26 de Janeiro 2019

Acertar o passo por essa coesão, não, Sargento!

A Ponta do Sol recebe na manhã deste sábado um líder socialista nacional envolto em ligaduras, pensos e placas de gesso, sequelas da tareia que, no papel de primeiro-ministro, apanhou sexta-feira no debate quinzenal de S. Bento. Esta passeata, que é uma parte do itinerário das excursões para dizer que o homem ouve o país, vem portanto a calhar. Fará esquecer a vozearia em S. Bento de Fernando Negrão, que por acaso estava rouco, e de Assunção Cristas. Nada como falar um pouco de coesão territorial no John dos Passos com os seus agentes Emanuel, Célia, Liliana e Cafofo, mais o homem da reitoria e o representante dos enfermeiros - numa 'convenção' seguida de patuscada no João da Poita, Madalena do Mar, se der jeito (parece que não vai dar, porque o homem é capaz de ir de avião para os Açores meio-dia e pouco, segundo a imprensa oficial, lá se vai a tradição mas fica para outra). Se houver alteração e almoçarada, à mesa da popular marisqueira podem lançar-se ao arroz de lapas e ao terras do avô sem cerimónia, porque, com o trânsito praticamente já nas mãos da proto-polícia municipal do Funchal, não haverá operações stop nem tiros pelo caminho.

A situação entre os PSoas está pensada a todos os níveis. Há dias, foi de gritos a farra também no João da Poita para fartar o Profe Mentiras, o cérebro Iglésias, Célia, Vítor e Caldeira, na companhia do aríete do Grupo Sousa que por um triz não logrou tomar conta da ACIF. As pontas do plano da pólvora estão quase todas seguras. Comam bem e descontraídos hoje, trocando ideias sobre coesão territorial e não sobre chatices como a do hospital, mobilidade, ferry e outros berbicachos que obriguem o Costa a repetir pela milionésima vez que o assunto está a ser estudado e que vai entrar com 200% das despesas.

Voltando ao debate quinzenal, Sargentão foi tão apertado por Negrão à conta da trágica falta de medicamentos em Castela 2, com exemplos claros, que, sem resposta para dar, irritou-se despejando: "O governo não vai abrir farmácias". Ou seja, os doentes que solucionem a crise. 

Sargentão Costa saiu mesmo do sério perante a acutilância da líder PP, Assunção Cristas, insinuando, para espanto e revolta de todo o hemiciclo, Ferro Rodrigues incluído: "A sra deputada está a olhar para mim e deve ser pela cor da minha pele que me pergunta se eu condeno os actos de violência em Portugal!" 

Que baixa vitimização, nosso primeiro! Inclassificável.

À baila, no hemiciclo, agitou-se a violência que tem varrido Lisboa, Setúbal, Sintra, Loures, com feridos aos montes para os hospitais, esquadras assaltadas, autocarros e caixotes de lixo incendiados, carros da polícia apedrejados. Uma Síria!  Problemas que afligem o Portugal dos brandos costumes, a par da TAP que prejudica portugueses quando pertence ao Estado em 50%, desmoronamento dos CTT, dramas da saúde muito para além da falta de medicamentos e fecho de farmácias hospitalares, moral do próprio partido do governo com os casos Sócrates, Vara e companhia ilimitada, estagnação da economia, instabilidade e greves dos professores, bombeiros, comboios, estivadores, MP, juízes e funcionários judiciais, guardas prisionais, PSP e PJ. Para não falar nas meias verdades do matreiro Costa que continuam a enganar a maioria dos portugueses, a ponto de as sondagens prenunciarem uma vitória 'sem espinhas' do sr. Sargento nas próximas legislativas nacionais. Também já é tempo de ganhar umas legislativas, porque chegou ao executivo sem as vencer. O mérito é seu, que descobriu a fórmula da banha-de-cobra adequada à sapiência do luso povo. E nem sequer digo que o senhor não concretize o sonho do mapa cor-de-rosa total, vencendo também aqui na Madeira. Depois de 48 anos de paralisia ditada pela ditadura e de 44 de zaragata no Laranjal, venham 40 de anarquia cor-de-rosa. Mas, a par dos parabéns antecipados, faço-lhe um pedido: se realmente vencer cá na colónia, não nos impinja o estado calamitoso que o senhor criou em Castela 2. Em matéria de coesão territorial, vá lá fazê-la com os seus patrícios da Lusitânia, Aragão, Catalunha e Andaluzia. E não deixe que os seus complexos vejam este desabafo como atitude discriminatória, essa comigo não pega.