seus comparsas, os prováveis e os improváveis.
Ciência política é isto.

9 comentários:

Anónimo disse...

Excelente texto, parabéns.

Anónimo disse...

A segunda vai ser o hospital novo depois das promessas vão chegar à conclusão que não há dinheiro aqui e que lisboa não quer pagar o hospital. Quero ver o secretário da saúde a babar-se todo a explicar porque não vamos ter um hospital em lado nenhum e está tudo a dar o berro. A oposição vai dar todo o tempo do mundo para ele se explicar na aassembleia e se enterrar todo.

João Barreto disse...

Devo acrescentar, caro Calisto: ciência política no capítulo da demagogia aplicada sem pejo nem vergonha!

Anónimo disse...

Já há meses escrevi aqui, que, se a coisa fosse boa, os Sousas lá estariam, e nem o Armas teria aparecido por cá. Se os Sousas não se meteram é que o negócio não prestava.
Vejam o caso do Porto Santo. Só com grandes apoios que todos nós pagamos é que há ferry. Tal e qual como os transportes publicos. Vejam quanto recebem Rodoeste, Sam, Horários e Caniço. Não fossem as indemnizações compensatórias e essas empresas estavam bem f.....s. O povo não poderia pagar o custo real, dito real, do transporte. São daquelas empresas que vivem do orçamento público. E nós pagamos.
Resta saber se este custo social vale a pena, e se no caso do ferry a constitucionalmente dita continuidade territorial vale pagamento da coisa a um armador.
Foi bem jogado passar a batata quente para o governo da república, lavando o governo regional as mãos do cumprimento constitucional. Isso é coisa a nivel nacional.
Agora Antonio Costa, experiente como é, vai mandar o camarada dos Açores dizer que também quer. Serão necessários mais uma carrada de estudos para ver em quanto é que a brincadeira fica, demora-se nisso mais uns meses a um ano, o Carlos Pereira vai tentar empatar a coisa a ver se o Governo do Dr. Albuquerque faz má figura arrastando o assunto até às autárquicas do ano que vem, e no meio de tudo isso,enquanto o pau vai e vem, o Dr. Luís Miguel Sousa vai rindo. E para ele não será caso para menos !

Anónimo disse...

Há uma coisa que eu não percebo! Se a linha é deficitária porque raio os sousas afastaram o ARMAS desta linha com a conivência da conchita? O problema é que o ARMAS veio destapar a careca dos sousas que exploram os madeirenses e portossantenses com preços pornográficos! No ARMAS levar um carro para o continente custava 100 euros. Nos sousas o mesmo carro custa 600 euros. E não há um governo de verdadeiros madeirenses que acabem com esta chulice!

Anónimo disse...

Os Sousas não afastaram o Armas. Não precisaram de o fazer. O Armas acumulou prejuízos até perceber que nunca lhe dariam as condições financeiras da linha, tal como é dada à ligação com o Porto Santo.

Anónimo disse...

Só revela Incompetência governativa.

Anónimo disse...



SÁ FALTA AO CARGUEIRO VOADOR....ALGUÉM SABE ONDE ELE ANNDA DEPOIS DO CASÓRIO?

Anónimo disse...

Já conseguiram a garantia bancária? Não me parece...