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terça-feira, 21 de agosto de 2018



Intervenção de Gonçalo Pimenta (PP) hoje no Dia da Cidade




O dia do concelho do Funchal é sempre um dia de festa. Um dia que deve ser consagrado a homenagear quem, ao longo de mais de 500 anos, contribuiu para que hoje, a nossa cidade seja um espaço vivo, dinâmico, com um património material e imaterial riquíssimo.

Uma urbe que deve ter orgulho no passado, mas que merece, ao mesmo tempo, que sejam criadas condições para que possa olhar para o futuro com otimismo e com esperança. 

Hoje, é dia de homenagear todos os funchalenses.

Aqueles que vivem na cidade e aqueles que na diáspora, a olham com saudade.


É também dia de homenagear todos aqueles que não tendo nascido no Funchal, escolheram a nossa cidade como espaço para viver, para investir ou para trabalhar contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento.

Uma cidade é um todo orgânico, mas os seus órgãos vitais são os cidadãos.

A razão da existência da cidade está naqueles que a habitam, que a percorrem, que a transformam, que lhe dão forma.

É bom, senhor presidente da Câmara, que não esqueça:

- A cidade justifica-se em função dos cidadãos e é a eles que tem sempre de prestar contas.

Cumprir os compromissos com eles assumidos não é uma opção, é uma obrigação e o senhor nem sempre o faz.

Não o faz quando, depois de ter anunciado que iria completar o mandato, apresta-se a deixa-lo a meio;

Não o faz quando deixa promessas por realizar.

A transformação do matadouro é uma delas, não deixando de ser paradigmático que quem assumiu a cultura como uma prioridade falhe tanto nesta matéria;

Não o faz quando o amianto, que já deveria ser zero, é ainda muito;

Não o faz quando promete um plano de reabilitação urbana e aquilo que se vê é uma cidade com centenas de prédios ao abandono, com o comércio tradicional numa crise profunda, com novas centralidades – por si autorizadas ou prosseguidas – que criarão um fosso ainda maior entre o centro histórico e o resto do concelho;

Não o faz quando permite que o desordenamento se instale. Nas esplanadas. No estacionamento.

Quando permite que os jardins se degradem.

Não o faz quando permite que o Funchal seja uma das cidades da Europa com maiores perdas de água, num tempo em que a água é, no mundo, um bem cada vez mais escasso;

Não o faz quando permite que as ruas se degradem, que a recolha de lixo continue a revelar enormes deficiências – pese embora o esforço de todos os funcionários da Câmara, que eu aqui louvo publicamente -, que a cidade pareça cada vez mais desordenada, cada vez mais suja, cada vez menos cuidada;

Acredite, Sr. Presidente da Câmara

Ao CDS custa fazer estas críticas. Todos os nossos representantes gostariam que o Funchal fosse igual à cidade modelar que o senhor vende em entrevistas nas quais, paradoxalmente, prepara a saída.

Todos nós queremos o melhor para o Funchal.

Todos nós nascemos ou vivemos aqui.

Mas infelizmente, Senhor Presidente da Câmara, a diferença entre a realidade apregoada por si, em laudatórias páginas de jornal, e a realidade vivida pelos funchalenses, não podia ser mais díspar.

Sabe, Sr. Presidente

Eu acredito que o senhor talvez não se aperceba.

Acredito que a escolha que fez - ou seja, trair a confiança que lhe foi depositada pelos cidadãos do Funchal, abandonando o governo da cidade a meio e dizendo o contrário daquilo que antes dissera – não lhe permite ter como prioridade a governação da cidade.

As suas prioridades, agora, são outras mas, honestamente – pergunto-lhe diretamente, olhando para si – não acha que os funchalenses mereciam que se concentrasse, em primeiro lugar, na governação da cidade?

Eu, enquanto cidadão do Funchal, gostava que assim fosse. E olhe, acredite, não sou o único.

Sabe, Sr. Presidente, se se concentrasse na governação da cidade entenderia que não basta pôr as contas em ordem

– e aqui lembro que nenhum partido defende tanto a ordem nas contas como o CDS e temos um histórico que o demonstra e temos na governação da Câmara Municipal de Santana um exemplo;

É bom que tenha posto as contas em ordem e foi por isso que o CDS viabilizou o seu orçamento.

Mas isso não basta.

Isso é manifestamente insuficiente.

E já agora, a propósito das finanças, recordo-lhe até de que:

- as propostas para maior devolução de IRS aos munícipes foram feitas pelo CDS, resultaram de iniciativas nossas, que no mandato do vereador José Manuel Rodrigues, quer no mandato do vereador Rui Barreto;

- os preços dos parquímetros, na cidade, diminuíram por proposta do CDS;

- as famílias das crianças do pré-escolar - mesmo do ensino privado e cooperativo - serão apoiadas por proposta do CDS;

Assim sendo, aquilo que lhe peço é para não cair na tentação de acenar com o chapéu alheio.

Mas voltando à governação da cidade, repito:

- Não basta colocar as finanças em ordem.

É fundamental que o Sr. Presidente e os vereadores executivos demonstrem ter uma visão para a cidade.

