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sábado, 12 de outubro de 2019



As eleições do Câncio


Segundo alguns comentadores políticos habituais da blogosfera, Câncio é uma personagem pública e perguntaram sobre a sua candidatura. 
O interesse desta publicação é mostrar o que é a política intrapartidária. Também de certa forma explica a pouca participação partidária dos cidadãos e a pouca qualidade dos políticos da região.
Câncio está filiado no Nós, Cidadãos (vulgo NC).
O Nós, Cidadãos (NC) tinha entre 20 a 40 filiados. Atualmente, não sei… porque muitos se transferiram para o MPT.

Durante três anos, a secção regional do NC conseguiu a publicação de várias notícias na imprensa… mas sem ouvir nem dar cavaco nem aos filiados nem a todos os membros da Comissão Política Regional. Alguns membros da Comissão Política Regional só serviam para assinar o que a presidente e o vice-presidente decidiam. 
Para a coisa ainda ficar mais interessante, havia um determinado filiado que não pertencia a essa Comissão, mas ia a quase todas as reuniões… e estava por dentro de todos os assuntos.
Os Estatutos do NC obrigavam a uma assembleia regional de três em três meses. Em três anos, houve uma única.
Câncio tem um conceito de cidadania e legalidade diferente da direção do NC… pelo que, várias vezes foi convidado a desvincular-se. Ainda para mais insurgia-se na página interna do NC-RAM contra estas situações, e especialmente com o insultador interno de serviço cuja missão era “à boa maneira laranja, quem opina diferentemente da direção é imediatamente insultado”.
Em maio deste ano, finalmente houve uma Assembleia Regional.
Os filiados manifestaram o seu descontentamento por não serem informados nem consultados sobre coisíssima nenhuma… a situação chegava ao ridículo dos filiados só saberem através da imprensa que o deputado municipal proponha umas festas… e o trabalho meritório dos deputados das assembleias de freguesia era desconhecido… até pelos membros da Comissão Política Regional.
Assim, a única moção de Estratégia apresentada (a do Câncio) foi aprovada (quase por unanimidade): os filiados têm que ser informados da atividade política do partido e devem poder emitir opiniões previamente à tomada de posição do NC-RAM. 
Nesta mesma assembleia foram propostos dois Regulamentos Internos: um do Câncio que fortalecia o poder da Assembleia e dos filiados, e um do vice-presidente que reforçava o poder do Presidente e do Vice-Presidente: estatutariamente podiam fazer quase tudo sem dar cavaco. Uma das invenções deste último regulamento era a constituição de uma comissão para apreciar os pedidos de filiação apresentados por cidadãos!!! (só pode ser filiado quem a direção quer)
O procedimento do Câncio foi enviar os documentos que preparou a todos os filiados com uma semana de antecedência; o do vice-presidente conhecido na imprensa regional por defender a filosofia política da ética, moralidade, democracia e legalidade só foi apresentado nessa Assembleia… e não tinha cópias para todos os participantes na Assembleia… e embora tivesse ficado acordado nunca enviou o documento para a apreciação dos filiados. (Nos pormenores vislumbra-se a alma).
Nenhum dos regulamentos internos foi votado… e ficou combinada outra assembleia regional no mês seguinte.

Cerca de três semanas depois, a direção reiniciou antigos hábitos: tomar posições sem informar nem consultar os filiados. Câncio protestou na página interna do NC-RAM. Foi insultado perante a Presidente que nada fez… e em seguida, após obter o anuimento da mesma, publicou no Ocorrências da Madeira igual declaração alterando só o destinatário: em vez de ser Câncio passou a ser o nome da Presidente.
A Comissão Política Regional retirou a confiança política a Câncio e foi impedido à boa maneira ditatorial de participar nas Assembleias. No entanto, nada foi feito a quem insultou a generalidade dos filiados e quem fez igual ofensa a Câncio.
Se fosse para cumprir com os estatutos, seria aberto um procedimento disciplinar aos três intervenientes, e não se poderia impedir a participação desses filiados nas assembleias até à conclusão desses procedimentos.
Saliento que nesse protesto do Câncio contra a violação da Moção Estratégica aprovada, quase nenhum dos filiados que aprovaram essa Moção se manifestaram. Logo, tal como Maquiavel declarou, não se pode confiar na população para defender seja o que for; a larga maioria fica impávida e serena perante a injustiça. 

Por outras razões, os desentendimentos internos do NC-RAM aumentaram… e a presidente demitiu-se e desfiliou-se publicamente do partido.
Acontece que o seu mandato acabava em julho, pelo que devia ser convocada uma assembleia regional para eleger os membros dos órgãos do NC-RAM.
Câncio por várias vezes a solicitou (por escrito). Um grupo de filiados apresentou um abaixo-assinado com suficientes assinaturas para ser estatutariamente obrigatória a convocação dessa Assembleia Regional. No entanto, nunca ocorreu… e por isso, esse grupo de descontentes mudou-se para o MPT.

