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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Regime Decadente



NÃO CONSEGUIU SAIR DOS REGIONAIS
E FAZ-SE DE INTERNACIONAL!


É muito feio tentar brilhar à custa dos feitos dos outros 





Se há coisas que conseguem irritar a pele dos joelhos a um mortal comum é ver uma abécula sem luz própria aproveitar-se do esplendor dos outros para não só brilhar à custa disso como até para se autoproclamar a real fonte de energia de onde nasce a luz.
Vem isto a propósito de mais uma posição do governo regional, leia-se Incluso das Angústias, sobre o recente feito desportivo alcançado brilhantemente por um atleta madeirense. Falamos do campeonato da Europa conquistado pelo nosso país, domingo passado, com a enorme e decisiva participação de Marcos Freitas. Não há elogios suficientes para realçar a histórica jornada, todos sabemos. Bem andou portanto o governo regional, ao elogiar publicamente o nosso mesatenista que praticamente está para o ténis como Cristiano Ronaldo para o futebol. 
O pior é que o governo - ou desgoverno, melhor dizendo - tinha de borrar a pintura: o egocentrismo do ainda Meio Chefe atropela todas as regras do saber estar. Não é que o comunicado em que o dito-cujo cumprimenta Marcos Freitas acaba com a bojarda de que o sucesso europeu em apreço só foi viável por causa da "política desportiva após a Autonomia"?!
É isso: quando o sua excelência não consegue satisfazer a faminta e doentia inveja que lhe agrava mais ainda os delírios, sendo levado a usar expressões como pata rapada, comunista ou maçon, para achincalhar quem lhe ofusca o penacho, então o sua excelência ignora aquele feio defeito da inveja e aplica o princípio maoista do "se não podes com ele, junta-te a ele".
Neste caso, ele não se junta singelamente ao nosso conterrâneo campeão europeu: ele atreve-se a chamar a si os méritos de Marcos, ao expectorar que, sem a Autonomia dele, Meio Chefe, o nosso fenómeno do ténis não chegaria lá. Sim, Marcos Freitas, que um dia resolveu ir por essa Europa fora e trabalhar as suas estupendas qualidades para subir na carreira dos seus sonhos. Com o êxito que está diante do mundo.
E agora o mérito é da Autonomia do Incluso!
Já com Cristiano Ronaldo aconteceu o mesmo. CR7 foi para Lisboa aos 11 anos. Depois de aparecer no firmamento como o melhor futebolista do mundo, o Rei disse que o rapaz era produto da política desportiva feita na Tabanca! Porra que é demais!
E os milhares de atletas madeirenses que não chegaram ao estrelato, são produto de quê?!
Deixamos este registo na esperança de alguém o ler daqui a 50 anos. Se, nas vossa investigações, se debruçarem nessa altura sobre o comunicado do desgoverno a que aludimos, não deduzam que foi o Incluso das Angústias a ensinar Marco Freitas a recargar e a dar o corte na bola.
Cada qual tem o seu quinhão de narcisismo. O ser humano é assim. Mas o 'outro' é insuportável, vaidoso, vaitreze e vai para o quarenta e nove. 
A propósito... Lá vai ele logo à tarde para Câmara de Lobos inaugurar os panfletos com o retrato das obras destes 38 anos. Vejam o trabalhinho pesado daquilo. Um presidente do governo a ver expo's e a viajar. Governar? Que é isso?
Ainda não vimos essa famigerada exposição e só lá iremos quando o sua excelência, a par daquele alcatrão todo que deve borrar as fotografias, mostrar também, nem que seja em croquis, os abortos de custo milionário que ele deixa espalhados pela Região. Quando mostrar o que devia ter feito e não fez, com os rios de dinheiro que a Europa e Lisboa mandaram para ele espatifar a troco de não os chamar maricas e comunas. Só iremos à exposição quando ele mostrar as zaragatas entre madeirenses que ele ateou nestas 4 décadas, enfim, a loiça partida em que ele deixa esta terra, de extremo a extremo, incluindo o seu próprio partido, que ele recusa deixar de pé em nome da sua patológica vaidade.
Para concluir: um sujeito que tanto se esforçou para se exibir lá fora, sem contudo alguma vez ter conseguido sair dos regionais, não hesita em encostar-se de forma descaradamente oportunista às verdadeiras vedetas madeirenses. Para dizer que existe.
Trabalho perdido.

