'JOTA': VADIO POR OPÇÃO
Longe estávamos de imaginar que a história do Vale Formoso terminaria em bem e tão depressa.
Está descoberto o mistério do cão abandonado no Vale Formoso: o cão não está abandonado. Ou melhor, ele passa a vida abandonado, mas por opção. Gosta de vadiar ali na bonita e florida rua do Vale.
Há poucas horas, condenámos que alguém tivesse ido ao local subrepticiamente deixar o animal ao deus-dará. Porque a gente que passa e vê o 'Jota' - assim se chama o bichinho - tira do cenário uma ilação errada. O cão mantém-se praticamente no mesmo local. A umas horas, prosrado a dormitar. A outras horas, a ver timidamente quem passa...
Mas não é o que ficamos a pensar.
Na realidade, segundo a informação que acaba de nos chegar, 'Jota' é um 'malandreco' amigo da vida de vadio, de bisbilhoteiro de rua, amigo de ver o movimento e o jeito de quem passa. Tem lugar onde se abrigar, se chover. Quando lhe apetece, ele sabe muito bem onde se recatar, de uma porta para dentro. O dono quase não o vê, já que o bicho mal põe as 'patas' lá dentro. Costume com muito tempo, aliás. Mas garantem-nos que a vizinhança já o conhece bem e não lhe falta com mimos e bolinhos.
Quem está por dentro do assunto já teme o pior: que o 'Jota', com os seus 11 anos de vida e à-vontade a mais, acabe atropelado em dia ou noite de azar. Mas não há muito a fazer. Experimentaram deixá-lo dentro de terreno privado, ao ar livre e de porta fechada. Mas não resolveu. 'Jota' quer liberdade.
Assim sendo, retiramos os epítetos que atirámos ao inexistente autor de um abandono que não é bem isso.
Estamos gratos pelo esclarecimento da situação, que nos alivia muito, como alivia os nossos Leitores.
O 'Jota' tem mais um amigo.
3 comentários:
Infelizmente, este caso é uma excepção! Basta uma volta rápida por qualquer zona do Funchal e não só, para encontrarmos casos de verdadeiro abandono. E são muitos... Nesses casos, os epítetos que colocou, até são poucos.
Pobre 'Jota', desatou a ganir assim que soube pelo Fénix do Atlântico que era forte candidato a hóspede da SPAD e a servir de cobaia para a teoria de que «há vida para além do matadouro».
Na verdade o Jota passa os seus dias na rua porque o dono não quer ou não pode arranjar a porta da sua garagem, que tem um buraco provocado pela ferrugem e, mais recentemente, pelo próprio Jota que fez um buraco para poder entrar e sair quando quiser... mas nunca mais entrou.
Antigamente o cão estava sempre dentro da propriedade. Ele passa os dias ali porque, lá está, a sua casa é ali (mas do lado de dentro).
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