SOLTEIROS E CASADOS

PORTUGAL, 0 - ALBÂNIA, 1

RESULTADO RAZOÁVEL E SEM SURPRESA

Raio da bola não obedece!

É sempre aborrecido perder dentro de portas, mas, na circunstância, não vemos motivo para tanto alarido.

Não se pode dizer que Portugal tenha caído ontem aos pés da Albânia. De rastos já estava o seleccionado luso havia muito tempo. 

A única surpresa que vemos é o espavento da imprensa desta manhã, como que em choque perante os 3 pontos que lá foram.

Pensemos friamente: depois do desgraçado apuramento para o mundial, arrancado em cima da meta numa corrida contra países onde nem sabíamos que jogavam à bola; depois do papel a que aquele grupelho das tatuagens, autógrafos, fotografias e penteados ridículos atribuiu a 10 milhões de ingénuos portugueses, com o descalabro no Brasil; depois de tanto nos chamarem parvos com desculpas para erros da altura do Pão de Açúcar; quando vemos que, depois de perpetrada tanta barraca e tanta barracada continuavam os mesmos a mandar na Selecção como se nada houvesse ocorrido de anormal; depois disso tudo, acham esquisito que Portugal perca em casa diante de uma Albânia que só joga à bola no fundo da rua, quando não há comício do comité vermelho?

Sejamos realistas.

Até Odete Santos vê isso, como pudemos apreciar a semana passada, num '5 para a Meia Noite'. Ela, muito admirada por saber que Paulo Bento ainda estava à frente das Quinas, concluiu que neste país a incompetência continua a ser premiada. Odete Santos, que duvidamos seja uma especialista em futebol.

Um seleccionador que não encontra lugar naquele bizarro plantel para jogadores como Danny e Ruben Micael, e não é por serem madeirenses, está a confessar que não consegue ver um boi na grande área.

Ronaldo não alinhou. Mas Paulo Bento só a muito custo disse, antes de Aveiro, que o melhor do mundo sempre faz alguma falta. Não estava nada preocupado com a ausência do 7.

Por outro lado, não se pode argumentar com uma falta de aplicação dos rapazes postos em campo, porque eles suaram tudo para vencer.

O mal é estrutural e não há milagres. Quando a cabeça não tem juízo...

Se o Leitor também estranhou esta derrota, é bom para a sua saúde que se vá habituando a usar mais a cabeça do que o coração ao ver jogar Portugal, doravante.

É que vem aí mais.