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segunda-feira, 1 de junho de 2015

Casos de Polícia


LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO...




Para o caso de algum ressabiado dizer que o JM noticia hoje em primeira página dois assaltos aos cofres madeirenses, esclarecemos que só estamos a falar da peça da esquerda, referente ao meio milhão roubado na 2.ª Repartição de Finanças


O JM anuncia hoje, com uma tímida chamada na primeira página, que da 2.ª Repartição de Finanças, instalada no antigo Edifício Lojas, levaram mais de meio milhão de euros. 
O assalto foi de madrugada. O dinheiro rapinado estava no cofre onde os funcionários guardam os impostos que nós pagamos.
Um ponto prévio: não terá sido João Machado, director regional da DRAF, aliás Autoridade Tributária, que, perante rumores de umas visitas suspeitas à Madeira neste início de semana, mandou acautelar a bonita maquia em lugar seguro?
Se foi assalto mesmo, porém, há coisas que batem certo.
Os ladrões actualizaram-se com a mudança renovadora na Região. Podiam ter escolhido a entrada para o golpe utilizando uma porta da republicana Rua 31 de Janeiro. Optaram pela monárquica Travessa dos Reis.
Pronto, esta foi amarela. Mas há outra que, eticamente incorrecta, não deixa de produzir efeitos práticos. O dinheiro levado do cofre iria para Maria Luís ou para Gasparzinho. Não teria efeitos palpáveis. Ao passo que, roubado, esse montão de notas irá dinamizar a economia regional. Um carro de segunda mão comprado aqui, umas almoçaradas e jantaradas nos desérticos restaurantes da praça, táxi para acolá, fatinho novo ali...
E é preciso ver as repercussões na empregabilidade, de que tanto fala o presidente Albuquerque. A PSP fez horas nocturnas e, conta o JM, deixou um sentinela à porta das Finanças - vai ser preciso meter mais agentes porque, se não, quem vai andar na caça às multas? 
A Judite vai assoberbar-se de trabalho - a tirar impressões digitais e isso.
Os advogados já se perfilam à porta do tribunal.
O MP e os juízes deitam as mãos à cabeça.
Os mestres de cofres terão trabalho em diversas frentes.
Os engenheiros e empresários dos sistemas de segurança também serão chamados.
E, cereja no topo do bolo, seremos mais 200 mil com o trabalho de apertar o cinto para pagarmos aqueles mais de 500 mil euros. Sobra sempre para nós. E, como alguns faltarão ao pagamento, haverá depois extorsão coerciva, o que dará de ganhar comissão aos funcionários das Finanças. Com consequente animação do mercado.
Temos de dar os parabéns aos ladrões, porque a inteligência deve contar: sem conhecerem os corredores e as escadas da 2.ª Repartição, eles entraram por lá dentro às escuras e, pasme-se, descobriram o segredo para abrir o cofre!
Há mérito nisto.
Depois, e negaremos se contarem que o dissemos, ficamos sempre, em casos destes de desvio de erário, com a satisfação de pensar cá para dentro: ladrão que rouba ladrão tem 7 anos de perdão.

Agora por falar nisso dos 7 anos de perdão, há notícia hoje - no DN - de outro assalto ali para os lados da Ajuda. Mais prático ainda: os gatunos levaram cofres e tudo, para não perderem tempo. Lá se foram documentos e dinheiro da chefe do Telexfree. 
O problema aqui é menos grave. Os chefes do Telexfree garantem tanto sucesso no 'negócio' que se considera irrelevante mais uns milhares menos uns milhares. 
Então, 100 anos de perdão, senhores ladrões!

1 comentário:

Miss Take disse...

houve também outro assalto aos cofres da Srª da telexfree na ajuda.
Mil anos de perdão para ambos.