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sexta-feira, 8 de maio de 2015

JORNAL DA MADEIRA


GOVERNO DELIBERA DELIBERAR
DELIBERAÇÃO NENHUMA



...Mas é preciso deliberar a sério: devolução ao mercado do JM nas condições de independência financeira em que o jornal se encontrava quando o governo do PPD o 'expropriou' nos loucos inícios do jardinismo

O poder regional só tem um trilho a pisar para se sair minimamente ileso do processo Jornal da Madeira: sumir-se imediatamente de lá de dentro deixando a publicação nas mesmíssimas condições em que a foi encontrar quando, nos primeiros e loucos anos do jardinismo, se assenhoreou do título.
Francisco Santana, em meados de setentas, decidiu que o JM teria de ser um projecto político. Assim, entregou o jornal ao então chefe do PPD, que, uma vez na chefia do governo, o transformou numa empresa totalmente dependente dos dinheiros públicos.
Compete ao actual governo, pois, proceder à marcha inversa, ou seja, propiciar condições para que o JM recupere a auto-suficiência financeira.
É o mínimo a fazer, já que o jornal nunca será ressarcido das patifarias que sofreu e dos incalculáveis prejuízos editoriais, nestas 4 décadas, que estão à vista no título quase centenário.
Ah, mas dessa maneira o governo terá de entrar com mais dinheiro dos contribuintes - dirão muitos. Pois terá. E não foram os contribuintes que, acomodados às diversões do arraial madeira-novense, votaram de 4 em 4 anos na política doidivanas do Laranjal? Quem legitimou aqueles 30 e tal anos de desenvolvimento estoira-vergas se não o povo?
Então, que se paguem agora os erros do passado.
Em todo o caso, não foi este executivo a fazer tal asneira, foi o anterior - arguirão outros, fazendo suas as declarações de Sérgio Marques ontem, ao anunciar a 'deliberação' do governo. Nós corrigimos: estamos a falar de governos do mesmíssimo partido, o PPD.
Os senhores governantes não sabiam dos graves problemas pendentes do passado, quando se candidataram? 
Segundo palavras de Sérgio, o governo regional pretende sair do JM e que o JM continue no mercado, com independência financeira. Senhores, os novos crânios que deixem de brincar com coisas sérias. Onde é que há empresários suficientemente malucos que, mesmo numa estratégia de agradar ao governo, aceitem arcar com um passivo de 50 milhões de euros?
Não haverá. Nem sequer haverá, se calhar, empresários que entrem no negócio beneficiando de uma situação a zeros. Não é novidade para ninguém que os jornais em papel já nem conseguem receitas para cobrir despesas de todo anacrónicas no actual paradigma do mundo da informação.
Portanto, se pretende agir dentro da moralidade possível, o governo que se vá fazendo à ideia de nos fazer pagar o passivo e ainda despender mais algumas verbas para que o JM recupere finalmente o estado financeiro, complicado mas viável, em que se encontrava quando foi sequestrado pelo governo PPD. 
Miguel Albuquerque e Sérgio Marques, na campanha interna laranja e na outra das regionais, anunciavam soluções rápidas para tudo, e agora, como se previa, apresentam deliberações que não deliberam nada. Mas já estamos acostumados há anos.
Os tempos são outros - diz-se. São, são. Mas a moral não deve submeter-se a vontades conjunturais.
A 'deliberação' de ontem apresentou-se com chavões que conhecemos há que tempos. Que o governo vai fazer cessar a participação dos contribuintes na "sustentabilidade financeira do JM". Já o ouvimos em qualquer lado. Só não dizem 'quando' vamos deixar de pagar. Assim como conhecemos 'de ginjeira' as 'tretas' de que os postos de trabalho no JM serão defendidos... com uma ressalva: excepto os trabalhadores que forem para a rua, ao abrigo da necessidade de encolher a "folha salarial" da empresa. 
A mesma deliberação, claro está, insiste na velha "lógica de mercado concorrencial" e no requentado "pluralismo saudável na comunicação social da Região". Chover no molhado. O que o governo realmente deliberou foi adiar, como se fazia no antigamente, um problema tremendamente incómodo para todos, com os trabalhadores da casa no núcleo da chaga. 
Grande medida, ontem: nomear uma nova administração para o JM com apenas um gerente executivo remunerado. Nossa!, quantas vezes o anterior 'sua excelência' procedeu a essa cosmética para empapelar o problema da sua 'noiva' da Fernão de Ornelas! É como as direcções dos clubes de futebol que despedem o treinador para amansarem a massa adepta e sobreviverem mais uns tempos sem pressões.
Novo gerente executivo, estudo de viabilidade... Vira o disco e toca o mesmo. Adiar, adiar. E o povo continua a pagar, o que aliás é bem feito.
Agora, pagar por pagar, que se atalhe caminho. Enfrentando a complexa dificuldade. Assumindo esse monumental calote - que a bem ou a mal terá de ser pago um dia - e abrindo um processo de jornal competitivo, atractivo para os possíveis investidores.
É confortante saber que Sérgio se tem entregado de alma e coração às mudanças de mobília nas instalações que lhe foram entregues na Junta Geral, processo feito com ruído e aos encontrões. Certo que os primeiros tempos de governo continuam a agradar aos pacifistas: é o governo todo abrileiro e bem comportado no parlamento, é o tratamento carinhoso a Passos Coelho, é a 'Sissi' bem instalada nas Angústias, é Rubina Leal a reunir as instituições solidárias num ambiente ameno, é isso tudo. Mas... retirar 10% ao desporto sem se perceber ao menos se o governo considera ou não a importância da nossa projecção no plano nacional e internacional; adiar, enfim, os verdadeiros problemas por resolver não passa de um varrer do lixo para debaixo do tapete. O que não se compagina com o verniz e o charme da nova vaga insular.
Para não nos perdermos do tema: a Região precisa do Jornal da Madeira tal como era administrado há 30 e tantos anos, antes do colapso. Quanto às dores de um processo desses... Infelizmente não há milagres, mesmo tratando-se de um jornal de inspiração cristã.


