BRAZÃO DE CASTRO AINDA MEXE
Como sempre na vida, passou da 'Madeira Nova' para a 'Nova Madeira Velha' no meio dos pingos da chuva. Mas sempre lá
Depois de amanhã, sexta-feira, haverá tomada de posse dos secretariados eleitos das secções laborais de professores, banca e seguros e autoridade tributária e aduaneira, sendo a secção laboral composta pelos militantes dos TSD-M, trabalhadores do mesmo ramo ou sector privado... não interessa. O que desperta curiosidade, quando uma pessoa se põe a pensar, é na perenidade política de Brazão de Castro, antigo secretário regional da Educação, Recursos Humanos, Assuntos Parlamentares, Comunidades e essas coisas.
De facto, Brazão de Castro deixou-se entrar subtilmente no Estblishment Azul da 'Nova Madeira Velha' depois de 35 anos de governação 'low profile', mas de topo, no carnaval da 'Madeira Nova'.
O ex-governante continua hoje, como se sabe, na cadeira de secretário coordenador dos Trabalhadores Social-Democratas da Madeira, posição de relativa visibilidade, mas um cargo. Aliás, ouviu-se um estridente bruaá político-partidário quando Miguel Albuquerque reuniu a sua comissão política regional pela primeira vez e os curiosos viram que lá dentro estava um dos dinossauros do jardinismo, precisamente Brazão de Castro. Primeiro que o pessoal se lembrasse de que ele estava lá por inerência dos TSD, foi uma chuva de brados contra o suposto expediente de Albuquerque para meter Brazão na nova Comissão Política.
Brazão de Castro há-de acabar por se deixar ficar quieto na reforma, sem barulho de bandeiras laranja. Mas o facto é que, quando alguns dos seus próprios colegas de governação, entrados como ele em 1980 pela mão de Jardim, diziam nas costas dele que ali estava o secretário mais apagado, ei-lo que ainda mexe em alguma coisa, tanto tempo depois - enquanto os antigos secretários auto-nomeados mais importantes vivem de memórias no meio das teias da aranha.
Repare-se que o trabalho de Brazão de Castro em mais de 3 décadas de governo regional não foi nada fácil, embora o seu jeito para evitar espavento na praça fizesse parecer o contrário. Imagine-se o que é estar à frente da Educação e receber esta ordem das Angústias: esses dois professores são um casal de desestabilizadores? Não quero saber como, mas mandem um para o Porto Moniz e outro para o Caniçal!
Como resolver isso?
Para os mais novos: acreditem que os sarilhos dos anos 80 e até 90 na Educação eram de criar cabelos brancos - mas não com o Dr. Brazão. Jaime Freitas não daria conta do barco e o actual secretário, Jorge de Carvalho, com o sentido prático da sua filosofia executiva, mandava à fava sindicatos de professores e chefe de governo ao fim da primeira semana de mandato - como aliás se viu em determinada jornada deste campeonato anterior.
Depois, alguém reparou no papel de Brazão quando, antes de uma reunião com os aguerridos Diamantino Alturas, Leonel Nunes ou Guida Vieira, lia nos jornais e ouvia na rádio a gravação de alguma inauguração da véspera em que rei da Tabanca chamava aqueles sindicalistas de 'comunas', 'súcias', 'inimigos da Madeira' e 'vadios'?
Olhem que arbitrar percentagens de aumentos salariais tendo à mesa, frente a frente, patronato arrogante e sindicatos nada interessados em paz laboral - esse já foi um 'caldinho' particularmente indigesto nesta terra, em época de boicotes, despedimentos, greves, manifestações, calúnias e insultos à jardineira. Agora as coisas acalmaram, já que os nossos governos sanaram as coisas com uma solução superior: acabando com aumentos. Mas era difícil nesse tempo, era, e Brazão resolvia tudo, vá lá saber-se com que poderes metafísicos.
Olhem que arbitrar percentagens de aumentos salariais tendo à mesa, frente a frente, patronato arrogante e sindicatos nada interessados em paz laboral - esse já foi um 'caldinho' particularmente indigesto nesta terra, em época de boicotes, despedimentos, greves, manifestações, calúnias e insultos à jardineira. Agora as coisas acalmaram, já que os nossos governos sanaram as coisas com uma solução superior: acabando com aumentos. Mas era difícil nesse tempo, era, e Brazão resolvia tudo, vá lá saber-se com que poderes metafísicos.
