O NOVO JM: ISSO AGORA É ASSIM?
Está nas bancas o JM, sucedâneo do Jornal da Madeira. Também é produzido pela EJM, agora expurgada dos beatos 'zero e tal por cento' das 4 Fontes. A política de conteúdos do novo jornal é truque para embalar ou continuará sempre assim? E os desperdícios, são para a gente continuar a pagar?
Não sabemos se os chefes do jornal que veio hoje a lume querem morrer da cura. Pega-se no primeiro número, sem a cara de um único governante na capa vermelhusca, onde até se trata com irreverência um tema delicado para o Blue Stablishment de Miguel e Jesus, como é o do tecto das tarifas aéreas, e fica-se com uma sensação estranha. Qual seja a de que os jornalistas que durante uma eternidade viveram no Jornal da Madeira sem poder passar uma notícia normal, porque os comissários de ex-Meio Chefe lhe passavam um traço em cima, explodiram agora com o destapar da tampa e pretendem exercer a profissão.
É uma sensação estranha. Porque, conhecendo certos meninos colocados agora na governação, este lançamento a vermelho do produto da Fernão de Ornelas é apenas um estratégico alargar de rédeas. Quando for preciso acabar com a festança... a empresa necessitará de fazer mais uma lista de despedimentos, para reduzir despesas. E lá se vão os espertinhos.
Estamos pràqui com este juízo de valor não para ofender gratuitamente os barõezinhos a quem nos dirigimos, mas porque vem aí a Festa e há muito deixámos de acreditar no Pai Natal.
Mas veja-se: a primeira manchete da história do JM é uma 'navalhada' numa 'vaca sagrada' do governo, ungida desde os loucos tempos das internas no PPD: "Subsídio de mobilidade recebido com desilusão e frustração". Na peça correspondente, página 5, outro murro nos dentes da Economia e Turismo: "Subsídio de mobilidade é um presente envenenado".
E aquela "questão" na página 2, a perguntar, logo nesta 1.ª edição, "Quem aprovou a construção da Marina"?
Ai ai ai ai ai que a gatinha quer água!
A rapaziada quer espantar a caça? Olhem, caros colegas, que o governo agora já não precisa do Jornal da Madeira, aliás JM.
O novel director, Marsílio Aguiar, abre o primeiro editorial afirmando que "este primeiro número do JM constitui, sem sombra de dúvida, um desafio marcante para todos aqueles que abraçam este projecto." Lamentamos, mas Marsílio está duplamente enganado. Não é "este primeiro número" que constitui um desafio. O primeiro é para os pardais, está sempre certo. O verdadeiro desafio será depois o editar a publicação num dia a dia difícil - financeira e politicamente falando. Marsílio também se engana quando saca da expressão "sem sombra de dúvida". O JM é um montão de dúvidas. Não esqueçamos que esta operação de cosmética - se é mesmo isso - teve por objectivo ganhar tempo. Mais um anito. Quando se chegar a 2016, logo se vê a volta a dar. Mas se continuarem assim, a denunciar que o tecto das tarifas tem um "arranque num mês inoportuno" e outros atrevimentos do género, não demora muito para a 'conjuntura' levar o projecto à guilhotina.
E mesmo aquelas opiniões, com Raquel Gonçalves, colaboradora do desalinhado JPP, e de outros colunistas a que ainda não tirámos o retrato a modo, é preciso cuidado com isso.
Tecnicamente falando: aborrece ver um jornalista escrever uma secção de opinião assinando-a de "Director", como faz Marsílio na última página. Transmite a ideia de que é o sermão do dia, e não há pachorra para gramar opiniões que pretendem mostrar estatuto à custa dos cargos. Ainda por cima, sai director na última página, com opinião, num dia de editorial - página 4 - assinado evidentemente pelo mesmíssimo director. É dose, caro Marsílio.
Criticava-se o vómito 'boca pequena' dos antigos psicopatas das Angústias. Pois agora aparecem outros bonecos na mesma página 2, tendo por cima escrito 'cartoon', não vá alguém pensar que aquilo é uma crónica médica. E com um nome de secção difícil de perceber.
Mas o mais espantoso não está nisso. O que faz arrepiar é gastar-se dois terços de uma página nobre para mostrar uns bonequinhos e uma pergunta que cabem em meio rodapé de página.
O vermelhão domina o projecto, afugentando os fiéis das 4 Fontes que faziam aquelas filas tetra-diárias ali à porta. Havia de ser com Meio Chefe! |
Pior: ao preço que o espaço de jornal está, são quatro quintos de uma página ainda mais nobre - a pág. 3 - desperdiçados com quatro frases de figurões que se encaixavam bem numa trama minúscula com 300 caracteres. Daquele tamanho, nem uma frase do Papa Francisco!
Em contrapartida, a necrologia só é legível com uma lupa bem potente. Má rai nos parta se aquilo é mais do que corpo 6. Ora, como as participações devem ser pagas agora - presumimos - os forçados fregueses vão fugir dali como o diabo da cruz, salvo seja.
Para terminar esta lavagem na ribeira, umas continhas de mercearia.
Ao tempo que andam para preparar a saída deste novo JM e a publicidade que trazem cabe nos bonecos da página 2, no tal Agapanthus? Qualquer leigo na matéria sabe que para o 1.º número de qualquer 'folha de couve' o mais fácil que há é arranjar anúncios substanciais. É da praxe. Pois este JM, além de deitar espaço nobre para o caixote do lixo, faz-se de rico e não averga o serrote à procura de receita! Publicidade, zero!
Mais uma: o produto está disponível on line, na íntegra. Que luxo! Os 70 cts são outra falácia.
Se a filosofia continua como dantes - "pagam os papalvos" -, estamos conversados. Teremos música, daqui em diante.
Despedimo-nos por agora, caro Leitor. Vamos ler o JM.
O JM já está nas bancas. As vendas são desconhecidas, para já. |
2 comentários:
pensei que me tinha enganado e entrado no público,... aquilo é autentico plagio....
o diretor já devia ter pedido a demissão por tal.**
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