MEIO CHEFE ARMADO EM BORDA D'ÁGUA
O homem deu-lhe para se indignar com a Câmara do Funchal por esta admitir cortar árvores vetustas (são plátanos) na Estrada Monumental. E indigna-se ainda mais com os ambientalistas que não se atiraram a Cafôfo
Rei da Tabanca nunca foi um fanático do verde, mas começa a reparar nas árvores 'vetustas'. |
Ele já mandou atirar lixeiras para o mar.
Ele já sugeriu que fizessem uma canja com a freira do Areeiro, para acabar com as restrições ambientais.
Ele rebentou com o sopé de calhau que dava enquadramento único e monumental ao anfiteatro do Funchal.
Numa palavra, ele já rebentou com a paisagem da Madeira, que hoje é um amontoado de 'furados', cimento e alcatrão, de ponta a ponta.
Mas agora, tal como os antigos caçadores da baleia que no fim da carreira se tornam fanáticos defensores dos simpáticos cetáceos e ferozes adversários dos seus sucessores na caçada ao bicho, ei-lo agora preocupado com os plátanos, a que chama vetustas árvores, que a Câmara de Cafôfo se propõe deitar abaixo.
Medida cafofiana realmente antológica, dados os seus fundamentos.
De modo que o homem vem hoje na última do JM, de lança granadas em punho, para aniquilar quem mandou derrubar as vetustas árvores e sobretudo quem não reagiu com ruído a esse crime ambiental.
O mais espantoso não é o maior carrasco da paisagem madeirense de que há memória vir agora em defesa de umas pobres arvorezinhas.
O mais admirável não é ele criticar na câmara actual aquilo que permitiu e incentivou no passado.
O mais interessante não é ele virar-se contra tudo o que mexe, desde vereadores não PPD aos ambientalistas que não lhe aparam o jogo, desde os licenciados aos de café.
O mais curioso nem sequer é ele relevar o silêncio do "sr. Blandy", seu feitor-patrão (aguenta, Zé) e seus sócios socialistas (Tony, David, então?).
O mais extraordinário não é ele chamar "carneirada silenciosa, cúmplice, rafeira" aos que não aceitaram vergar-se a ele integrando-se na "carneirada silenciosa, cúmplice e rafeira" que interesseiramente o segurou no poder durante 40 anos trágicos para o povo madeirense e a História da Região.
O mais assombroso, se calhar preocupante, é ele não ter aproveitado desta vez o artigalho para marrar com Miguel Albuquerque e mais algum outro Delfim tresmalhado, como tem feito invariavelmente sempre que decide expectorar verborreia falada ou escrita.
Podia dizer, por exemplo, que Paulo Cafôfo encontrou a ideia de cortar arvoredo numa gaveta de Albuquerque.
Será que o homem teve alguma branca?
E não venha dizer que foi opção sua guardar o arsenal anti-Albuquerque para o conselho regional do PPD, a decorrer esta manhã no anexo do MadeiraShopping. Material de guerra é o que não lhe falta, justiça lhe seja feita.
Com essas brancas e falhas de memória mais graves, cuidado com aquela cabecinha. Ficámos a saber no delirante arrazoado deste sábado que as cabeças adversárias do sua excelência foram "paridas" por esta terra, ao passo que a dele foi uma dádiva celeste que a natureza deu à luz. Mas cuidado, não há cabeças de ferro, apesar da reconhecida dureza da dele.
Isto de se tornar verde quando devia amadurecer serve de aviso aos que ficam no activo social-democrata enquanto ele é jogado para novo 'centro de dia', sonhando em adaptar ao Fama os estatutos do PDA. Imaginem pois os sucessores no Laranjal as bojardas que não ouvirão da boca do futuro marreta de camarote, contra tudo o que já foi feito na Madeira... com a complacência dos ditos sucessores.
1 comentário:
quando os Blandy cortavam as arvores das serras do Funchal para venderem como carvão ninguém dizia nada
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