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sábado, 7 de maio de 2016

Esclarecendo








OS MARITIMISTAS/BENFIQUISTAS
PRECISAM DE SE ASSUMIR



Cá na casa, não há dúvidas: será agradável ver o Benfica com as faixas de campeão, mas os rapazes do Marítimo, como sempre, e agora ainda mais pelas insinuações dos últimos dias, devem-nos uma vitória a nós todos, adeptos verde-rubros, mesmo os que sentem a sua costela benfiquista. Amanhã ou quando a meteorologia permitir, o jogo contra o Benfica é para ganhar! Como é lógico.


Não é demais recordar que no tempo dos regionais, ou seja, até 1973, os adeptos madeirenses tinham um clube da terra no coração, em primeiríssimo lugar, mas, num cantinho adjacente, cultivavam uma simpatia nacional.  
Assim, o desportista podia ser do Marítimo e do Benfica, do Marítimo e do Sporting, do União e do Porto, do União e do Benfica, do Nacional e do Sporting, do Nacional e do Porto. Era assim que todos se definiam a si próprios, quanto a clubismos. 
Soa portanto a falso quando adeptos desse tempo batem no peito a jurar que sempre foram exclusivamente do Marítimo, do Nacional ou do União. 
Isso por um lado.
Por outro lado, é preciso realçar que não havia dúvidas nenhumas quando o adepto se defrontava com a situação de, ao nível particular ou em tempo de Taça de Portugal ou de Taça Ribeiro dos Reis, ver o seu clube regional defrontar o clube nacional da sua simpatia. O adepto nem sequer punha em dúvida o desejo absoluto de puxar pelo clube da sua terra natal.
Nos primeiros anos dos nacionais, com Marítimo, Nacional e União lançados na roda do futebol nacional, percebeu-se que esses confrontos iriam multiplicar-se época após época. O clube de cá defrontar o de lá. Pois nessas novas circunstâncias, nunca se via praticamente uma voz no Estádio a puxar pela equipa visitante, a não ser os actos falhados, próprios da rivalidade local, em que o adepto ensaiava o festejo do golo forasteiro marcado na baliza de um rival regional. 
Ainda assim, mesmo acto falhado, percebia-se a reacção crítica na bancada vilipendiando quem se manifestou pró-visitante.

Dos clubes continentais, o Benfica sempre contou com a maioria dos adeptos madeirenses. Mas todos se lembram daquelas tardes de Caldeirão ao rubro em que a equipa encarnada entrava em campo (na altura os adversários do jogo entravam à vez) sob um monumental coro de assobios e apupos. A ponto de, a partir de determinada época, os encarnados entrarem em campo, sempre assobiados, e dirigirem-se para o lado do Peão, recusando-se a saudar as bancadas central, lateral e cabeceira, a poente do relvado, de onde subiam os apupos mais estridentes.
No entanto, a maioria esmagadora dos espectadores maritimistas que assim se portavam eram também benfiquistas. Receber mal o Benfica - como acontecia também um pouco com Sporting e Porto - fazia parte da estratégia para 'desmoralizar' o adversário dos verde-rubros.

Com o correr do tempo, chegaram novos adeptos à bancada, aqueles mais novos que só conheceram os nacionais. Então, o rácio das simpatias pelos clubes regionais vs nacionais foi pendendo para o lado de lá. 
Foi com espanto, desilusão e alguma dor clubista que uma noite, num Marítimo-Sporting, no ano em que os Leões de Lisboa ganharam o Campeonato depois de 18 anos de seca, a época do Acosta, vi o Caldeirão... pintado de verde e branco. Os adeptos sportinguistas abafavam literalmente os maritimistas!
De então para cá, estamos entendidos. Ver os 'grandes' nacionais a jogar na Ilha com Clubes madeirenses é sempre a angústia de se estar sujeito a jogar... 'fora de casa'. 

Isto vem a propósito das perguntas que um Amigo de longa data, ferrenho do Marítimo e simpatizante do Benfica, tal como eu, me dirigiu esta semana. Ele queria a minha opinião sobre a decisão que tomou de, na jornada prevista para este domingo, puxar pelos encarnados da Luz. O Marítimo - argumentava ele timidamente - não precisa do jogo para permanecer na I Liga, não precisa para a Europa, muito menos para ser Campeão, então que o Benfica ganhe e seja Campeão Nacional.
Uma forma - acrescentou ele - também de calar o Bruno Carvalho, o Jesus, o Pinto da Costa e quejandos.
Discordei. Pode ser defeito daquele indomável fanatismo pelo verde-encarnado, mas pareceria estranhíssimo estarem as cores do meu Clube da Madeira numa competição e eu desejar a sua derrota - mesmo com o Benfica por adversário -, e sendo o Benfica o segundo clube cá na hierarquia dos amores clubísticos. 
Mas então vou querer que o Benfica, o meu segundo clube, perca um campeonato? - insistiu esse meu Amigo.
Expliquei: não quero que o Benfica perca um campeonato, mas também sou incapaz de admitir a menor satisfação por uma derrota do Marítimo, seja a valer o que seja, ou em que modalidade for.
Muitos dos antigos que conheço conservam a velha máxima: desejar vivamente que o Benfica ganhe sempre, menos quando joga contra o Marítimo. Em todas as circunstâncias.

