3 de Julho 2019
PS
de Lisboa dá hoje
nova
lição táctica ao PS-Cafofo
Ana Catarina Mendes vem hoje dar nova lição eleitoral ao PS-Madeira. A menos que venha receber instruções de Emanuel Câmara, Cafofo e Victor. |
Nota-se hoje um pouco de agitação nos interstícios da Praça Amarela por causa da notícia de que Ana Catarina Mendes vem ao Funchal para encetar a partir das três da tarde uma conversa com a Direcção, o Secretariado, concelhias e o mais que se mexa na estrutura do PS-Madeira.
Depois do fracasso monumental da candidatura Cerdas às europeias, o Largo do Rato sente-se escaldado e parece que haverá esta tarde sermão a lembrar os critérios para formação de listas aprovados recentemente pelo partido nacional.
Como se sabe, depois do desastre socialista na Madeira quanto ao Parlamento Europeu, vêm aí regionais em Setembro e nacionais em Outubro.
Estas últimas são nucleares para o projecto do PS, já que António Costa, que sonha acordado com uma maioria absoluta, não se pode dar ao luxo de perder assentos em S. Bento... por causa das quezílias, caprichos e vingançazinhas típicas do famoso 'Saco de Gatos' da Madeira.
Vejamos um caso concreto: Carlos Pereira, que termina mandato agora no hemiciclo nacional, impôs-se como o deputado madeirense mais interveniente de sempre. Foi um activo vice-presidente da bancada socialista liderada por Carlos César. Brilhou em comissões parlamentares (5 comissões de inquérito, salvo erro, sendo vice-presidente na comissão de inquérito às rendas excessivas). Fulgurou em outras missões nos planos da economia, transportes, turismo, inovação, assuntos europeus e energia. Vimo-lo na coordenação socialista dos debates parlamentares alargados sobre economia. E foi o vice da sua bancada escolhido para fazer o balanço das actividades económicas recentemente, quando das jornadas parlamentares do PS em Viseu.
Acontece que os critérios de candidatura para Outubro, aprovados pelos órgãos nacionais, dizem que, no caso dos deputados cessantes, as federações - no caso o PS-Madeira - deverão considerar a "capacidade de representação e de compromisso com a actividade no grupo parlamentar, nomeadamente a dedicação no exercício do mandato".
Com o balanço das actividades de Carlos Pereira, Emanuel Câmara, aliás Paulo Cafofo, terá de argumentar muitíssimo bem para justificar a dispensa do antigo líder regional do partido.
Sabe-se que António Costa nunca esqueceu a desfeita pessoal de Pereira quando este recusou meter Bernardo Trindade na lista para as anteriores eleições nacionais. Mas a conjuntura actual certamente faz o líder do Rato pensar pragmaticamente no maior número de cadeiras em São Bento.
A n.º 2 do PS nacional poderá pegar ou não nesse assunto esta tarde. Mas as regionais não faltarão à mesa da conversa.
Nos meandros da Praça Amarela, fala-se num orçamento de campanha apresentado pelo PS local que Ana Catarina Mendes considera surreal. De facto, se o PS-M não tem dinheiro para um poster com Paulo Cafofo a irradiar pepsodent, o PS do Rato sobrevive com o mesmo problema e com dívidas de assustar.
A secretária-geral adjunta deveria tratar apenas de contas. Mas quem acredita nisso, tratando-se de Catarina Mendes, braço direito de Costa?
A realidade é que, no caso dos socialistas madeirenses, as listas é que estão a causar o maior desconforto, de momento. Já se ironiza no seio dos 'gatos': será que os independentes que tomaram conta do partido na Madeira deixarão alguma vaga para meter um militante ou outro?
Depois do caso Cerdas e perante o poderio interno dos independentes, os filiados mais sensatos temem o pior.
Além desse problema de arranjar lugar para os independentes nas listas, à custa de militantes que já deram provas e outros em fase de lançamento, subsiste o discurso anti-autonomista dos novos patrões do PS-M.
Apesar de agitarem a bandeira azul-amarela por tudo e por nada, para passarem a imagem de autonomistas, o adn do servilismo a Lisboa é mais forte.
Num ápice, foge-lhes a boca para a verdade e estragam tudo.
É assim que ouvimos Cafofo apelando para o respeitinho devido à capital e Victor Freitas a condenar os ataques do PSD e do governo regional ao governo central.
