FALHA DE COMUNICAÇÃO JARDIM-BISPO
O presidente do governo Jardim disparou quarta-feira recados para o interior da Igreja, atingindo padres como José Luís Rodrigues, Manuel Martins e Ricardo Freitas. Quando se esperava que o chefe da Igreja Carrilho atingisse Miguel Albuquerque, Rubina Leal e Rui Abreu, a homilia do Corpo de Deus foi para falar de Emaús e comunhão fraterna. Os analistas pasmaram.
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| Jardim falou dos 'padrecos'. |
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| D. António não falou de Albuquerque nem de Rubina. |
No cumprimento cabal das funções que no acto de posse lhe foram confiadas, o chefe das Angústias proferiu quarta-feira um discurso virado para o interior da Igreja. A prédica culminou uma cerimónia marcada pelo recolhimento e que aos mais fervorosos fiéis católicos fez recordar o sermão da montanha proferido por Cristo num alto sobranceiro ao Mar da Galileia, através do qual o Mestre ensinou a vencer a ira, a ser casto, a manter a palavra empenhada e a perdoar até aos inimigos.
No alto da Portela, junto às águas inexistentes da lagoa sujeita a inauguração, disse Jardim aos fiéis, referindo-se aos 'padrecos' já devidamente atacados pelo católico Jornal da Madeira: "...Essas pessoas que, tendo por missão no mundo pregar a paz e o amor, são os primeiros a estarem nesta terra a pregar o ódio."
Moderno testamento
Os recados atingiram os redutos da Igreja madeirense onde se encontram encovilados padres que andam subrepticiamente a semear a discórdia no rebanho que sempre votou laranja, enfim, como reclamou Jardim, "pessoas que deviam ser uma referência para haver a fraternidade entre os cidadãos, são esses os primeiros a estarem a pregar a divisão entre o povo madeirense".
...Um sermão que os escribas do 'moderno testamento' precisam de corrigir de ponta a ponta (e mesmo assim já fizemos umas correcções), dado o português marroquino do interior. Mas o importante foi a mensagem, que acabou assim: "Cuidado, povo madeirense, com os lobos vestidos de pele de cordeiro."
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| A prédica escrita no Paço das Quatro Fontes desiludiu os comentadores políticos. |
Criada natural expectativa, julgava-se que o chefe da Igreja Carrilho subiria ao púlpito nesta quinta-feira de Corpo de Deus para meter na ordem uns cavalheiros que andam a tentar desestabilizar o PPD, partido parceiro das Quatro Fontes no sistema regional.
Apesar de D. António falar para um redil onde pontuavam seu companheiro Jardim das Angústias e o incrível representante da República, o discurso tergiversou para áreas inesperadas.
Ao contrário do que se previa, o homem das Quatro Fontes não pronunciou uma só palavra sobre as facas que andam por aí a espetar nas costas do rei das araras. Nem sequer os futuros "desempregados da Câmara do Funchal que andam à procura de novos tachos" foram tocados na homilia.
Admitia-se que não se aludisse aos "partidecos da Madeira" que fazem o folclore habitual, mas era expectável que o bispo não deixasse passar sem admoestação "aquela gente, mesmo dentro do PSD, que se aproveita das dificuldades para trair o líder, assim mostrando a sua falta de carácter e de formação".
O bispo nem apelou para uma subida dos fiéis ao Chão da Lagoa
Mais boquiabertos ficaram os analistas de serviço quando chefe das Quatro Fontes desatou a falar sobre as caminhadas de Jesus em Emaús, em vez de apelar à subida maciça dos madeirenses à Herdade laranja, dia 22 de Julho, acontecimento importante porque aí se verá quem tem mais espingardas: se o rei das Angústias, se o Albuquerque, o tal que "anda em bicos de pés sem ter categoria para isso".
Disse Jardim, no alto da Portela, mesmo sem ter conseguido o milagre de uma gota de água para inaugurar convenientemente a lagoa que, pelos vistos, correrá parelhas com a inútil lagoa do Santo: "Cuidado com os lobos vestidos de pele de cordeiro!"
Todos: "Piedade dos cordeiros vestidos de lobo!"




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