Discurso de Raquel Coelho (PTP) na discussão do Orçamento 

da Câmara Municipal do Funchal para 2019

Após, as Eleições Legislativas Regionais de 2019, o PTP, não tem dúvidas que a cidade do Funchal vai ficar mais destruída do que quando fomos bombardeados pelo submarino alemão na Primeira Guerra Mundial. Ao senhor Vice-Presidente da Câmara, Miguel Gouveia, só vai sobrar ossos para roer!  Porque a disputa entre a Câmara do Funchal e o Governo Regional, vai ser de tal ordem, que os cofres da autarquia vão ficar vazios… Em 2020, quem vai arcar com as consequências são os vereadores que se mantêm no executivo, são estes que ficarão com a batata quente nas mãos.

Senhores deputados, quando se governa para o imediato abre-se as portas ao populismo, que por experiência própria sabemos bem que culminou no descalabro das contas públicas da nossa Região. Vamos reproduzir a receita na cidade do Funchal?

Que credibilidade tem um orçamento elaborado por um executivo camarário que está focado não nos problemas dos munícipes do Funchal, mas no assalto ao poder, através das eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira? Basta dizer que temos um Presidente de Câmara que se esquece que é Presidente de Câmara e que só não larga o título porque precisa do tesouro camarário para se promover. E esta é a verdade que nenhum PS quer admitir…

Temos um Presidente, que usa os Funchalenses para atingir as suas ambições e isso, meus senhores, é muito mau. Nem, António Costa, o fez em Lisboa, quando concorreu à Assembleia da República em 2015.

Tanto gosta o presidente da Câmara do Funchal, de imitar o que se faz em Lisboa, porque não copia os bons exemplos?!

Na discussão do Orçamento da CMF para 2019 é importante também relembrarmos o célebre saque à cidade do Funchal, no dia 3 de outubro de 1566.  Uma expedição de corsários franceses, que sob o comando do capitão Pierre Bertrand de Montluc, matou-se mais de duzentos moradores, no qual pilhou-se e destruiu-se grande parte do nosso património e riquezas.

Contudo, a chave para o sucesso desta expedição francesa é porque contou com o apoio de portugueses, os corsários franceses sabiam em antemão que a cidade estaria desguarnecida na sua defesa e conheciam onde estavam as riquezas da ilha. Um dos pilotos era português - Gaspar Caldeira, o "pirata Caldeira". Que traiu a sua pátria em nome da ganância.

E faço esta pequena resenha história, para fazer uma pequena analogia e deixar à vossa reflexão que por norma os nossos piores inimigos, são os que estão cá dentro.  Os de dentro, são os primeiros, a trair o supremo interesse da cidade pela ânsia do poder - abrindo as portas à pirataria.

E porque a história se repete sempre, será que o Presidente da Câmara Municipal do Funchal está a abrir as portas da cidade aos piratas do séc. XXI, com a suspensão do Plano de Urbanização do Amparo?!

Desafio, o senhor Presidente de Câmara, a dizer quanto tempo leva um licenciamento para a construção de uma casa de família, de um particular, no Funchal? Pelo menos um ano e meio. E agora perguntamos quanto tempo levou o licenciamento para a edificação do Projeto do Lazareto? Estamos perante mais uma dualidade de critérios por parte da Câmara Municipal do Funchal?!

E para terminar, senhor Presidente da Câmara, Paulo Cafofo, deixo-lhe um alerta, se Vossa Excelência continuar o caminho que tem vindo a trilhar “de querer mudar, para ficar tudo na mesma”, corre o risco da população em vez de votar na cópia, votar no original!

Raquel Coelho

(deputada do PTP na Assembleia Municipal do Funchal)