9 comentários:

Anónimo disse...

Caro Calisto, voçê, praticante e conhecedor do desporto regional de há muitos anos, deveria reconhecer a evolução positiva do desporto regional pós autonomia mas não o faz por outras razões que a razão só você conhece.
O Emanuel Pombo no BTT foi campeão de Portugal, o Bernardo Sousa nos Ralis, o João Rodrigues o Português mais Olímpico, Marítimo e Nacional com presenças assíduas na 1ª Liga e nas participações Europeias, Marcos Freitas, outros atletas do Judo, Badminton, ténis de mesa, jogadores e técnicos na selecção nacional de futebol e andebol, equipas campeãs nacionais no andebol, campeões nacionais no karting, nas fórmulas e no Jet-ski, várias equipas nos nacionais de futebol (Se não houvesse apoios par o Camacha, o Leonardo jardim tinha começado por treinar quem? Os Veteranos do Marítimo?) e mais alguns que agora não me lembro ou não sei. Só não vê quem não quer que o desporto regional cresceu de uma forma impressionante, desde a Autonomia e graças à politica de desporto em vigor na RAM.
Enfim, numa altura em que é moda dizer mal, o Homem está a puxar os galões e a querer mostrar o que de bom foi feito.
Devi colocar um post, “Biscates” do Coronel Carlos de Matos Gomes. Eis um excerto:
Para que servem as primeiras páginas dos jornais e os grandes casos dos noticiários das TV?
Se pensarmos no que as primeiras páginas e as aberturas dos telejornais nos disseram enquanto decorriam as traficâncias que iriam dar origem aos casos do BPN, do BPP, dos submarinos, das PPP, dos SWAPs, da dívida, e agora do Espírito Santo, é fácil concluir que servem para nos tourear.

Os jornais, os jornalistas, andaram a tourear o público que compra jornais e que vê telejornais.
Em vez de directores de informação e jornalistas, temos novilheiros, bandarilheiros, apoderados, moços de estoques, em vez de notícias temos chicuelinas.
Não tenho nenhuma confiança no espírito de auto critica dos jornalistas que dirigem e condicionam o meu acesso à informação:
…..

Luís Calisto disse...

Longe de mim, caro comentador, beliscar o mérito a tantos campeões que a Madeira tem dado ao longo destes anos. Mas, quanto a 'política desportiva da autonomia', as coisas não são tão lineares.
A par dos êxitos - muitos, como é natural em 40 anos -, também podemos ir pelo lado de que a páginas tantas do processo, praticamente não havia jogadores madeirenses nas inúmeras equipas que representavam a Região nos nacionais. Nem sequer estou a falar de equipas chinesas de ténis, falo de futebol, hóquei, andebol, básquete e por aí adiante.
Mas o assunto de hoje não é esse.
O assunto de hoje chama-se 'bom gosto'. Sensatez. Um mínimo de humildade, que diabo. Reparar que nem sempre cai bem a treta de que um governo precisa de mostrar a sua obra. Mas onde está a obra do governo nestes sucessos do CR7 e do Marcos?
Não estou a contestar a sua opinião, caro comentador, que tem lógica, estou a opinar noutra vertente. A do bom senso, a do modo de estar.
LC

Anónimo disse...

E se a proposta de revisão constitucional para reforço de autonomia que Jardim impingiu a Lisboa for aceite, teremos o Marítimo e o Nacional a lutar pelo título na Liga e competições europeias, o Sousa como campeão de WRC e a organização dos Mundiais de Atletismo e Natação na Ribeira Brava e piscinas do Curral e Camacha respectivamente...
Tudo isso na cabeça de Jardim claro...........

Anónimo disse...

Acho graça ao anónimo das 12:41:

"Enfim, numa altura em que é moda dizer mal, o Homem está a puxar os galões e a querer mostrar o que de bom foi feito."

