Powered By Blogger

quinta-feira, 1 de novembro de 2018


Presidentes no Porto Santo





Discurso de Miguel Albuquerque nos 600 anos da descoberta


"Muitos parabéns às gerações e gerações de Porto Santenses que ao longo de seis séculos, enfrentando todo o tipo de adversidades e infortúnios, fizeram desta Ilha um local único de Beleza, Paz, Resistência e Esperança.
Homens e Mulheres de uma coragem extraordinária, que sempre se recusaram a soçobrar ante as imensas dificuldades materiais, geográficas e políticas que foram surgindo ao longo da história.
Homens e Mulheres, cuja tenacidade, capacidade de trabalho, e firmeza nos propósitos, lograram moldar ao longo dos séculos uma comunidade viva e activa, alicerçada nos princípios do humanismo cristão personalista, onde o valor da Dignidade da Pessoa Humana era – e continua a ser – matriz primordial, sede da primeira expansão portuguesa e europeia para o grande Oceano Atlântico e seus territórios circundantes.

Hoje é tempo de nos curvarmos respeitosamente ante a Memória destes Homens e Mulheres cuja Obra Monumental e Exemplo nos permitem estar aqui, a proclamar bem alto o orgulho que temos no nosso passado e que nos motivam a trabalhar para um porvir de maior desenvolvimento, justiça e esperança.
No actual momento histórico, temos a obrigação de continuar este percurso de coragem e de luta; mas mais do que isso;
Temos o dever de decidir o que se quer e assumi-lo sem contemplações.

Rejeitando um quadro político nacional que vive um vazio de valores sem projecto, nem grandeza para o futuro do País.
E combatendo, com todas as nossas forças, a emergência de exóticas estratégias centralistas, para impor a partir de Lisboa, em pleno século XXI, novos jugos e tutelas coloniais sobre os Povos das Ilhas.
Tais acintes contra o Poder Regional não são de hoje, e correspondem de facto à expressão de um “centralismo democrático”, que, evidentemente, de “democrático”, nada tem.
As recentes investidas contra a Região e a correspondente instrumentalização de alguns poderes do Estado para estrangular e subjugar a Autonomia tão durante conquistada, são o exemplo concreto do que aqui afirmei.
Expoente máximo desta violação e desrespeito pelo estatuto das Autonomias é o que se passa com o embuste vergonhoso do financiamento do Novo Hospital da Madeira.
Não há nenhuma motivação política ou eleitoral que justifique tal desplante e tal desrespeito pelos Madeirenses e Porto Santenses.
Nestes mais de seiscentos anos de história, mesmo sofrendo múltiplas iniquidades, o nosso Povo, no mais profundo da sua alma, sempre lutou contra o autoritarismo e a injustiça.
Está na nossa forma de Ser e de Viver. Faz parte da nossa Tempera.
Olhemos para esta Ilha e as suas gentes, contemplemos quão duro foi o percurso de sacrifícios e a determinação necessária para nascer e viver, e prosperar neste solo abençoado, ínfimo no meio do grande Mar, ligado ao resto do Mundo durante séculos por embarcações rudimentares que amiúde não chegavam a nenhum destino.
Recorde-se a determinação com que partimos depois, sem medo de nada, para o resto do Mundo, desvendando novos territórios, semeando novos campos, erguendo a partir do nada novas cidades e catedrais.
Veja-se como resistimos;
Compreenda-se como ultrapassamos os obstáculos;
Vislumbre-se como alcançamos aquilo que ao comum dos mortais parecia impossível.
E é, justamente, por aquilo que somos, e por aquilo que ao longo de decénios e decénios edificamos nesta Ilha e no Atlântico, que honramos o passado e nos congratulamos com o presente.
E tudo celebramos hoje nestes 600 Anos do Porto Santo.
Mas seria trágico se esta comemoração – homenagem à Memória dos que nos fizeram e do que somos – significasse qualquer conformismo em relação ao presente ou qualquer recuo quanto à vontade indómita de continuarmos a decidir em liberdade o nosso futuro colectivo.

Seja-me permitido agradecer e saudar a presença estimada, de V. Exª. o Senhor Presidente da República, neste dia tão especial para todos nós.
A presença de V. Exª., honra-nos e é particularmente importante a homenagem que presta à gesta dos Portugueses que a partir desta Ilha consolidaram e expandiram o Mundo Português no Atlântico.
600 Anos depois, em termos geopolíticos, continuamos a ser tão importantes como fomos nessa altura.
Saiba, Portugal, hoje, como souberam os nossos antepassados, potenciar a dimensão atlântica do País nas suas múltiplas dimensões.
Tal como no passado, o futuro do País está na sua abertura ao Mundo a partir do Atlântico.
Assim queiram, e haja coragem e visão para o fazer.

Senhor Bispo do Funchal, Excelência Reverendíssima
É indiscutível que a evangelização cristã moldou muito do que somos e do que temos.
O Valor da Dignidade da Pessoa Humana, o Património Edificado, a Cultura, a Educação e a Solidariedade.

Senhor Presidente da Câmara, Senhoras e Senhores Vereadores, Senhora Presidente da Assembleia Municipal, Senhora Presidente da Junta, demais entidades presentes.
Na pessoa de V. Exªs. saúdo calorosamente o Povo do Porto Santo e toda a sua diáspora, enaltecendo os valores de perseverança, trabalho, solidariedade e espírito de entreajuda que sempre foram apanágio desta população.
Hoje, neste dia tão especial, um bem haja a todos."


8 comentários:

Anónimo disse...

O povo paga tudo! Aumenta-se combustíveis, IVA Taxas SS etc para sustentar isto! neste país pequeno à beira mar, o que mais sabem fazer é, m.............

Anónimo disse...

já anunciaram o túnel do Jardim da Serra para o P. Santo?

Anónimo disse...

E a ala da pediatria oncológica do S João já começou a ser construída depois de tantos anúncios ?

Anónimo disse...

Nestes tempos exóticos o que é grave são os colonialistas que nos governam na Madeira.O povo é que paga quando vai em conversas.

Anónimo disse...

E o discurso do Presidente da República?

Anónimo disse...

Anónimo 2 de novembro de 2018 às 10:36
...se os governantes não levassem companhia para estes banquetes, quanto não se pouparia?

Anónimo disse...

Calisto, temos saudades do k-saúde. Então numa semana não há falta de medicamentos, na semana a seguir faz-se um protocolo para não haver falta de medicamentos?
Lembra-se dos 3 dias de férias para toda a gente, e um protocolo com o Calado? Vai haver, mas para toda a gente só para o ano...
o SESARAM está uma vergonha, anda tudo desmotivado. Pessoas com a mesma função a receber diferente, chefias agachadas para não perder o posto, perseguição aos técnicos que não compactuam com as "amizades"... nunca teve tão mal!

Anónimo disse...

Boa, boa está a saúde no paraíso Açores.
Para ser tratado ao cancro, um doente teve que reclamar da sua situação no Livro de Reclamações do hospital do Divino Espírito Santo. Agora aguardará a resposta.
Vide Açoriano Oriental de hoje.