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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Opinião


“MAL EMPREGADO!…”


A Sabedoria do Povo usa a expressa “mal empregado!…” quando refere alguma oportunidade perdida ou algo não concretizado.
Felicito os Governos da Madeira e dos Açores pela retoma das Cimeiras, que considero necessárias.
Na primeira, em 1977, ainda no Executivo do Senhor Engenheiro Ornelas Camacho, integrei a delegação madeirense na qualidade de líder parlamentar.
Enquanto o Dr. Mota Amaral no Governo dos Açores, procurámo-las fazer praticamente todos os anos, para além das várias reuniões informais, a dois, durante cada ano, em Lisboa ou quando dos Seus trânsitos pela Madeira.
Se não fossem todas estas reuniões, a Autonomia Política não teria avançado, nem metade.
Se não fossem todas estas reuniões, não teríamos a pressão lucrativa sobre Bruxelas, que articulávamos, nem os entendimentos vantajosos para ambas as Regiões sobre Fundos Europeus.
Se não fossem estas reuniões, não tínhamos obrigado Lisboa à consciência e respeito pelas especificidades insulares.
Se não fossem estas reuniões, a Madeira e os Açores não teriam a intervenção política nacional que ao tempo afirmámos.
Ninguém pode contestar que de tudo isto resultaram benefícios CONCRETOS.
Ninguém nos pode apontar acordos em matérias que não tínhamos condições para realizar lucrativamente.
Ninguém nos pode apontar acordos que a debilidade económica e os custos das distâncias só nos trariam mais despesa significativa.
Então, a opção era investir, investir mais, criar Emprego, mudar as condições de vida nos arquipélagos. A Madeira não pode ser a zona portuguesa onde o desemprego mais cresça.
Com a partida do Dr. Mota Amaral para Lisboa e o advento do fundamentalismo partidário do Sr. Carlos César, tornou-se impossível trabalhar com quem tinha estratégia oposta para o (não) desenvolvimento, com quem confundia PS e Açores, e tinha o objectivo de a Estes transformar na “província dócil”.
Sempre para mim a Madeira é a prioridade das prioridades, mesmo em relação ao Estado central e ao PSD.
O plano separatista do Governo do Sr. Passos Coelho, dito de “ajustamento económico e financeiro” reduziu ainda mais a perspectiva vantajosa de acordos com o exterior.
Entretanto, fiz uma Cimeira no Funchal com o Sr. Carlos César, mas apesar da cordialidade desta reunião, de facto “não deu” face às declarações permanentemente azedas do homem.
Agora, devemos saudar a retoma destas reuniões.
“Mal empregado” foi a oportunidade perdida de reacender a justa, necessária e inadiável reivindicação de mais Autonomia. O que se passou deu um ar de os coitadinhos das Ilhas estarem veneradores, conformados e agradecidos ante o sistema colonial ainda vigente, inclusive parecendo aceitar desastradamente uma “dívida” pública feita para recuperar dos atrasos a que a exploração colonialista nos votou.
Como “mal empregados” são todos os protocolos que signifiquem apenas mais despesa e não vantagens lucrativas efectivas, logo menos investimento e mais desemprego.
Insisto. Sem mais Autonomia constitucional e sem o Estado central, depois do que se passou na História, assumir a “dívida” pública, não haverá investimento suficiente, o desemprego continuará a crescer, socialight viveremos no “desígnio” do assistencialismo e do subsidiarismo, este ainda a poder destruir empresas se fomentar concorrências insustentáveis.
Não haverá “plano estratégico” do rabanete que nos valha - a propósito, a quem estão entregues a feitura destes “planos” produto a produto, cujo nome pomposo deve ser evitado por causa do ridículo?
E uma das razões porque escrevo isto, relaciona-se com insinuações dos panfletos situacionistas. Nunca me escondi atrás do anonimato, o que tenho para dizer, assino, embora sempre me tenha causado represálias, mormente de instrumentos da República Portuguesa.
Faço-o para que não tenhamos um crescimento trágico da Oposição inqualificável que temos.

Funchal, 5 de Fevereiro de 2016


Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim

13 comentários:

Jorge Figueira disse...

Eu também não me escondo mas confesso dificuldade em entender o conceito de Autonomia aqui preconizado pelo Dr Alberto João.
Não insultar para dar a definição

Anónimo disse...

Sempre foi minha opinião que o Dr. AJJ cometeu a grande burrice histórica de regionalizar tudo, só por regionalizar, para se afirmar como o campeão da autonomia.
Fruto da sua juventude, arrogância e inexperiência, engoliu tudo o que os governos da república viram como possível reirar do orçamento de estado, e passar para o orçamento regional. Livravam-se da despesa, e, o grande líder levou com o barrete.
Mas o Dr. AJJ foi avisado, por gente mais experiente, com outra experiência de vida, gente da Madeira velha. Mas a sua arrogância e a sua desmesurada ambição, cegaram-no.
Em vez de conferir à Madeira verdadeiros poderes autonómicos, que nem hoje em dia estão consagrados, o Dr. AJJ enfiou o barrete fruto da pequenez intelectual, e sede de protagonismo, fosse a que preço fosse.
A Madeira ficou com despesa absolutamente desnecessária, como na educação e na saúde que consome metade do orçamento regional.
Hoje pagamos e pagaremos eternamente a irresponsabilidade do Dr. AJJ.
Claro que o Zé povinho engole tudo. Havia espetada e vinho seco. Mas agora...

