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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Madeira Nova



ESCOLAS A MAIS, ALUNOS A MENOS




Chefe da Tabanca meteu ontem nos bonecos do JM a mensagem das "chachadas sindicais" para sacudir a água do capote a respeito do descalabro que vai no ensino aqui também na Região.
Insinuava o homem, nos deslavados bonecos, que o ensino "sustentou este regime". Que regime? O continental? E quem tem culpa do estado deteriorado no regionalizado sector, aqui na Madeira?
O próprio chefão nunca escondeu que o ensino é um dos pilares a levar em conta por quem pretender ser poder. Daí ter mandado fazer até um 'sindicato democrático' de profes para fazer o contraponto com o SPM. 
Ordenou aos secretários da tutela que na hora das colocações tratassem da saúde aos profes 'comunas', isto é, que não lhe beijavam a mão.
Hoje em dia, temos um sector escolar que é de deitar as mãos à cabeça. Com um dilema que o sua excelência vai deixar para outros resolverem: se houver racionalização de quadros para adaptar números de professores aos dos alunos, muita gente irá para o desemprego; se se deixar correr o marfim, não haverá dinheiro para cobrir as despesas exorbitantes decorrentes do sistema montado.
Há freguesias com duas escolas secundárias as quais, no total, não albergam nem 500 alunos. E repare-se que cada escola, ao abrigo da autonomia, tem um conselho directivo com um presidente e 2 vices, que, em regra, não dão aulas e recebem um suplemento monetário razoável. Há assessoria de direcção. E há um corpo não docente administrativo que também constitui uma carga no lado da despesa. 
São centenas de escolas nestas condições, ascendendo as despesas a números astronómicos. Escolas com meia dúzia de alunos e uma carga directiva semelhante à do Liceu.
Chega-se ao caricato de haver escolas a roubar alunos a outras, para justificar o peso dos quadros. 
O Curral das Freiras tem neste momento duas escolas, uma primária e outra primária-secundária, e um anexo (este uma escola desactivada)!
Será verdade que há 3 ou 4 alunos numa turma de 1.º ano?
Alguém conhece, neste pormenor, a situação de freguesias como a Fajã da Ovelha e o Porto da Cruz?
Há escolas plenamente justificadas a este respeito: Machico, Câmara de Lobos (Torre), Ribeira Brava, Ponta do Sol, por exemplo. Mas outras, as tais de 4 e 5 alunos por turmas!...
De notar que, ao que nos comunicam, o peso financeiro da estrutura humana cai sobre o orçamento da própria escola! Então e as actividades que deveriam fazer-se por conta do orçamento?
Em Lisboa é pior! - dirá o sua excelência.
Mas a educação não foi regionalizada? Deixe lá as cabras que morrem ao vizinho.
"Chachadas sindicais comunas"? Quantos responsáveis de escola não são PPD? E os presidentes de conselho directivo que arranjam todos os meses iniciativas para convidar o chefe da Tabanca e os secretários regionais?
Há outro pormenor: a esses sindicatos 'comunas' (até o SPM inaugurou a sede em vésperas de eleições para dar antena ao sua excelência!) foram atribuídas regalias com muito a-propósito. Afiançam-nos que há uns 10 deles, sindicatos ligados ao sector, e que em matéria de dispensas para 'actividades' sindicais' aquilo é 'sempre a abrir'. 

Há uma ressalva a fazer. É verdade que o sua excelência fez da educação uma máquina de propaganda pró-laranjal. Mas a oposição ajudou à festa. Já não se lembram do tempo louco do desenvolvimentismo? 
Há oposicionistas que fazem o seu mea culpa. Confessam que, naquela altura, o governo anunciava uma escola e a oposição criticava essa medida dizendo que deviam ser feitas duas ou três. O governo dizia que a escola tal teria 2 pisos e logo se ouvia condenar o pouco investimento na educação - que a nova escola deveria ter 3 ou 4 pisos! Um polivalente? Devia ser um Wembley!
O governo dizia que iria racionalizar o parque de escolas, fechando uma na freguesia tal, melhorando outra lá perto... E não demorava nada para se ver duas ou três equipas da oposição a comparecer com a televisão e os jornais na freguesia da escola a fechar, num ruído porque sim.
De maneira que o sua excelência não deve passar a batata quente do que fez para os outros. E os outros não podem dizer que não tiveram nada a ver com a delirante escalada do parque escolar - actualmente desfasado numa Região com acessos viários que colocam escolas a 3 e 4 minutos umas das outras.
O curioso é que estes desabafos nos foram transmitidos por um elemento oposicionista, que assume os seus erros enquanto activista da oposição também no caso das escolas. Mas não admite o encolher de ombros de chefe Jardim. Numa palavra, trata-se de um 'comuna' que se penitencia, porém devolvendo as 'chachadas' ao Rei da Tabanca.

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