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domingo, 7 de julho de 2019





7 de Julho 2019



De facto foram não 'cem'
mas 'sem' compromissos



(JM)




Alguns comentadores do 'Fénix' fizeram humor com os 'cem' compromissos para cem dias cuja apresentação o Cafofo-PS anunciou para este sábado. Disseram alguns, pegando na piada antiga, que dali sairiam não 'cem' mas 'sem' compromissos.
Passado o espectáculo montado na sala de congressos, temo que os terríveis comentadores tivessem razão.
Ou os jornalistas tiveram um dia excepcional de baixa de forma colectiva ou então não viram na exposição das medidas ponta por onde pegassem.

Se tiveram uma péssima tarde em simultâneo, o que é estranho, então Paulo Cafofo esteve a pregar aos peixes, ou seja, apenas às "dezenas de devotos" sentados à volta da pista de circo. Porque a mensagem não transpirou cá para fora. 
Vi a TV ontem à noite. Consultei ambos os diários de hoje. Nada de novo. 
Nenhuma medida que dê título a um jornal. 
Tudo déjà vu. 
Ora, o 'anunciar' cria a expectativa de conhecer algo, de ser surpreendido por uma novidade.
E aqui está a segunda hipótese: os jornalistas estiveram em dia normal, só que não ouviram as anunciadas medidas dos compromissos.

Já o disse aqui algumas vezes, mas os arrogantes dos PSoas não querem dar o braço a torcer. Recusam aquilo que aprendemos dos mestres da verdadeira retórica: a forma serve apenas para agradar e persuadir a audiência; só os bons conteúdos conseguem empolgar e mobilizar. É tão difícil meter isto na cabeça e na campanha?
Camaradas da Praça Amarela! O sorriso pepsodent, os palcos circenses, os muppies refulgentes e os outdoors de encher o olho chamam as atenções, é verdade. Mas depois é preciso mostrar ideias e projectos. De forma muito clara, sem engonhanços.
A arrogância de meia-dúzia de amadores sem categoria - daí os ares - já causou estragos. Ainda recolhem os cacos resultantes das europeias. E uma vez que continuam alucinados pelos tachos que se insinuam no horizonte, em vez de pensarem no colectivo e deixarem os mais competentes da oposição socialista tentar inverter a marcha para o abismo, adivinha-se outro desastre lá para Setembro.
O que equivalerá a dois desastres: somar mais quatro anos à mexicanização da Tabanca; perder a chance da sonhada mudança de atmosfera.

Pelo que percebi, montaram ontem aquele espectáculo novamente em função da estratégia do culto da personalidade. Os presentes levantam-se eufóricos à chegada do D. Sebastião, qual Estaline a posicionar-se à frente do Soviete Supremo. 
A ver se o povo começa a sentir um irresistível impulso para se levantar e fazer vénia ao Cafofo.
Houve muito speaker, muito separador impactante. 
Mas depois o quê? 
Palavras balbuciadas sem dicção clara, uma ladainha sem mover os espíritos, sem galvanizar quem espera por mensagens interessantes e fortes.
Frases feitas a eito.

Também já se disse aqui: se querem apostar no Cafofo, deixem-no fazer aquilo que ele sabe em vez de o debilitarem mais fazendo o que não sabe. É assim com toda a gente.
Não. Atiram o homem para shows comicieiros que ele, apesar dos treinos a que deve ser submetido, não sabe como começar, nem alimentar nem acabar. 
Espera-se ouvir objectivar, por miúdos, os cem compromissos para cem dias. E o homem fala de compromissos, abstractos, para 6 e 10 anos. 
Ele e os seus sargentos inconscientes (as excepções são raras) exigem que os que agora estão no poder resolvam os problemas da Saúde imediatamente, porque "a Madeira não pode esperar mais". E depois vêm dizer que a Saúde, se forem eles a ganhar as eleições, não poderá ser resolvida numa só legislatura.
Isto para não repetirmos as contradições clássicas que já fazem parte do património anedotário regional.

Se a única forma de interromper a eternidade laranja era Cafofo - e era, uma vez que afastaram o candidato mais consistente, Carlos Pereira -, então os socialistas são os grandes culpados caso o projecto venha a colapsar. 
Prometer medidas e chegar ao circo para repetir pela enésima vez que a Saúde é uma prioridade e que as áreas a privilegiar serão o 'emprego e oportunidades', 'qualidade de vida', 'mudança e inovação' e 'saúde e solidariedade', bem: tirando as tecnologias modernas, foram esses os objectivos que Viriato anunciou aos lusitanos.

