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quinta-feira, 7 de maio de 2015

MISTÉRIO DO ANTERIOR GOVERNO REGIONAL



Com a devida vénia, e atendendo ao repto de um nosso Leitor, reproduzimos um artigo do semanário 'Sol' (on line de ontem) em que se fala de uma avença que era paga pelo BES a "alguém" do anterior governo regional da Madeira. Não se consegue saber o nome do avençado, porque há uma acta rasurada. O governo regional enviou uma carta ao banco a falar dessa avença... 
Francamente, não estamos a entender. Talvez o Leitor chegue lá.



Governo de Jardim reclamou avença ao Novo Banco



O Novo Banco herdou os activos saudáveis do BES, mas também inúmeras situações do passado que têm vindo a ser resolvidas de forma gradual. O SOL analisou as actas de algumas das reuniões do conselho de administração do banco de transição realizadas após a resolução do BES. 
Uma das grandes preocupações do Novo Banco prende-se com o controlo de custos, um tema presente em várias reuniões. Logo no segundo dia de funcionamento da instituição, o ex-presidente Vítor Bento alertou para uma situação do passado: a existência de uma avença paga pelo BES a alguém do Governo Regional da Madeira e que suscitou muitas dúvidas. O caso motivou um levantamento de todos os pagamentos a pessoas ou a entidades sem vínculo com a instituição.

Miguel Albuquerque desconhece

“O Dr. Vítor Bento referiu que tinha recebido uma carta do Governo Regional da Madeira aludindo a uma avença que seria paga pelo BES ao [...] sem que houvesse uma aparente contrapartida, situação que, na sua perspectiva, tinha que ser cabalmente esclarecida”. Esta versão da acta foi rasurada, de forma a impedir a divulgação do nome da pessoa do Governo da Madeira beneficiada com a avença.
À data do envio da carta, Alberto João Jardim era ainda o presidente do executivo regional. O SOL não conseguiu obter um comentário do ex-líder madeirense.
Já a actual presidência refere que o “Governo Regional da Madeira não comenta por não ter conhecimento” da avença. Miguel Albuquerque foi empossado a 20 de Abril deste ano.

Levantamento exaustivo

Na sequência das dúvidas manifestadas por Vítor Bento, o antigo gestor José Honório acrescentou, na mesma reunião, que lhe parecia “conveniente fazer um levantamento de todas as avenças pagas pelo Novo Banco e pelas sociedades que para ele tenham transitado”.
João Freixa, administrador do BES que permaneceu na equipa de Vítor Bento, concordou e sugeriu que se pedisse ao Departamento de Negociação e de Controlo de Custos “informação sobre os pagamentos directamente autorizados”. Por sua vez, o ex-administrador Jorge Martins propôs consultar ainda o departamento de recursos humanos do banco. 
Depois de ponderadas as diferentes hipóteses, o primeiro conselho de administração do Novo Banco decidiu avançar com “um levantamento de todas as avenças, espaços físicos, automóveis e recursos humanos disponibilizados a pessoas ou entidades que não estejam vinculadas ao Novo Banco por contrato de trabalho em vigor”.
A 24 de Setembro, com o Novo Banco já sob a liderança de Eduardo Stock da Cunha, o tema foi retomado. Foi então apresentado o levantamento do conjunto de serviços, custos e benefícios que o Novo Banco suportava e que, face à informação disponível naquela data, se afiguravam como “não contratualizados ou em dúvida”. O conselho de administração aprovou a optimização desses custos, eliminando “situações não contratualizadas e revendo ou renegociando fornecimentos e serviços contratados”.
Em Outubro, o board implementou uma política de controlo e redução de custos transversal a todas as entidades do grupo. Foi remetida uma minuta a todas as empresas, sucursais ou escritórios de representação, sublinhando a necessidade de incorporar os novos procedimentos e normas relativas a despesas de representação, deslocação, ajudas de custo e estadia. A ordem era clara: “aplicação imediata” e “cumprimento escrupuloso”.
De Agosto a Dezembro, os custos operativos totalizaram 368,6 milhões de euros, “não reflectindo ainda, na plenitude, o esforço levado a cabo na sua redução”.

15 comentários:

Miss Take disse...

Interessante..., vamos aguardar por mais desenvolvimentos.

Anónimo disse...

Curioso, alguém sabe o nome do gatuno, diz publicamente que sabe o nome mas não o revela. Porque será que adota esta postura? Será uma forma de vender o seu silêncio?

Luís Calisto disse...

Sr. Anónimo
Quem diz que sabe o nome do gatuno e não o revela?
Diga-nos quem, para lhe perguntarmos.

Anónimo disse...