E outra: era Brazão de Castro a conseguir manter o Teodoro tranquilo quando saíam a público, pela voz do linguarudo Jardim, mais umas diatribes bem adjectivadas deixando a diocese das 4 Fontes em xeque.
Foram 35 anos de política executiva e partidária sempre sem ruído, entrando na comissão política, baixando para o conselho regional, entrando para os TSD, fazendo uns almoços diplomáticos secretos para tomar o pulso a situações que o chefe precisava de conhecer - e o homem sempre tranquilo e sereno...
...É obra, para quem, quando rapaz, sonhava enveredar pela carreira das armas.
Se Brazão não é mestre em Educação e em gestão de Recursos Humanos, não vemos mais quem possa ser.
Era o mais apagado e... tanto tempo depois, o homem continua a fazer convocações à imprensa!
12 comentários:
Para aparecer aqui, vem encomendado, que futuro cargo/tacho é que vai ocupar com a bênção do actual executivo?
Vejo neste texto um reconhecimento ao civismo e lisura com que o Dr. Brazão de Castro tem exercido os seus cargos públicos ao longo de tantos anos e como tal, subscrevo.
O Dr. Brazão de Castro sabia e sabe mais de política sózinho, do que todos os membros do Governo Regional, respectivos gabinetes, assessores e quejandos e grupo parlamentar do PSD reunidos. Deveriam pedir-lhe aulas.
Foi dos melhores secretarios dos Governos de Alberto Joao Jardim....sabia ouvir os sindicatos...entidades patronais...este atual Governo da Madeira reconhece toda a sua dedicacao...autoridade moral.....quando Jardim se ausentava por motivos de forca maior la estaba Dr. Eduardo Brazao de Castro....qual verdadeiro diplomata recebendo toda a gente gente común ou altas individualidades...os anos passaram mas a sua dedica a pela causa publica essa permanece incolume...um homem que adora servir sua Madeira querida...um homem humilde. Foi um dos melhores secretarios da Educacao. Um homem con una cultura ingente. Deteve varias pastas nos Governos de Jardim e todas elas honrou os compromissos con a mais alta dedicacao e professionalismo. Merece un cargo de relevo...estou certo que brevemente o Dr. Miguel Albuquerque vai encetar esforcos no sentido de premiar este homem formado em Direito e que muito contribuiu pra o bom nome da Madeira no seio da diaspora madeirense.
Este sim, seria um digno Presidente da ALR e merecedor do cargo.
Coitado do Tranquada, fez o quê para lá estar?
ELE FOI APOIANTE DE CUNHA E SILVA DEPOIS MUDOU-SE PARA ALBUQUERQUE MAS SEMPRE FIEL A AJJ DENTRO DO POSSIVEL.
Puxem o brilho dos sapatos do senhor. Comeu tanto ou mais do que os outros. É uma nova Era, deixem o passado no seu lugar, agora é a vez de uma nova geração de politicos e politicas. Se fosse assim tão bom, nunca estaria nos governos de AJJ.
Sr. Calisto, quando olho para este jovem "trabalhador", reformado e bem reformado, pergunto-me: mas este PSD da renovação da treta não encontra mais ninguém para chefiar os serviços dedicado aos trabalhadores a não ser este reformado institucional? O PSD do sr. Albuquerque não consegue encontrar um trabalhador, de facto, para desempenhar essa função? Sr. Calisto, no meio de toda esta confusão, quem deve estar errado sou eu. Velho e tonto devia ficar calado e assistir a estas palermices todas sentado de sofá? Não resisto. Ajude-me sr. Calisto a entender este absurdo que em nada favorece o PSD e o dr. Albuquerque. A mim cheira-me a tachos
As Eleições para os TSD são para meados do ano 2016 ,assim os estatutos o definiram... por tal.......!!!
Ainda há muita dor de cotovelo do PSD velho. Aos que foram retirados os tachos e tachinhos, parece que o PSD agora não presta para nada. Cuidado Albuquerque. A maior oposição continua a ser a interna.
Aparentemente anda aqui um proteccionismo ao Sr. Brazão e às Cunhas das suas filhas, não é Sr. Calisto?
O Dr. Miguel Albuquerque não se deixe enganar por caras de cordeiros que são autênticos lobos.
Recomendo ao Sr. Calisto a também não fazer algum tipo de censura, mas sim tente investigar a verdade.
O psd não pode nem deve dispensar nenhum dos seus quadros. Dos mais capazes e com provas dadas muito se espera.
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