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segunda-feira, 9 de julho de 2018


PIOR QUE A CEGUEIRA 
É RECUSAR VER
Pico do Areeiro – 14.08.2010


Pico do Areeiro – 14.08.2010


Pico do Areeiro – 14.08.2010


Na noite de 13 para 14 de Agosto de 2010 o fogo, ateado por um criminoso na Ribeira da Lapa, queimou totalmente a vegetação da vertente entre o posto meteorológico do Areeiro e a estrada de acesso ao terceiro pico mais alto da ilha da Madeira.

As fotografias 1, 2 e 3, captadas na manhã dum dos dias mais tristes da minha vida (14.08.2010), mostram a natureza calcinada numa área onde existiu um dos núcleos mais ricos da vegetação de altitude.

As fotografias 4, 5 e 6, registadas no sábado passado (07.07.2018), são exatamente da mesma área. As cores da vida substituíram o negro da morte. Os massarocos, as uveiras-da-serra, as urzes, as andríalas e muitas outras pequenas plantas regressaram a casa, graças à resiliência da natureza e a uns fundamentalistas que foram espalhando sementes.

Sem cabras sapadoras, ovelhas regeneradoras ou pastorícia holística, a biodiversidade renasceu das cinzas e está ali, quase tão bela como antes do crime hediondo.
Pico do Areeiro – 07.07.2018


Pico do Areeiro – 07.07.2018


Pico do Areeiro – 07.07.2018


09.07.2018
Raimundo Quintal 

11 comentários:

Anónimo disse...

Caro Raimundo, penso que ninguém no seu perfeito juízo recusa-lhe boa vontade na recuperação do coberto florestal do maciço montanhoso. Mas a boa vontade não é sinónimo de competência nem de humildade. Por mais "entendido" que se julgue, claramente você tem uma visão parcial sobre o tema o que só contribui para o aumento do ruído. Pois bem, é com o ruído que se conseguem enfiar coisas como o regresso do gado desregulado às serras. Faça um favor a si próprio e procure mais informação em vez de defender aquilo que a sua ignorância esconde. Sabe, no meio dos leitores há pessoas com conhecimento, muitos dos quais não vêm para a comunicação social impor visões, preferem a discussão salutar entre diversas especialidades para encontrar as soluções mais adequadas. Acredite, nos meios técnicos você é encarado como um extremista por alguma razão, e o pior é que a muita razão que tem em algumas coisas que defende é obliterada pela sua intransigência e visão parcelar. O mundo de hoje não é feito dos sabichões que tudo sabem, é feito de pessoas instruídas que reconhecem que pouco sabem e que procuram a melhor informação a todo o instante.

SIA disse...

Pregar no deserto.
umas tosquias, um discurso populista e muitos sorrisos valem mais que todo o trbalho serio.

Anónimo disse...

Não ligue a quem o considera extremista, a preservação da nossa natureza exige alguma intransigência quando confrontada com gente que só quer votos ou terrenos para pastar e o resto que se dane. Melhor que estudos e equipas multidisciplinares de gabinete é mesmo o seu trabalho e de todos os que no terreno o acompanham a reflorestar o que foi consumido pelas chamas ou pelo gado, o resto é conversa.

Anónimo disse...


Raimundo...volte ao projeto do mamarracho do portinho.

Não deixe de levantar a questão no MP

O processo anterior tinha caducado e esta nova está alicerçado na licença antiga caduca

O PDM não permite aquilo e nós que vivemos aqui não temos capacidade de alterar isto pq na cãmara não deixam nada e matam quem lá for ver este processo

Anónimo disse...

Conversa do advogado dos "pastores". Não sei por que motivo o dr. Ricardo Vieira não assina os textos.

Anónimo disse...

Considero que o comentador de 20:39 pertence ao grupo muito popular nesta Região, o daqueles que nada sabem e pouco querem aprender!!
Quando fala de ignorância, esconde a própria que desconhece que a ilha da Madeira não detém nem a mesma orografia nem o mesmo coberto vegetal tipo de região onde a silvopastoricia evoluiu ao longo de milhares de anos e onde a vegetação local está adaptada a conviver com herbívoros.
Para conhecedor deveria ter estudados os diversos estudos técnico e académico sobre o tema da RAM.
É tempo de se assumir que a "luta" pelo gado da serra nada tem de técnico e é apenas uma guerra politica.
Poderá ganhar, mas será apenas mais uma vez que serão tomadas más decisões politicas, enfim temos imensa experiência nisso.
Só espero que nos próximos aluviões não se esqueçam das palavras de Dr. Raimundo Quintal e outros ...

Anónimo disse...

um bom pasto para o careca , os de gaula e os do cds poderem pastar com os amigos que se dizem pastores

Anónimo disse...

O problema do gado na serra esconde questões mais graves nesta (ma)madeira caduca. Todos, com reduzidas exceções, pretendem o lucro com aquilo que deveria estar ao serviço do coletivo. É inadmissível que em pleno século 21 umas mentes brilhantes, para não dizer arcaicas, desejem espalhar gado em terrenos que são de todos, obtendo assim lucros sem possuírem um único metro de terreno. Porque discutir o gado na serra quando a vertente sul da ilha, nomeadamente entre as cotas 500 e 900 estão ao abandono, sujeitas ao eucalipto e aos incêndios, mas têm o problema de serem terrenos privados. A solução passaria por valorizar estes terrenos, preservando as cotas mais elevadas e mais sensíveis. Existe um manancial de terrenos para explorar que estão completamente ao abandono, mas disso ninguém fala, dá trabalho. Mas, isso é impossível nesta terra onde se mata por um metro de terreno cheio de "erva rija".

Anónimo disse...

Caro anónimo das 20:39, tanto paleio só para chamar o Raimundo Quintal de ignorante.
Um texto tão grande que se resume a um ataque ad hominem, mais nada, e ainda tem a lata de chamar os outros de ignorantes!!!

Anónimo disse...

Quem foi que permitiu que uma área considerável de giesta destruisse um urzal com mais de 500 anos em 2010? Foi o gado?

Fernando Vouga disse...

Por mais coerente que seja um texto crítico, perde toda a sua credibilidade se for veiculado pelo anonimato.
Parece-me que vai sendo altura de assinar por baixo. O papão até já já se foi embora...