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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

LUTO


MORREU O SR. FARIA DO 'VAGRANT'



Depois das vicissitudes que o aguardavam na recta final da vida, morreu segunda-feira Bartolomeu Faria, o homem que há pouco mais de 30 anos se abalançou à delicada empresa de pôr em funcionamento junto do cais um restaurante turístico instalado num iate que pertenceu aos Beatles. O funeral realizou-se ontem. 
O iate, o conhecido 'Vagrant', foi arrancado do local por causa das obras iniciadas no aterro, não chegando a comemorar os 31 anos sobre a sua inauguração.
Na fase da remoção, o filho do empresário, Nelson Faria, dizia-nos que, a partir de então, restavam "as recordações de alguém que deu tudo pela sua terra sem nada pedir em troca".
De facto, a tão arriscada empreitada que foi montar um restaurante em cima do calhau funchalense avançou num tempo em que muito poucos tinham a noção do que era praticar o turismo em moldes modernos em cima de zonas ribeirinhas. Bartolomeu Faria começara por 'fazer turismo' nas famosas 'lanchas cor-de-laranja do Faria', como muitos se recordam.
Partiu do mesmo empresário a ideia de fazer uma praia amarela na Baía d'Abra, onde proporcionava um dia inesquecível aos turistas com almoço de peixe passado no grelhador lá existente. 
As nuvens adensaram-se paulatinamente, mas nem por isso as autoridades do Turismo deixaram de premiar com a atribuição da estrelícia dourada o empresário madeirense - que investiu economias suas, sem recurso ao banco.
Mesmo depois do fatídico 20 de Fevereiro de 2010, poderia dar-se uma recuperação do famoso restaurante, já que o filho do empresário, Nelson Faria, estava na posse do necessário projecto. Saltaram a terreiro, porém, a denúncia de outras dívidas atribuídas ao empreendimento. Que consistiam, afinal, na falta de pagamento de taxas aos portos. Contornáveis, segundo a família. 

Quer queiram, quer não, o 'Iate dos Beatles' ajudou a marcar uma época no Funchal e fica para sempre com o seu lugar na História da nossa capital, enquanto restaurante original, navio com a marca 'Beatles' e ainda como postal funchalense que levou o nome da Madeira a todo o mundo.
O iate, com as obras do aterro, foi levado para uma doca despedaçada no Caniçal, acabando tragado pelas águas em dia de temporal. Sentimentalmente, continua no coração dos funchalenses.
A família enlutada espera que a memória do grande empresário seja homenageada de maneira simples: dando o nome de 'Marina Vagrant' ao espaço onde funcionou o carismático restaurante, espaço esse aliás já conhecido por praia do Vagrant. Seria um tributo justo a alguém que deu à sua terra tudo o que tinha.
À família de Bartolomeu Faria, os nossos sentimentos.

6 comentários:

Unknown disse...

Essa do Iate Vagrant ter sido dos Beatles sempre foi uma jogada de marketing de se tirar o chapéu! Insistir na mentira, quando o barco já não passa de um pedaço de sucata no fundo do Porto do Caniçal, roubado pelo Governo ao proprietário e recauchutado com o dinheiro de todos nós é que já é demais! Os meus sentimentos à família! No entanto, em boa hora esse caco saiu de onde estava para dar lugar a mais uma cara e espaventosa porcaria! Os mortos do 20 de Fevereiro para tudo serviram, no fim de contas!

Paulo Farinha disse...

O veleiro Vagrant foi adquirido pela Coast Guard dos EUA no período de 1942 a 1947 com a sigla (Vagrant PYc 30) dotado de 2 metralhadoras.
Os madeirenses desconhecem este passado do Vagrant.
Quanto aos Beatles consta que uma cena do primeiro filme dos mesmos (A Hard Day's Night-1964) é passada a bordo do iate, mais nada.
Admitindo que este iate nunca pertenceu aos Beatles, de facto nunca visualizei uma única imagem dos Beatles a bordo! e depois, eles andavam sempre a correr de um lado para outro, não dispondo de tempo para permanecerem a bordo. Eles deslocavam-se de avião, não havia tempo a perder eram queridos em toda a parte.
Este conteúdo foi publicado na minha página pessoal no dia 16 de Junho de 2013.

Paulo Farinha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Existe comentários que deveriam ser proibidos de ser publicados como por exemplo o do sr. Luís. Evitando mais comentários um pouco mais de respeito pela obra feita é exigida.

Unknown disse...

Boa noite
Infelizmente existe pessoas que aproveitam tudo para comentar sem o mínimo de respeito, pelas pessoas, família e obra.
Sr. Luís mais respeito por um verdadeiro madeirense que tudo deu pela sua terra, e que sempre evitou protagonismos como o sr. quer aqui demonstrar.
Respeito é exigido. Demonstre esse seu respeito e remova se faz favor o seu comentário.

Luís Calisto disse...

Boa noite
Acho que o comentador Luís Oliveira deixa bem revelada a sua estirpe de ser humano numa hora destas, o que resulta num elogio às pessoas honradas que ele quer ofender.
Portanto, acho que o desprezo a tal abécula é mais eficaz do que as propostas todas que nos enviam.