O "Homem" (atente-se na maiúscula, sintomático de um culto da personalidade talvez devido ao lambe-botismo e tachismo) não tem rigorosamente nada a ver com as conquista desportivas de seus conterrâneos, a maioria deles emigrados, pois prosseguiram os seus sonhos além-fronteiras.
A política desportiva da RAM praticamente resumiu-se a dinheiro a rodos para os clubes profissionais e infra-estruturas que, na sua maioria, encontram-se degradadas e com pouquíssima utilização devido à actual crise sócio-económica.

Anónimo disse...

Caro Calisto, veje lá se esta "tese" também não tem lógica:
Pegando nesses 2 belos exemplos para o mundo desportivo, nasceram na Madeira quando a taxa de mortalidade infantil era das mais baixa de Portugal, ambos tiveram clubes que os acolheram e deram condições para o início prática desportiva, instalações e treinadores que lhes permitiram desenvolver o potencial. Depois, acreditaram que mesmo com um sotaque diferente e nascidos numa ilha pequena e subvalorizada pelo País, foram à luta, confiando nas suas capacidades. Será que à 60 anos tivemos atletas com este potencial? Dizem que haviam alguns muito bons e se não chegaram mais longe, pode ter sido por falta de condições e apoio.

Luís Calisto disse...

Permita-me um pouco de humor: qualquer dia, há-de haver quem entenda que o madeirense capitão e goleador do FC Porto e da Selecção Nacional 'Pinga' (anos 30), Gesso (anos 40 no Estoril Praia), Chino (aos 28 anos titular cintilante do Benfica - anos 50), Nelson (craque do Benfica e do Sporting, anos 60) e o nadador 'Saca' (títulos nacionais e travessias da Mancha, anos 40 e 50) - esses entre muitos outros, qualquer dia dirão que eles devem o que foram à autonomia pós-1976!
Nem 8 nem 88.

Jorge Figueira disse...

Subscrevo a opinião do comentarista que cita o Sr. Cor. Matos Gomes, para concluir que jornais e jornalistas não nos fornecem informação cristalina.
Dou-lhe um exemplo. Hoje, Luís Filipe Malheiro, no JM, recua a 1980 transcrevendo uma entrevista de Sá Carneiro à comunicação social madeirense. Governava a AD. Ao discurso apaziguador do chefe do Governo, correspondia a tal afirmação do seu Min. Fin - Cavaco Silva - o Sr devia estar preso. Era a reacção à despesa excessiva daquele municipio.
No programa do nosso amigo Acácio ouvi o receptor da crítica, tentando esvaziar o balão, avançar os factos para 1992, com Cavaco já 1o Min. Não creio que o Acácio dominasse este pormenor. Não direi o mesmo de LFM pois escrevendo aquilo que escreveu hoje fê-lo conhecendo que neste incidente começava a formar-se o furacão que desabou sobre todos nós neste sofrido fim de festa.
Aí ficam duas situações com resultados iguais e diferentes participações dos jornalistas. Não venha, coerentemente, ninguém, hoje, dizer que as dívidas são recentes. Quem foi governo neste contexto não pode eximir-se a esta responsabilidade.
Não vale o refúgio na comunicação social

Anónimo disse...

Caro Calisto, acredito no que diz, há nomes aí que eu cresci a ouvir falar e que só confirmam a minha convicção de que de facto, somos um povo superior, tão poucos e tão bons (não sou do Nacional). Se esses grandes jogadores tivessem as condições dos actuais, não digo que seriam os melhores da Europa e do Mundo mas andariam bem perto. Tenho orgulho em ser Madeirense e ainda bem que há Madeirenses capazes de fazer o que eu nao sou capaz.

José Nobrega disse...

Em Câmara de Lobos está patente ao publico uma exposição que mostra vários planos do cadafalso que cortou e continua a cortar as cabeças de muitos madeirenses. Mostra tudo, a lamina, o cesto, o sangue, e até o verdugo, um tipo gordo, papudo e com cara de bebé, não mostra é as vitimas.