PSD-PORTO SANTO DESCONTENTE QUER ROLAR CABEÇAS

 Jocelino e o amigo Sousa Lino 

Caro Luís Calisto

Esta é a verdadeira explicação porque o PSD do Porto Santo agoniza e caminha de derrota em derrota até ao abismo.


Pelo Porto Santo os ânimos dos PSDs locais andam exaltados. Tirando o percalço de Filipe Menezes, o PSD da ilha dourada só estava habituado a ganhar por muitos. Duas derrotas seguidas deram o KO ao PSD, a fazer lembrar os tempos áureos de Góis Mendonça no partido socialista.

Foram derrotas estrondosas, a primeira por 450 votos e a segunda por 550 votos, isto num espaço de 15 dias. O que mostra que os portossantenses não são tolos nem gostam que os façam de tolos. Mas as coisas já não iam nada bem, pois o Idalino ganhou as autárquicas por apenas 34 votos (por total demérito de Filipe Menezes) e nas europeias o PSD ganhou por um escasso voto, um só.


No meio disto não nos podemos esquecer que no Porto Santo a Câmara é PSD e o Governo Regional (através da DRAPS) também. Mas então o que explica o descontentamento do profetas para infligirem estes rudes golpes ao PSD?

Há um nome que sobressai, mas que ao longo destes anos sempre passou entre pingos da chuva, sendo muito hábil na arte de se fazer de morto. Esse nome é o do atual diretor regional Jocelino Velosa. Conhecido por ser discreto, não dar entrevistas nem expor ideias nem pensamentos para não se comprometer no futuro. E tem sido sempre assim, com sucesso para ele, diga-se.

Todavia, os profetas começaram a deitar o olho neste figurão, que teve como único pequeno deslize público o ir de motorista do governo para casa (pasme-se, de motorista no Porto Santo), uma casa no único condomínio fechado da ilha, e onde é o único portossantense da aristocrática herdade. 
Os profetas, e os do PSD ainda mais, começaram a ver a personagem mais ao detalhe e começaram a vir ao de cima as suas debilidades. Jocelino não faz nem nunca fez campanha política. Não faz porta a porta nem qualquer outra ação de campanha. Apareceu numas fotos de Facebook nas legislativas regionais apenas na parte das tascas e para inglês ver.

Tem mais de 100 homens ao seu dispor e nestes anos todos a única coisa que apresenta são uns murinhos em pedra e uns guarda-sois de palmeira nos miradouros. E mesmo assim nem isto deixou resolvido, pois o acesso ao Porto das Salemas (piscinas de mar junto à Fonte da Areia) não está resolvido, pois há um proprietário que reclama direitos de acesso, pedindo no verão um euro por banhista. Uma coisa do terceiro mundo.

Para ir disfarçando o pouco trabalho junto da opinião pública, Jocelino criou a Universidade Sénior, uma iniciativa louvável mas que teria mais cabimento para uma Junta de Freguesia.

Sobre a inércia do Jocelino há histórias sem fim que parece que não chegam à Madeira, perdendo-se no mar da travessa. Estas são só algumas das mais recentes. O figurão foi informado previamente pelo Funchal que o Castro iria fazer campanha pelo PSD e não se opôs. O figurão viu que as obras da rotunda no coração da ilha eram em má época e só iam trazer incómodos e não se opôs. O figurão viu, três semanas antes das eleições regionais, bulldozers a abrir caminhos na zona da Fonte da Areia, sem o governo sequer dar cavaco aos seus proprietários, e não se opôs. Viu as obras da renovada escola andarem a menos do que passo de caracol e nada fez. Enfim!

Para que é que serve um diretor regional, que é um cargo político (e não técnico), que deixa o Governo Regional fazer má figura, que não defende a sua imagem?

Dizem as nossas fontes que o principal nem é isto. O principal é que é este figurão que orquestra tudo na política local. O atual vice-presidente da Câmara (Pedro Freitas) era seu encarregado geral de obras na DRAPS. O atual chefe de gabinete da Câmara (Élvio Sousa) era seu assessor na DRAPS. O actual chefe de divisão da Câmara (Dinarte Silva) era o seu diretor financeiro da DRAPS. E até a atual presidente da Junta (Jocelina) foi sua subordinada no aeroporto local. O Idalino não risca nada, foi lá posto para abrir caminho para os outros. Portanto, o Jocelino manda em tudo, e se a Câmara é fraca e tem opinião pública negativa isso também se deve ao Jocelino.

E são justamente estes os elementos fortes da comissão política do PSD do Porto Santo. E claro, o Jocelino está fora, não faz parte da comissão política para nada lhe respingar, mas foi ele que pôs lá toda a gente. O Bernardo foi um acidente político e simplesmente obedece ao Jocelino. Como toda a gente sabe há mais dum ano que o Bernardo nem vive no Porto Santo. E agora, depois de perder as eleições e de se demitir da comissão política local, já nem de 15 em 15 dias vai ao Porto Santo. É um deputado que não tem qualquer ligação à ilha.

Não vale a pena ingenuidades. As derrotas do PSD local são manifestações do povo contra a atuação da Governo e da câmara. E neste caso o Jocelino dá a cara por um e comanda o outro. Mas não é nada com ele.

Tendo tantas e tão graves responsabilidades nas derrotas do PSD profeta, porque é que Miguel Albuquerque não o substitui? Seria fácil, era apenas um despacho. Era mas não é! Porque Jocelino tem um grande aliado no Funchal, que é onde se apita sobre tudo. Esse aliado é o conhecido melhor amigo-conselheiro-confidente do presidente Albuquerque, o Sousa Lino. Um personagem obscuro que os portossantenses pouco apreciam (e os caçadores ainda menos) e que segura o Jocelino com unhas e dentes, mesmo contra a vontade reformista de Pedro Calado, que é agora quem tutela o Porto Santo. Quem terá mais força, o vice-presidente ou o melhor amigo do presidente?

Vamos ver o que os próximos tempos nos reservam, mas, se nada mudar, Albuquerque que esqueça o Porto Santo, será socialista nas autárquicas.

Kapa PXO