Caro Calisto, foi jornalista durante algumas décadas. Se lhe aparecesse alguém com uma informação destas, em que lhe fornecia todos os dados exceto o nome do malandro, o que é que ficaria a pensar sobre a atitude desse informador?

Luís Calisto disse...

Bom dia
Em primeiro lugar, quem esconde o nome é a própria acta do banco. Segundo se lê na notícia do 'Sol' que reproduzimos, a acta está rasurada e não deixa ver o nome. Logo, quem escondeu foi quem rasurou a acta.
Segundo: não sei se há malandros no caso. Os bancos privados têm os seus esquemas de avenças segundo as suas estratégias. Se são legais, nada temos com isso. A única estranheza é o porquê de terem rasurado o nome.
Isto sou eu a pensar.
Cumpr

Vicentinho disse...

Bem respondido sr Calisto.
Muito embora esta página sirva muitas vezes para desmascarar algumas trafulhices de alguns nomes conhecidos da praça, isso não quer dizer que todos os artigos sejam com esse sentido.

Anónimo disse...

Andou no ar essa de ligações do MA ao BES, será que tem a ver com isto?

Anónimo disse...


Hum...i
Perguntem ao Sócrates como era !!!

Augusto Trindade Pereira disse...

Sr. Calisto, peço desculpa, mas considero que este caso - caso seja verdade - é grave, muito grave, porque revela uma promiscuidade criminosa. Há que investigar o que se passou. E não quero saber do facto do antigo BES, devido a relações pessoais e empresariais, ter resolvido por via de uma empresa de capital de risco o problema de uma estrutura de rosas no norte da Madeira. O assunto está resolvido mas ficou a dívida, por sinal bastante grande, que está a ser paga, segundo sei. Esta situação a que o Sol faz alusão é que é grave porque cheira-me a pagamentos camuflados, por debaixo da mesa. Em troca de favores? Que favores? Quem recebia? O assunto tem que ser levado até às últimas consequências, doa a quem doer. A notícia diz que é um "membro do governo" (anterior). Uma acusação gravíssima que não se compadece com comentários idiotas, desculpe-me sr. Calisto a franqueza, que alguns trogloditas aqui fazem. Se o actual governo regional for capaz de esclarecer agradecemos. O secretário das finanças que veio do anterior Governo regional não sabe de nada? O que esperam os deputados regionais para chamarem o se. Gonçalves, o tal protegido da ministra das finanças, à Comissão do parlamento para responder a isto?
Sr. Calisto, não largue este assunto por favor. Suspeito que vamos ter escândalo em breve caso este assunto seja devidamente desvendado. Já reparou o silêncio absoluto do Diário e do JM?! Não acha estranho?! Imagine se um dia ficasse apenas um jornal. Já reparou que nenhum dos jornais dedicou uma pagina que fosse ao escândalo do telexfree na Madeira que roubou milhões a milhares? Por que razão eles ignoram que a aldrabice continua com outro nome? A Geteasy a contas com a justiça mudou de nome, dizem que Empire e a Telexfree com as mesmas pessoas tem agora outro nome? Sempre acreditei em si sr. Calisto mas se as corporações profissionais funcionam e têm supremacia sobre tudo o resto, então continuemos a nos divertir todos com a novela do JM como se esse fosse o nosso problema e a chave para a solução dos problemas da RAM. Não me desiluda sr. Calisto. Um abraço com consideração e estima.

Luís Calisto disse...

Considero as suas preocupações mais do que legítimas. Mas há uma nuance que pode ter algum interesse: a peça do Sol não fala de 'membro do GR', mas de 'alguém do GR'.
Pode querer dizer a mesma coisa, mas não me parece.
Cumpr

Anónimo disse...

Pense bem que chega lá...é exatamente essa nuance de "alguém do GR" que faz toda a diferença. Será que era um governante ou é um governante?

Anónimo disse...

Isso não foi agora. O processo Novo Banco já é do ano passado. Albuquerque não estava lá. Creio que falaram nele para desviar atenções...

Anónimo disse...

Para mim é um governante! Mas agora tudo pode ser branqueado o DN que o diga, pois o seu silêncio é ensurdecedor. Pode ser que com a desilusão do dossier JM, possamos vir a ter mais novidades.

Anónimo disse...

Consta que o elemento que recebia essa avença não fazia parte do antigo governo. Consta que afinal é o homem que lidera o actual governo, que andou a fazer favores ao BES junto dos emigrantes madeirenses na Venezuela e Africa do Sul, convencendo-os a investir nos famigerado banco... será?

Anónimo disse...

O Coelho denunciou na altura essa relação do Albuquerque com o BES: http://www.ptpmadeira.pt/noticias/coelho-diz-que-miguel-albuquerque-vendeu-ativos-toxicos-do-bes-a-emigrantes-na-venezuela