O NC, após três anos a aparecer na imprensa regional, não apresentou uma lista para a Assembleia Legislativa Regional… mas (juntamente com o cão) apresentou uma lista de independentes para a Assembleia da República que incluía um casal que tinha 83 e 87 anos.
Câncio perguntou ao cabeça de lista sobre o que pensava de liderar uma candidatura sem filiados no partido pelo qual concorre, quando existem alguns na região. O candidato ficou aborrecido… e mostrou que nem por um momento lhe ocorreu que havia algo de estranho no convite que lhe foi endereçado pelo presidente da comissão política nacional…. Com base nestes dois últimos parágrafos penso que se consegue traçar um retrato fiel do esgrimista.
 (O NC obteve 188 votos em cerca 130mil votantes)
Faço um aparte. A história que se conta é muito importante na corrupção (em termos latos). Imagine-se a seguinte situação. Um polícia vai multar um veículo mal-estacionado. Ainda não começou a escrever. O dono do veiculo provavelmente terá mais sorte se contar uma história (com ou sem o apoio posterior de dinheiro) do que se chegar ao polícia e oferecer dinheiro. 
Outro exemplo. Dieclarar “Está acordado com o Miguel assim” provavelmente resulta melhor do que a simples entrega de umas notas de euro.

Continuando.
Segundo os estatutos do NC, a assembleia regional tem que propor os candidatos pela região: quer sejam europeias, regionais ou legislativas.
Se não houver assembleia, não há proposta.
Os tribunais foram confrontados com a irregularidade da candidatura do NC devido à falta dessa proposta. Informaram-me que a posição do Tribunal foi que em sede de aceitação de candidaturas não há lugar à verificação da regularidade dos estatutos partidários, pois os prazos são muito curtos.
Câncio apresentou uma sugestão à assembleia da república para evitar este tipo de irregularidades (qualquer cidadão o pode fazer, sobre qualquer assunto). 
No limite deste tipo de situações, o presidente de um partido, mesmo que esteja no cargo devido a irregularidades, pode escolher os candidatos a seu bel-prazer… pode convocar ou não eleições internas… pode aplicar discricionariamente a disciplina interna… logo, é praticamente dono do partido de um alegado ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO.
https://bolsasugestoes.parlamento.pt/

Conclusão.
A vida intrapartidária é dura. Os maus juntam-se aos maus, mas os bons não se juntam aos bons.
Os maus, para além de terem colaboradores e pouca oposição, até têm a vantagem de não terem que observar quaisquer regras, pelo que é difícil (para não dizer impossível) que um líder de ética superior desponte num partido… a não ser que ele o crie.
Na prática, os dirigentes máximos dos partidos são os donos dos partidos; “quem estiver mal, que se mude”.
Para os mais imaginativos que nesta história vislumbram a possibilidade de uma cabala, informo que, se a houvesse, o objetivo seria roubar os cidadãos; não seria roubar ao Câncio.
Esta história de certa maneira explica a actual sem-vergonhice que está a ser a atribuição de tachos.
 
Eu, O Santo

9 comentários:

Anónimo disse...

O vosso candidato “independente” (ex-PPD/PSD) está cheio de processos no tribunal sobre dívidas a funcionários e a fornecedores. Não contando com 1/2 dúzia de internamentos psiquiátricos...teve, como escreveu e bem, 10% dos votos de há 4 anos. Eu acho que o nosso do partido a nível regional deveria ser : Nós, Aldrabões. Eu, o Diabo

Anónimo disse...

Dei-me ao esforço de ler o texto todo para ver o que se pretendia com o mesmo, conclui apenas que o candidato do NC não é o único a precisar de internamento….

Anónimo disse...

Câncio,
Depois da estopada de ler a tua lenga-lenga, duma coisa tenho a certeza. Não sei quem é mais louco. Tu ou o Sousinha, o candidato independente.

Anónimo disse...

quem se escreve num partido como o NOS só quer ser politico em part time

Anónimo disse...

Façam umas eleições primárias entre o Câncio (bons tempos quando nós emprestavas a arrecadação dos teus Pais, perto da APEL) e o esgrima republicano para ver quem é que será o líder do NC local...

Anónimo disse...

Cancio, esse candidato independente foi recusado na Aliança. Ainda chegou a estar presente na apresentação do MPT, com o Joaquim, mas ninguém o quis. Porque será ?

Anónimo disse...

O Câncio e o Sousinha no mesmo partido? Que Trapiche!

Anónimo disse...

O que tem a dizer o Ainda Vice-presidente, Miguel Costa, sobre isto ? Está dentro ou fora desta campanha de “cachorro”...

Anónimo disse...

Acho que são primos, por afinidade...🤣