A QUEM ESTAMOS ENTREGUES

* ZÉ CHANTAGEM NÃO PÁRA DE GOZAR














* CAFOFO FAZ 'GATO SAPATO' DO PS-M








* ALBUQUERQUE NO BEIJA-MÃO AO ALGOZ 

1. Zé Manel vai dando entrevistas e insiste na teoria da mentira que repetida mil vezes se torna verdade.

Ontem, botou palavra no JM. Li a parte correspondente ao único tema dos destaques que interessava: a usurpação da presidência da ALM com recurso ao bluff, batota e chantagem.

Cheguei a comover-me com a preocupação do Zé face aos perigos da esquerda. 

Disse ele que só chegou a admitir juntar-se ao PS para evitar que a Madeira acabasse governada pelos tenebrosos esquerdistas da extrema, de mãos dadas com os socialistas. 

Obrigado, Zé, por nos livrares da Nova Sibéria que os comunas certamente iriam implantar algures na ilha para meter a gente durante o Inverno. 

Sei lá se não estou na lista da purga estalinista com que o Edgar do PCP, caso formasse governo com o Cafofo, certamente eliminaria fisicamente os exploradores da classe operária? Quem ficaria descansado ao ver as filas de burgueses acorrentados a caminho do tratamento psiquiátrico no Trapiche?

O que me faz confusão é o tipo de contas que o Zé fez e continua a fazer para gozar com a plebe. Ele diz que se por acaso, como deputado, caísse nos braços do Cafofo, a alternativa do PSD seria tornar-se no principal partido da oposição. 

Mas como seria isso? 

O Zé juntava-se aos 19 deputados do Cafofo. O JPP disse que só deixaria passar um governo do Cafofo com o CDS. Não Cafofo + Zé. E mesmo que apoiasse a fórmula Cafofo-Zé, teríamos 23 deputados do contra no Parlamento, já que o CDS tem ordens do congresso para só formar coligação com o vencedor das eleições, que foi o PSD.

Portanto: 19 cafofos + 3 JPP + Zé = 23

A CDU jamais apoiaria esta solução. Não haveria 24. E se apoiasse? Aí o Zé já veria a Sibéria com óculos de sol e o Trapiche como uma estância de férias?

Moral da história: na 'melhor' das hipóteses, novas eleições e adeus ao político Zé Chantagem.

De repente, Zé tornou-se num falastrão. 

Andou calado no período pós-eleitoral de conversações PSD-CDS. 

Apenas falava internamente na Mouraria: "O Cafofo dá-me a presidência da Assembleia, vejam lá!" 

Chantagem que para o Zé quer dizer 'interesse da Madeira'. Fazer pouco da gente é isto.

Ele sabia das contas certas no novo mapa parlamentar. Mas aí calava-se, como fazia quando confrontado pelos jornalistas sobre a chantagem. O silêncio é uma arma dos batoteiros especialistas no bluff. 

Albuquerque e Barreto caíram como patinhos políticos que são. 

Guardaram silêncio sobre a presidência da ALM porque andavam a tentar demover o Zé da obsessiva ambição presidencial. 

Mas nem com jantares de persuasão.

Ou seja, Zé continua a mentir hoje em dia dizendo que foi convidado pelo Albuquerque para candidato ao cargo. 

Albuquerque não teria visto no PSD alguém capaz de gerir a ex-'casa de loucos', agora transformada em 'casa da usurpação, chantagem, batota e bluff'? Nem Tranquada? 

E se Zé recebeu esse convite, porque não explicaram logo os da coligação o que se passava, para evitar a bronca das últimas semanas?

É que se a coligação durante os preparativos para o casamento anunciasse que um dos desejos dos noivos era colocar na presidência da ALM uma figura experiente, com traquejo de televisão, de relacionamento fácil e cavalheiresco, inegavelmente democrata, que não inveja o sucesso dos outros, mesmo de uma cor política mal sucedida nas eleições, pois bem, praticamente não haveria ondas no processo parlamentar do Zé. 

Não foi o caso. 

A ideia era manter Tranquada.

E só a desconhecida veia chantagista do cavalheiro Zé rebentou com o palco, cenário, luzes da ribalta e cave do ponto.

Sim, Zé passou uns tempos calado, no período antes de virar as cartas. 

Agora tornou-se um falastrão.

Tomou o gosto em gozar com a populaça já de si vilipendiada.

2. Que mal fez o PS-M ao antigo professor do Campanário para receber o tratamento a que todos, socialistas e não-socialistas, estão a assistir com indignação?