Acontece que os social-democratas, aliás como o povo madeirense, são autonomistas por tradição e convicção. Então, quando o PS precisa desesperadamente de penetrar no eleitorado laranja para vencer as eleições, começa por bater de frente numa muralha autonómica de 40 anos.
A situação regional é simples: a direita conotada com o CDS não vota PS, apesar de os actuais socialistas se confundirem, na prática do seu dia-a-dia, com a direita CDS. É ver as suas ligações aos grandes grupos económicos. Por exemplo: não foi Luís Miguel de Sousa a mudar-se para a esquerda, foi o PS a resvalar para a direita. É indiscutível. Caso arrumado.
Os votantes do Bloco poderão fugir para o PS, já que a dispensa de Roberto Almada será fatal. Mas não são muitos.
Já os comunistas da CDU, que também são poucos, não votam Cafofo.
Nem o farão outros pequenos partidos que precisam de contar voto a voto na busca de representação parlamentar.
O eleitorado JPP é uma incógnita.
Complicado para a Praça Amarela é que a valia eleitoral do PS-M se apresenta baixíssima: 5 deputados actualmente na ALM e recente derrota estrondosa nas europeias, com 0-10 no Funchal e outra abada na Região.
Ao mesmo tempo, muitos dos poucos resistentes socialistas ameaçam desertar para outro quadradinho do boletim de voto, em protesto pela descaracterização do partido.
Ao PS-Cafofo resta o eleitorado social-democrata, parte dele realmente propenso a castigar os seus actuais dirigentes da Rua dos Netos. Mas serão muitos a manifestar o seu desagrado com Albuquerque e companhia se obrigados a votar num partido que se "agacha" a Lisboa?
A própria vinda da secretária-geral-adjunta de António Costa à Madeira, hoje, evidentemente para dar e não para receber ordens, é de difícil digestão para os social-democratas, descontentes ou não com a estratégia do Laranjal. Uma visita que cai mal até junto dos socialistas da velha guarda.
Não havia necessidade, como diria o Diácono.
Ana Catarina Mendes faz lembrar a política dos estados gerais do PS-M, que de vez em quando trazem um expert ou outro para ensinar coisas à Madeira. Com mais premência na Saúde, cavalo de batalha dos socialistas. Pois Catarina Mendes chega aí acompanhada por uma edição (de hoje) do Público agitada na primeira página pela seguinte manchete, dedicada à Saúde continental: "Número de cirurgias em atraso duplicou em 4 anos".
É esta Saúde e são aqueles especialistas que os independentes do PS-M, subservientes a Lisboa, querem trazer para cá?
A pergunta deve estar a pular por aí como um diabinho de Natal.
Pois Catarina Mendes é como os iluminados da Saúde continental, que nada percebem da situação regional da Madeira. Se Catarina Mendes conhecesse minimamente o meio político onde se vem imiscuir hoje mais uma vez, não viria ao terreno pôr ainda mais a nu a subserviência do PS-M na relação com o PS-nacional.
Um partido regional que não tem autonomia perante a sede do Rato como é que, se chegasse ao governo da Madeira, teria autonomia face ao poder centralista de Lisboa?
7 comentários:
O Vitor Freitas o arroz de lapas e o independente dono do PS-M ainda não estão totalmente de joelhos perante Lisboa.Com efeito ainda falam com sotaque regional e não dizem “pá”.Mas está quase senão os donos em Lisboa não os entendem...
Será que também virá o Rui Brokilas do Norte ditar ordens no dito partido autonomista (DELES)..
É fácil inclinar a estrada e não olhar o retrovisor.
Lá estarão todos os capachos de Lisboa.
Os sapatos da senhora ficarão bem limpos.
Assim como o Brokilas do Norte será acariciado e apaparicado pelos renovadinhos como fizeram ao Passos Coelho. Força Rubina vai em frente.
Estes tipos ainda não perceberam que os madeirenses não gostam de ser mandados por cubanos!
Em frente Rubina?
É que depois do Cristo Rei vem o abismo
13.22,
O cafofiano imbecil das 13.22 tenta desviar a conversa da senhora de Lisboa que lhes vem dar as ordens para a campanha e candidatos a escolher.
O vosso abismo virá a 22 de setembro. Logo depois em outubro jogam-se por ele abaixo.
Enviar um comentário