Cafofo sentiu-se ontem na obrigação de esclarecer que o seu não é o projecto de 'um homem só'. Mas uma coisa ele não desmente: é um projecto dele (digamos assim) e de mais quatro homens... só e apenas. 
Aquilo não avança para além dos coordenadores da educação, economia, finanças e saúde. 
Todos a planear aplicação de milhões sem explicar onde vão buscar o dinheiro. 
Não conhecem o problema do lençol curto? 
Até o delegado dos Sousas no projecto Cafofo-Psoas, que quer tratar das finanças, promete cobrir investimentos magalómanos que, brinca ele, criarão empregos em barda. E fá-lo, também ele, sem se preocupar com a coluna das receitas. 
Pois, mas o Cafofo já disse que o mar será a mina de ouro dos futuros donos disto - corrige-me o Leitor cofofiano. 
O homem com a "pasta do mar", Ruben Eiras, também nos tranquiliza, como fez ontem: a ideia é aumentar o PIB em 10% nos próximos 10 anos, o que permitirá 460 milhões para investimento público e privado e mais uma tonelada de empregos. 
Simplesmente, o indivíduo também não especifica se vai ao mar pescar notas de 500 euros à linha, à rede ou de mergulho.

Não quero contribuir para diminuir ainda mais um projecto falho de verosimilhança. Mas a estratégia dos PSoas faz-me lembrar uma das primeiras anedotas que se ouvem na vida. Dois ébrios pela rua, movimentos descoordenados. Faz um: se eu um dia for governo, o povo finalmente vai poder contar com os seus direitos - gasolina de graça, educação de graça, vinho e cerveja de graça, carros baratos, saúde de graça... E nisto o candidato a governo bate contra o lampião, estatelando-se no asfalto. Diz o outro: sempre que começo a gostar de um governo, ele cai.
A piada já tem bolor, mas é o que me vem à cabeça a cada número do circo em exibição neste Verão.
Daqui não saímos: ou os arrogantes trabalham com sentido político sério e baixam a crista ou então a mexicanização laranja tem mais 4 anos de engorda. Enquanto a balcanização dos 'gatos' se acentua.

Toda a gente tem direito a férias para bronzear e a dizer umas asneiras na silly season. Mas não quem tem objectivos políticos para alcançar. Trabalhem agora e vinguem-se no Verão de 2020.
Se os arrogantes continuarem a cantar vitória antes do tempo, então as suas 'sem' medidas serão materializadas em... 'sem' dias.

11 comentários:

Anónimo disse...

Aquele palco em círculo fez-me lembrar os tempos de criança em que os meus pais me levavam ao circo no campo Almirante Reis. E o que eu mais gostava eram a entrada dos palhaços, em que faziam as suas peripécias, as suas mentiras e as suas tropelias. Ontem o Prof. Paulo Cafôfo fez-me lembrar o palhaço que faz rir toda a plateia! "O centralismo de Lisboa não é ficção" disse o candidato. Quem foi que nestes anos todos andou acopolado a António Costa, o centralista môr? Toda agente sabe a resposta. Dei uma grande gargalhada! "Quero um governo inclusivo, que não faste quem não lhes interessa" Nova gargalhada! Quem foi que afastou o vereador Gil Canha, e a vice-presidente Filipa Jardim Fernades e o vereador Edgar Silva, assim como a Presidente da Assembleia Minicipal Luísa Clode em 2014? Paulo Cafôfo é um danado para a brincadeira! "Temos que acabar com os monopólios, clientelismo e favorecimento" no Governo que já leva 43 anos de desmandos. Nova gargalhada! Quem foi que convidou o braço direito dos Sousas, o monopolista môr que esfola os madeirense nos portos da Região, para elaborar o programa económico do Paulo Cafôfo, o srº Sérgio Gonçalves? Quem foi que ofereceu uma rua no Largo dos Varadouros aos Sousas? Sinceramente fartei-me de rir com aquela apresentação: Já tinha saudades de ver um "palhaço" a dizer as suas asneiras e a gozar com o público. Parabéns Paulo Cafôfo, que me fez rir à desbragada ontem à noite!

Anónimo disse...

Calisto,
Parabéns pelo seu artigo, o qual subscrevo na sua essência, e na percepção de que, mais uma vez, será perdida uma oportunidade de acabar com esta mexicanização em que vivemos há tempo demais.
Não só porque a alternativa é saudável nas democracias, mas também porque já estamos fartos de serem sempre os mesmos.
Mas pelo que vi, assim não vai dar.
Bem que Cafofo tenta agora o discurso ao coração madeirense, anunciando que a Madeira continua subjugada ao sentimento de colonialismo do Terreiro do Paço. Mas, a praxis é outra, e muito dificilmente descolará da imagem do "homem de Lisboa".
Por outro lado as medidas anunciadas é mais do mesmo. Um conjunto de generalidades prometidas por todos os que se candidatam a umas eleições. Até para o clube da freguesia.
Ele é mais disto ou de aquilo. Ele é melhor disto ou daquilo. Seja na educação, na saúde, nos transportes, etc.
Agora aparecem duas modas. O ambiente e a economia do mar.
No ambiente basta dizer umas banalidades, com ser necessário combater as alterações climáticas, utilizar menos, ou até proibir o plástico, mais isto e mais aquilo. Não é preciso muito para ficar bem na fotografia.
Na economia do mar, dá para tudo. Até para dizer que à sua conta se aumentará 10% o PIB regional nos próximos 10 anos. Cruzes, como a imaginação dá largas, embora a irrealidade do prognóstico seja facilmente verificável.
E nesta onda da economia do mar, não se sabe como tanto se crescerá. Com Cafofo haverá mais pescado? Haverá um aumento exponencial nas actividades marítimo-turísticas? Serão construídos hotéis flutuantes? Será descoberto petróleo ou gás natural na nossa ZEE?
São muitas as interrogações, porque muitos os objectivos e promessas, sem que seja explicado no primeiro caso como lá se chega, e no segundo de onde vem o dinheiro.
Enfim, é mais do mesmo, já anteriormente visto, e a pouca qualidade dos protagonistas, com as devidas excepções, não augura alteração dos ventos.
Mais uma vez. Raio de sina.