Profe Mentiras fez um filho ao 'saco de gatos' e agora faz-se fino para casar.  

O Mentiras foi líder da candidatura socialista que falhou os objectivos em 22 de Setembro. 

Com dinheiro a rodos para iniciativas de propaganda à americana; estados gerais com governos desenhados e constituídos; promessas do céu na terra; soluções para a Saúde com hospitais e tudo; empregos no mar de apanhar à linha e à rede; reuniões agendadas para Outubro com Costa e Cordeiro; elogiado e branqueado na cavalgada eleitoral à garupa da imprensa e da televisão; agências de comunicação a levar o nosso dinheiro; apoio destravado de Sargento Costa, PS nacional e governo lisboeta; beneficiando de um PSD em estado de frangalhos; um poderio financeiro jamais visto nas oposições regionais durante 40 anos...

...E perdeu a porcaria das eleições.

Pela segunda vez, e logo a seguir à desgraça das europeias (que Emanuel Câmara continua a dizer que foram ganhas pelo PS-M), deixou patrão Costa na fossa. 

E houve uma terceira, nas nacionais. 

Ou seja: o Profe transformou as três vitórias num ano prometidas por Costa num 0-3 humilhante para todos - os seus independentes e cristãos-novos, mas sobretudo os verdadeiros socialistas.

Durante esta saga eleitoral vergonhosa, o homem tentou uma coligação de extremo a extremo, com ele no meio. 

Parecia que lhe dava uma coisa ao ver a realidade diferente da sonhada: afinal não seria o sr. presidente da Tabanca.

Vai daí, passando sobre os órgãos do PS-M, líder de direito incluído, anunciou-se como chefe da estratégia seguinte. Sempre como independente e sempre a mandar, veja-se.

Hoje por hoje, lá continua ele a limpar as botas e o óleo da lambreta com a bandeira do Partido Socialista: participa como independente nas reuniões oficiais do partido, fala de alto, manda em tudo, dá ordens a todos, e faz atrasar o próprio congresso, marimbando-se para regulamentos e estatutos. 

O PS está feito num oito às mãos do Mentiras.

O homem das peneiras continua a namoriscar na Praça Amarela quando lhe apetece, sem ir à igreja.

É verdade que começam a levantar-se umas vozes de socialistas que não aguentam tamanha indignidade. Mas falta quem ganhe coragem e, em nome da Madeira, do PS-M, dos antigos socialistas que deram o cabedal e dos actuais amorfos, alguém que pegue no chicote e corra os vendilhões do templo.

Cafofo tornou  num reles trapo a respeitável bandeira do PS, a bandeira dos Soares, Sampaios, Almeidas, Zenhas, Gil Martins, João Conceição, Emanuel Jardim Fernandes, Mota Torres, José António Cardoso, João Carlos Gouveia, Serrão e outros empenhados dirigentes da História e do presente. 

Ele faz 'gato sapato' de um partido actualmente sequestrado por oportunistas sem escrúpulos que querem governar a vida, já que os 'outros' fizeram o mesmo durante 40 e tal anos.

Há socialistas que ainda vêem no pepsodent, que aliás nas últimas aparições públicas tem deixado a cremalheira em casa, tal a carranca mal disfarçada - há uns equivocados que vêem nele um D. Sebastião capaz de levar o PS à vitória nos próximos actos eleitorais na Região. 

Acharão esses que, num caso de sucesso eleitoral, o PS-M será sequer lembrado na euforia da vitória?

3. Os dois representantes dos órgãos de poder por excelência - presidente da ALM e presidente do GR - disparam-se por aí fora de avião para beijar a mão ao reeleito primeiro-ministro.

Bastou alguns analistas políticos, para se fazerem diferentes e perspicazes, soprarem a "necessidade" de diálogo com Lisboa - e lá vão eles ao beija-mão do até agora centralista que não cumpriu nada do que prometeu à Madeira - como os ditos-cujos sempre evidenciaram.

Veio algum notável do governo do Costa à tomada de posse do Blue Albuquerque ou do Zé Batota? Se veio, não reparei.

Atenção, "representantes" dos madeirenses (com uma auto-exclusão nos representados, que sou eu), aproveitem o momento de se curvarem diante do manda-chuva e convidem-no para uma visita à Madeira - mas desta vez mais alargada. Além de nova patuscada de marisco na Doca do Cavacas, é preciso dar a provar outras especialidades regionais ao tirano centralista e inimigo da Madeira.

4. (Aqui fica o espaço para a interjeição livre do Leitor, que imagino parecida com a minha)