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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019




28 de Janeiro 2019



Pequenos partidos à mercê
das trituradoras laranja e rosa




O maior problema dos pequenos partidos que se posicionam para concorrer na Madeira às diversas eleições deste 2019 nem sequer é o perigo real que a luta entre os 'grandes' PSD-M e Costa-Cafofo-PS constitui para a sua sobrevivência. Mais dramática é a inconsciência de quase todos eles perante a trituradora que se aproxima.
A bipolarização está a tomar conta do eleitorado. Natural. Nunca se viveu em 40 e tantos anos uma situação de equilíbrio entre duas forças concorrentes ao governo regional. Os madeirenses vão pensando na sua escolha entre quem pode ser governo. Só grupos residuais manterão a fidelidade aos partidos das margens. Que estão a fazer estes para mudar a agulha? Pouco. Parecem a leste do problema.


O JPP entusiasmou-se nos festejos do seu 4.º aniversário, assumindo-se como alternativa ao PSD e ao PS. Mas alternativa em que sentido? Ultrapassar o PSD e o Costa-Cafofo-PS? Delirante. Logo os 'verdinhos', que ingenuamente mostraram o jogo no pós-congresso do PSD sobre coligações!
O PCP insiste no seu registo. Trabalho parlamentar certinho, mas sem rasgos que entusiasmem. Tal como as acções no terreno para foto e comunicado. O partido de Edgar Silva tem uma oportunidade para brilhar, mas prefere olhar para as estrelas enquanto a Venezuela arde. Qual é a posição ao nível regional! Pró-Maduro, como a de Jerónimo? Se sim, assumam. Podem dizer que Trump está mais preocupado com o petróleo do Orinoco do que com a linha ideológica que se instale em Miraflores. Mas se atacarem a interferência dos gringos não se esqueçam de que Chavez e o camionista nada seriam sem Fidel. O ideal seria mandarem descomplexadamente os dogmas às malvas e apoiarem os 300 mil portugueses que lá vivem miseravelmente. Este silêncio é capaz de se acentuar nas urnas.

O BE também não se mexe em termos de luta partidária pela sobrevivência. Por mais oportunas que sejam as intervenções de Ascenção no terreno, a colagem do velho Bloco ao cafofismo será fatal.
O PTP promete inovar, refundindo sensibilidades anti-sistema que trabalharam juntas com sucesso no tempo do jardinismo. Com Raquel Coelho, Gil Canha, Dionísio Andrade e outros desalinhados, ao menos vemos brilhar ao fundo do túnel uma urna onde depositar o voto independente.
Finalmente, um CDS a desprezar o papel de charneira para se assumir partido de governo. Veja-se o que saiu da última reunião da comissão política dos centristas - ou coisa que o valha.  
O líder do CDS dirigiu-se aos jornalistas, depois dos trabalhos, anunciando que aquele órgão tomou uma "posição de força" para desfazer uns "rumores" que parece correrem por aí, segundo os quais o PSD já conta com os populares para uma coligação pós-eleitoral. Raios, ando por todo o lado onde se fala de política e não ouvi rumores nenhuns! Até porque ainda não é o tempo. Não será o CDS a pôr-se em 'bicos de pés', para fugir à sombra que os dois maiores fazem sobre o que resta da política partidária regional? Alguém no perfeito juízo tem dúvidas de que os dois primeiros lugares nas eleições já estão entregues? Que faixa do eleitorado levará o CDS a sério quando Barreto se diz candidato a presidente do governo? Parece-me que a fotografia sairia melhor se o líder dos populares pedisse o máximo de força aos eleitores para que o seu partido fosse peça importante na futura governação da Madeira, com alertas sobre os perigos de uma nova maioria absoluta.
O líder Barreto imita La Palisse, a propósito da sua candidatura às regionais: "Dependo apenas da vontade popular." 
Pois é. E o problema é esse. 
Depois, afirma que os madeirenses "não podem ficar reféns da inconsistência do PSD e do populismo do PS". É verdade. Mas o facto é que os madeirenses estão mesmo reféns de ambos os partidos de centro-direita, PSD e PS (deixem-se de fitas esquerdizantes). Para desgraça do CDS e dos outros partidos pequenos, os dois tubarões até vão entrar nos seus parcos eleitorados! 
Ou os pequenos se mexem e criam já uma onda inteligente ou em Setembro tendem para zero.