Anónimo disse...

O anónimo das 20:23 deve considerar que o Governo Regional deve ficar com todos os impostos, taxas, coimas cobrados na Madeira (o que faz do Governo Regional o Estado na Madeira)e que o Estado deve pagar a conta da Madeira à custa dos impostos cobrados em Portugal continental. Sem falar que ainda paga RTP/RDP, PSP, GNR, Universidade da Madeira, Tribunais, Marinha,Força Aérea, Sistema de Justiça, subsídios de viagens aéreas, etc. O Estado além de tudo isto habitua a Madeira a c/ de 250 milhões de transferências anuais. A Autonomia é política e não económica. Será que seria legítimo algumas regiões do Continente exigirem ao governo central um subsídio para o aquecimento no inverno e outro para o ar condicionado no verão com o mesmo argumento que nós usamos por vivermos num arquipélago?! Que tal um subsídio para o pessoal do interior poder ir à praia ou um subsídio para o pessoal do litoral ir à serra?!

amsf

Anónimo disse...

Para o anónimo das 20:23

A nossa relação com a Republica faz-me lembrar a relação da Madeira com o Porto Santo; paga mais 30% aos seus funcionários públicos no Porto Santo sob o pretexto da dupla insularidade e depois paga novamente as consequências da insularidade pelas quais já tinha pago mais 30%(viagens). Este exemplo só faz sentido no caso dos funcionários públicos pois o restantes habitantes do Porto Santo não têm qualquer incentivo público de base pela dupla insularidade.

amsf

Anónimo disse...

Digam o que disserem, mas, como este Senhor, não há.

Eu, o Santo disse...

Depois de Francisco Fernandes, AJJ vem criticar o anonimato.
Será que os laranjas andam à caça?

Jorge Figueira disse...

O conceito de Autonomia continua indefinido. Ninguém, entre aqueles que "puseram "A Madeira em Marcha" diz claramente o que é isso de Autonomia.
Autonomia, pela praxis que conhecemos, é: O Funchal manda fazer e Lisboa paga.

Anónimo disse...

Santo

Querias escrever Francisco Santos e não Francisco Fernandes, os dois foram secretários da educação mas não são a mesma pessoa...

amsf

Paulo Vieira disse...

Carlos César transformou os Açores numa "província dócil" enquanto V. Ex.ª, sempre a bem da Autonomia, claro, acumulou uma dívida tão grande que foi preciso ir procurar culpados à época dos descobrimentos.
Sinceramente não sei o que o move para vir a este blogue nos torrar a paciência com os seus artigalhos ao estilo Jornal da Madeira, mas pode ter a certeza que não será por esta via que a sua governação desastrosa será esquecida nem tão pouco branqueada.

Eu, o Santo disse...

Caro amsf, correcto. Obrigado.
Queria dizer Francisco Santos.
As minhas desculpas a Francisco Fernandes.

Anónimo disse...

O anónimo das 20.23 acha que na verdade nem hoje está definido o conceito de autonomia regional, quais os seus reais poderes e respectivos limites.
Como tenho idade suficiente, e conheço as relações jurídicas entre a república e as regiões, posso dizer que a evolução da atual autonomia começou mal, por inexperiência e incompetência, aliada ao populismo eleitoralista. E, também ao facto de alguns "conselheiros" do Dr. Jardim terem na altura visto que regionalizar tudo, traria muito por onde "mamar". E, isso é indesmentivel, a realidade foi o que se viu.
O meu entendimento é que a regionalização à louca de tudo o que eram serviços que a república nos impingiu, foi uma irresponsabilidade histórica. Não perderíamos nada se a saúde estivesse integrada no SNS, e se a educação dependesse do respectivo ministério. E, teríamos menos 50 por cento de responsabilidades no orçamento regional. Isso é matemática, não é demagogia.
Mas tudo foi feito à louca, sem pensar. Porque pensar era coisa da Madeira velha.

Anónimo disse...

Situação dos transportes era prioritária e nada se viu...antes preferiram o Gin do Peter´s.
Mas na realidade o projeto autonómico devia ser repensado..vejam o que Passos Coelho fez:::Uma dupla insularidade para a Madeira como se fossemos Estrangeiros. Pensem bem..nisto..Nunca agachar o rabinho a esses colonialistas... Portugueses Sim..mas não subjugados. Se queriam castigar a Madeira, pusessem os governantes em tribunal e nunca os Madeirenses. Não Concorda Dr Jardim?

Mais um desempregado político disse...

não fossem estas reuniões ... Blá blá blá. Oh Dr. AJJ, a destilar o veneno no blog do Calisto? "O que foste e em que ficaste". Cruzes credo!