Uma visão que não se baseie em lugares-comuns, mal aprendidos em manuais partidários;

Uma visão que não se cinja ao óbvio.

Que não seja, apenas, uma forma de encher páginas de jornais;

E por falar em páginas de jornais, quero aqui anunciar que o CDS dará entrada de um requerimento na Assembleia Municipal precisamente para que o senhor presidente esclareça se a anunciada vistoria “a pente fino” à obra do Hotel Savoy Palace foi decidida pela Câmara ou se foi determinada pelo Ministério Público.


É que pela notícia, o senhor presidente da Câmara aparece como paladino dessa fiscalização, mas quando se lê a notícia até ao fim, a coisa muda de figura e parece que a decisão foi tomada pelo Mistério Público. E como sabe o senhor presidente, se a vistoria é decidida pelo Ministério Público, a situação muda de figura.

Mas, mais uma vez, fica aqui um exemplo da sua habilidade para as notícias garrafais e enganosas.

Mas o senhor presidente terá que esclarecer esta situação.

Pois é importante que não se limite a servir a sua propaganda que é muito diferente da comunicação de que a cidade necessitava;

Sr. Presidente, para que esse projeto aconteça, para que o Funchal não seja governado nos intervalos da sua campanha eleitoral privada,

para que seja possível lançar projetos transformadores, que permitam melhorar as condições de vida dos funchalenses, mas também aumentem a atratividade do Funchal, quer do ponto de vista turístico, quer do ponto de vista económico, quer do ponto de vista cultural,

mas também para resolver os problemas que afetam o dia a dia dos funchalenses

aquilo que lhe peço, em nome do CDS, é muito simples:

Concentre-se na governação da cidade!

Da parte do CDS terá uma oposição firme, mas dialogante.

Uma oposição construtiva, como tem sido até agora, votando favoravelmente quando acha quer o deve fazer;

votando contra, e explicando porquê, quando acha que o deve fazer;

apresentando propostas que considera válidas para a cidade e para os cidadãos.

Uma oposição que não tem medo do diálogo, mas que também não foge ao confronto;

Uma oposição que não faz de leal apenas um nome próprio.

É isto que terá da parte do CDS, se se concentrar na governação da cidade.

Sr. Presidente

Hoje é dia de homenagear todos os funchalenses e todos aqueles que escolheram a nossa cidade para viver.

Homenagear não é apenas deixar-lhes palavras bonitas.

É sobretudo cumprir os compromissos que com eles assumiu.

É isso, Sr. Presidente:

Não há melhor homenagem do que o cumprimento da palavra dada!

É isso que lhe pedimos.

Cumpra as suas promessas.

Concentre-se na governação da cidade porque é para isso que foi eleito.

Não menospreze os funchalenses.

Seja ambicioso nos objetivos a que se propõe, mas não os transforme em meros instrumentos de propaganda;

Contribua para resolver os problemas que atrapalham o dia a dia dos cidadãos.

Se o fizer, estará a homenagear todos os funchalenses.

Se continuar no caminho que vem prosseguindo, está a fazer exatamente o oposto.

Vou repetir:

É bom, senhor presidente da Câmara, que não esqueça:

- A cidade justifica-se em função dos cidadãos e é a eles que tem sempre de prestar contas.

Cumprir os compromissos com eles assumidos não é uma opção, é uma obrigação.

Cumpra a sua obrigação!

4 comentários:

Anónimo disse...

Este é o discurso certo mas feito pelo personagem e pelo partido errados. É que aponta as incoerências (e muito bem) deste presidente da CMF mas não nos esquecemos do percurso político ziguezagueante do Gonçalo que em tempos era socialista, hoje é do CDS e amanhã Deus saberá o que será. Já o CDS é aquele partido que há meses, durante a campanha das últimas eleições autárquicas, era contra a proposta do Cafofo para o PDM mas logo depois de eleito o seu vereador (um tal de Rui Barreto) já viu virtudes no PDM e o seu voto favorável foi determinante para a sua aprovação. O CDS é um partido de velhinhos mas nem todos temos amnésia. Quem não acha possível que este mesmo Gonçalo Pimenta crítico do Cafofo poderá estar amanhã a viabilizar um governo do mesmo Cafofo?

Anónimo disse...

Este pimentinha é mesmo um cromo
Alinhou na salgalhada do PDM com o seu barrete, traindo o Povo que até votou no seu partido
Esse bom povo, na maioria é pobre e precisava do seu voto no NÃO.
Fez a sua vidinha e o seu arranjinho. Que Deus o ajude no céu, pois na terra, pessoas da sua estirpe, não deixam saudades.

Anónimo disse...

Pois ! O retrato está adequado. O figurão fica desmascarado. Agora quero ver em 2019 se o que não serve para a cidade é suficiente para o governo da Região, se ele acenar com a banana do poder.JCB

Anónimo disse...

Mais um pavão do mesmo saco que o Professor Mentiras... Foi ele que escreveu o discurso, ou foi o homónimo que anda pela capital do Império mas com avença paga na Ilha?