Para terminar o esclarecimento: avisámos aqui atempadamente os nossos co-simpatizantes encarnados de que os homens de Rui Vitória deviam resolver o campeonato antes da deslocação aos Barreiros. Claro que queremos ver as faixas nos jogadores do Benfica. Mas, amigos Gaitan, Jonas e companhia, não esperem a menor facilidade este fim-de-semana. Nestes dias de Marítimo-Benfica a música é outra.
Imagina! Estar no nosso 'Caldeirão', a ferver como ele estará no próximo jogo - o Benfica até mandou mais gasolina para a lenha -, e a cogitar intimamente sobre a derrota do Glorioso Campeão das Ilhas! 
Fora de questão.

8 comentários:

Miss Take disse...

Marítimo, só Marítimo e que vença sempre.

Anónimo disse...

Caro Calisto,

como sócio do CS MARITIMO, as contas do titulo nada me interessam, mas devo dizer que não gostei nada do circo montado à volta do meu clube e do Prof. Nelo Vingada. Julgo que os visitantes não precisavam destes estratagemas.

As nossas possibilidades de um resultado positivo são quase nulas, para mais com tudo aquilo que se passa no futebol indígena, mas mesmo assim conto lá estar uma vez mais para apoiar o CS MARITIMO e despedir-me esta época dos jogos em casa.

Sobre os bi-clubistas, cada um escolhe o seu clube, aborrecem-me é aqueles que têm medo de assumir e nestas alturas inventam as mais diversas histórias para justificarem as suas preferências.

Apesar de cada um ser livre de usar o que quiser, também acho que os adeptos dos clubes visitantes mas com cartão de sócio do CS MARITIMO, deviam pelo menos de se coibir a usar propaganda e acessórios desses clubes nas bancadas afectas aos sócios, era uma questão de respeito. Acho que eles lá nos seus estádios também não gostariam que os adversários fizessem o mesmo.

Também não me revejo naqueles que dizem apoiar o clube da sua terra, mas querem que o Nacional perca e o União desça, hipocrisias.

Que seja um grande jogo, que o CS MARITIMO vença e que haja dignidade e civilidade.

Cumprimentos

Verde Rubro

Anónimo disse...

Afinal a Mala sempre veio para a Madeira resta saber quem ficou com ela.Tenho Vergonha de ser Deste Maritimo$$$$$$

Anónimo disse...

Sou adepto, exclusivamente, do Marítimo e fui ao estádio ver o jogo. Não tenho ido frequentemente ao estádio confesso, por várias razões. Por isso talvez o meu choque venha das referências de quando o frequentava assiduamente, nos grandes jogos do Caldeirão onde os grandes piavam baixinho lá na cabeceira deles.

Vi o Marítimo ser assobiada enquanto entrava no seu estádio. Os apoios maritimistas eram abafados propositadamente pela larga vantagem dos benfiquistas no estádio. Senti-me fora de casa... não aquele não é o Caldeirão.

O divórcio dos madeirenses para com os clubes Regionais tem com certeza muitos fatores. Sobre isso muito se poderá dizer...

Apenas faço uma questão, faz sentido o Governo Regional apoiar clubes de futebol que estão claramente secundarizados nas preferências clubísticas dos Madeirenses?

Luís Calisto disse...

Acompanho estes desabafos.
Como dói ver o Marítimo no seu mítico Caldeirão a jogar... fora de casa!
Mas não hei-de morrer sem tornar a ver os verdadeiros verde-rubros encherem aquelas bancadas - e os adeptos dos tais grandes ficarem com direito apenas à pequena percentagem que é de lei!

Anónimo disse...

Caro Calisto,

era muito bom isso acontecer, mas não acredito, sem querer ser pessimista até julgo que a tendência até será para diminuir os adeptos dos clubes ditos pequenos.

Queria apenas deixar mais uma opinião que julgo pertinente:

Sei que o CS MARITIMO tem um estádio para terminar e obras para pagar, por isso é natural que se tente capitalizar o máximo, mas acho que não pode valer tudo.

Penso que aquilo que tem acontecido até agora nos jogos contra os ditos grandes é uma "roleta russa", nos jogos contra os ditos pequenos ninguém pode sentar-se nos degraus ou ocupar as entradas/saídas durante os jogos, ontem isso foi esquecido. depois é adeptos todos ao molhe misturados e muita fé em Deus. Em caso de problema mais grave nem quero imaginar.

Nem falo da história da mudança dos sócios para albergar as claques visitantes, mas acho que era justo haverem entradas para os sócios e outras para quem vai à bola uma vez por ano e ainda por cima para apoiar os adversários.

Espero que isto seja apenas fruto das obras em curso e que quando o estádio estiver a 100%, a organização e logística estejam à altura do belo Estádio dos Barreiros e dos pergaminhos do clube.

Cumprimentos

Verde Rubro

Anónimo disse...

O Governo devia fazer um Referendo na Região para a continuidade ou não dos Apoios Públicos ao Futebol Profissional e ordenados Chorudos aos seus Dirigentes!
bol

Anónimo disse...

Acabem com isto...o Governo e Contribuintes e Simpatizantes do Marítimo a pagar ..para este Carlos Pereira andar a jogar aos Cowboys com o Filipe Vieira em Almoçaradas..Onde está a Mística do CS Maritimo de Outrora???