Anónimo disse...

Crónica que vem no âmbito daquilo que o cronista nos habituou durante os últimos anos. Se fosse ao contrário muito nos admiraria.
Ela está aí com o seu conteúdo e teor e compra quem a quer pois isto é a democracia a funcionar.

Anónimo disse...

Ouvi dizer que o palhaço Careca saiu estonteado de tanta volta naquela pista circense.
Confidenciaram-me que o Vitinho fez uma tremenda birra por não haver pista de carrinhos eléctricos para crianças. O arroz de lapas convencido que estava na feira popular andava á procura de umas sardinhas assadas.
A Hiena Iglesias divirtia-se á brava com tanta palhaçada.
Muita gente saiu arrenpendida,aquele espetáculo de borla foi caro.




SIA disse...

Acompanho estes 100 compromissos e procuro uma medida objetiva. Cansa ouvir que vamos fazer isto e aquilo, lembra a cassete dos comunistas, mais emprego mais saúde, mais justiça, mais mar, mais , mais,.....
Na saúde estava a ser injusto. Já se sabe que vai comprar um hospital privado. Com esta compra está resolvido a saúde. É só esperar pelo inicio do inverno e fica atolhado de idosos.Depois compra a Medical Center, Santa Catarina, Santa Luzia. Facil.
Lá no fundo o que Cafofo pensa mas não diz é que ele tem a resposta para a saúde. Acaba com as altas clinicas, com os lares para idosos, com os doentes, todos esses ingratos que envelhecem e adoeçem. A soluçao estará numa flauta. Leu bem numa flauta. Câfofo vai tocar essa flauta magica e irá ser seguido por esses idosos, doentes, ladeados pelo Picareta Falante em direçao á nova economia do mar, para que todos estes usufruem desta nova riqueza descoberta por esta mente diabolica.
Com tanto isco não será dificil acreditar que teremos tanto peixe na costa que a economia da Madeira vai crescer 10% e representar 500 milhões de receita para investimento na propaganda.
Falando sério, sempre que passo por um dos novos cartazes de um Cafofo a rir pergunto o que vais dentro daquela cabeça? Sempre que vejo foto do homem está sempre a rir. Como será falar com alguem que está sempre a rir?
Rir é uma defesa do homem porque não tem ideias, não tem nada dentro daquela cabeça oca. Para provar o que digo basta deixar o homem falar sem interropmper. Começa por debitar a cassete e depois perde-se.
Diz asneiras. Mente. Perde-se.
exemplos.

-Nem se fala nas mortes do Monte, aí foi amnesia total. Os outros que se lixem.

- barreirinha/Socorro, AFA, construção de hotel. Não. Ou sim uma semana depois reconhecer que tinha mentido.

-Combustiveis em que iam poupar 700 mil em 3 anos. Riso.

- Hotel Turim com indice de construção esquecido e construção fora do aprovado.

- Aquisiçao de 80 mil entrada nos complexos balneares gastando 100 mil euros. Desculpem a mentira, foi 300 mil pela água abaixo.

- Fica na cidade sem controle de gastos

- Funchal Jazz sempre para o mesmo desde 2013 ou seja na Era Cafofo. Valor do Funchal Jazz, entre 200 e 300 mil somando os 115 000 em dinheiro mais toda a receita gerada de entradas, publicidade, sponser, taxas.

- Adjudicações de muita publicidade ao DN. Só este ano em palcos, som iluminação já passou dos 500 000,00

Para não maçar fiquemos por aqui.

Anónimo disse...

Tudo muito giro, mas, pouco funcional, então o PS gasta uma pipa de massa " ",num evento fechado para os mesmos?
Como é que se passa a mensagem para o povo? Não sei quem são os vossos assessores, mas uma coisa com esta dimensão era feita no exterior para abranger o maior numero de pessoas e conseguirem passar a vossa mensagem, mesmo que ninguém confie. hahahaha.
Pelas PSoas é que não é de certeza.

Anónimo disse...

Os madeirenses já descobriram que o Cafofo é uma Jardim 2, até anda metido com os sousas.

Anónimo disse...

Alguem já viu quais os 100 compromissos?

Anónimo disse...

Na minha opnião, penso que deveria ter sido 1460 compromissos para os 1460 dias de mandato, porque assim, só para os primeiros 100 dias até parece que não vai fazer mais nada no mandato se fosse eleito. Só peca por ser pouco e incompleto, porque estamos todos a ver que seria mesmo executado.

Anónimo disse...

E quando ele for ao Dubai se tratar como vai ser?

Anónimo disse...

21.44,
Não há problema.
O DN paga-lhe a viagem.