8 comentários:

Anónimo disse...

O Dr. Roque Martins tem razão a pobreza esta para ficar é bom que os assessores de imprensa do novo governo digam aos seus chefes a noticia divulgada neste blog, ao menos digam alguma coisa não é só agradar aos chefes.

Anónimo disse...

Sr. Calisto,
Estou de acordo consigo a respeito do Jm.
Já devia estar fechado.
Quanto aos 10% retirados ao desporto que o Sr. Menciiona é falso.
Foram retirados as SA.
Não acha que também em termos das SA desportivas estamos a viver acima das nossas possibilidades?

Luís Calisto disse...

Caro Comentador
Eu não disse que o JM devia fechar. Disse o contrário. O GR é que desvirtuou o jornal, agora tem o dever de o devolver ao mercado da imprensa nas condições em que o sequestrou nos anos 70 do século passado.

MR disse...

Li agora que o Sindicato dos Jornalistas vai pedir uma reunião ao Diácono Sem Malícia e depois ao Bispo... Na melhor das hipóteses saem abençoados pois é gente que não resolve nada...

Anónimo disse...

Concordo Sr Calisto. Devolver o jornal da madeira, a quem de direito, limpinho como quando o sequestraram. O passivo, que seja resolvido por quem o fez.

Jorge Figueira disse...

Calisto tenho andado arredado dos comentários mas apetece-me lembrar ao comentador 20.01 que o passivo que ele, comentador, não fez vai sair-lhe do bolso sob a forma de impostos.
O Dr. Alberto João já não tem nada a ver com isto! Ele assumiu dívidas nenhumas limitou-se a empurrá-las com a barriga

Anónimo disse...

O sindicato dos jornalistas nunca defende os pobres jornalistas que trabalham no Diário Cidade e, no Tribuna. Só se preocupam com o JM e o DN. O resto parece que não passa de papel de música.
Para o governo, conheco muitos bons profissionais da comunicação que estão a ser atirados para as prateleira por causa da falta de apoio do governo aos restantes orgaos de comunicação social. Será que o Sérgio Marques nao sabe que há vida para além do JM. Uns são filhos e outros são enteados...

Anónimo disse...

ainda vai chegar o dia em que o diario vai se arrepender de ter causado está situação ..

Se o JM for vendido a um grupo forte continental o diario tem os dias contados



lembrem-se destas palavras