Desaparecidos em Combate (actualizado)

PLENÁRIO DO GOVERNO NA SICÍLIA

O antetítulo desta peça é gracejo para chamar a atenção. Os nossos governantes andam numa 'boa vai ela' bem à vista, como perceberemos pelos selfies, um dia em que venham à Madeira. Ou se mandarem alguns por e-mail. Entretanto, o facto é que hoje não há mesmo plenário, porque 6 executivos andam a ares lá por fora. O que fará daqui a dias, quando o Verão aquecer!

Miguel Albuquerque ao serviço da Madeira em Creta, Região Europeia Ultraperiférica. E Marítima.

As nossas agourentas previsões confirmam-se: não há gente suficiente para fazer plenário de governo hoje nas Angústias. 

Como se viu ontem na cerimónia ocorrida no bafiento Palácio de S. Lourenço, só 3 pastorinhos ficaram por cá, na pasmaceira: Sérgio Marques, Susana Prada e Humberto Vasconcelos. Os outros 6 continuam na lufa-lufa por esse mundo além, a dilatar a fé e o império.

K-Sissi mostrou-se desolada logo de manhã, ao confirmar, pela agenda da página 2 do nosso JM, que o pior dos cenários, aquele que a atormentava, acontecia mesmo: nessa agenda não aparece informação sobre plenário nenhum. Pior ainda: em vez dessa nota de rodapé, surge o das 4 Fontes dado como presença certa no congresso das Misericórdias.

Como não se prevê quando possa estar na Madeira, em simultâneo, um número de membros do governo regional que dê quorum para fazer um plenário com alguma dignidade - mesmo um plenário que não signifique pleno - deixamos aqui uma proposta. Gratuita.

...Que é a seguinte: os governantes turistas espalhados por essa Europa pegam no transferidor e no esquadro; calculam onde fica o centro geográfico dos destinos de sonho onde se encontram, cruzando bissectrizes, diâmetros, tangentes e secantes, o que é fácil para quem domina umas coisas de senos e co-senos; calculam, pois, onde fica essa espécie de hipocentro de um terramoto; na quinta-feira de manhã, metem-se cada qual no avião que der jeito; aparecem no local de encontro determinado pelas tais bissectrizes; fazem o seu trabalhinho; e logo depois voltam às respectivas bases turísticas. 

Aqueles governantes que, por capricho do destino, se encontrarem na Madeira, fazem o mesmo: viajam até ao hipocentro para ao menos ficarem na fotografia de família. Sai mais barato do que se os outros, em esmagadora maioria, vierem todos cá, por causa das taxas e das tarifas aéreas que nos impingem.

Para nosso gosto, e mesmo que esteja fora da esquadria proposta, a Sicília seria um local de sonho para o efeito. Por ser uma ultraperiferia europeia e porque os nossos rapazes do governo, muitos deles professores, podiam aproveitar os momentos mortos para dar umas aulas e umas explicações aos sicilianos.

Já agora, digam o que disserem, Miguel Albuquerque, neste momento em Creta, cumpre plenamente o que se exige de um presidente insular: abancar numa zona ultraperiférica e marítima. 

Podem contrariar: homem, eles que se reúnam um dia em que se encontrem ao mesmo tempo no Funchal. Mais plenário, menos plenário...

Discordamos desta leitura redutora. Agora mesmo, achamos que vão sendo horas de fazer, ao mais alto nível, um balanço à preparação do Dia da Região. E até um ponto de situação da pré-preparação do estudo das características subjacentes à escolha do perfil para a comissão dos 600 anos da Descoberta. E o programa das festas de S. João está pronto? Não são brincadeiras que um governo faça em cima do joelho enquanto passa a mão no pelo da Sissi. 

Por outro lado, o futebol entrou no defeso. Se bem que Albuquerque não vá ao ponto de fazer como o antecessor, que por esta altura chamava os clubes um a um para lhes dar indicações sobre as contratações e as dispensas, no que depois era obviamente desobedecido, Albuquerque não se livra de delinear cuidadosamente o calendário para as reuniões interclubes e o programa de utilização dos estádios.
E depois o governo tem de estar preparado para resolver outros problemas bicudos do desporto. Se o Marítimo entender propor um protocolo com o RG3 com vista à utilização do campo de futebol militar para treinos do clube, pois o governo tem de saber o que fazer quando o Eng.º Rui Alves reagir exigindo para o Nacional metade do Palácio de S. Lourenço e a zona oeste do aterro. E como contentar o Dr. Filipe do União, que não demorará nada a dizer que já tinha pensado em pedir para jogar no campo do quartel. Tudo coisas que tiram tempo a quem tem prazos para percorrer os seus itinerários europeus. 

Sem o ritual dos antigos plenários, a Quinta das Angústias está hoje uma pasmaceira. Já encarregámos a nossa agente K-Sissi de confortar a desalentada Sissi.