A "posição de força" do CDS é afinal fraca, por mais unanimidade que houvesse no calor da comissão política. Aliás, um dos principais culpados do estado de coisas a que a política regional chegou é precisamente Rui Barreto. A hesitação de há um par de anos levou à bipolarização actual.
Por essa e por outras é que antevemos para a nossa Tabanka 'um futuro para esquecer'!

19 comentários:

Anónimo disse...

Completamente de acordo.

Anónimo disse...

Boa análise do que se vai passar em Setembro. Se os pequenos partidos se unirem numa coligação ainda podem ter a hipótese de eleger um ou dois deputados, caso contrário, fazem uma travessia no deserto durante 4 anos. O meu voto vai para a coligação que reunir o maior número de pequenos partidos. Porque estou farto em votar nos grandes, que depois se vendem aos poderosos desta terra.

Anónimo disse...

Certinho Sr. Calisto!!! Mais nada!!

Anónimo disse...

A dupla candidata às Europeias, ou melhor dizendo, mais bem posicionada para ir para Bruxelas é a IMAGEM perfeita deste governo. Uma dupla que sofreu derrotas profundas e sobretudo uma dupla que tem uma fraca empatia com os madeirenses que como se dizia antigamente, o povo não os grama nem com molho de tomate. Lol
Arranca Carlinhos, rumo a mais uma derrota.

Anónimo disse...

Concordo com a sua visão senhor Calisto.
Os partidos referidos actualmente só têm o nome para conquistar votos (CDS, BE, PCP, JPP... e Coelho).

Os outros partidos sem um líder carismático e polémico não vão a lado nenhum, pois não têm a seu favor o nome de um partido a lhes dar crediblidade.

Anónimo disse...

Linda reflexão... e parece que vem mesmo aí um FUTURO PARA ESQUECER!

Anónimo disse...

As eleições de setembro serão muito bipolarizadas.
E, não havendo qualquer perspectiva de maioria absoluta para PSD-M ou PS-M, não se percebe minimamente a estratégia de CDS e JPP.
Isto é. Quando têm a possibilidade de serem indispensáveis na futura solução governativa, rejeitam-na, e pior do que isso, fazem questão de o publicitar.
Tal decisão por ambos anunciada é o maior tiro no pé, e a pior estratégia eleitoral possível de conceber. Não se consegue perceber. Em vez de passarem a mensagem de que se predispõe a estudar parcerias ou soluções parlamentares ou até de governo, fazem menção de anunciar que se têm como alternativa aos dois maiores partidos. E, obviamente não o são.
Com estes sinais, o eleitorado tenderá a exercer o voto útil, e a bipolarização será ainda maior.
Nunca vi estratégia tão suicida dos partidos mais pequenos, CDS e JPP, que correm sérios riscos de terem péssimos resultados eleitorais.

Anónimo disse...

Vou votar na coelhinha, pelo menos abre o bico.

Anónimo disse...

Solução:
Nome da coligação-Contra a Mentira


Principais líderes

Raquel Coelho
Gil Canha
Coelhão
Martins Júnior
Danilo Matos

Contra a Mentira

Anónimo disse...

O PSD continua a ter os melhor quadros. Imaginem uma lista com Victor Freitas, Avelino Conceição, Jaime Leandro, etc....

Anónimo disse...

Sr Calisto este ano não é ano para mudar as fraldas aos pequenos.
Este ano sim é de bipolarização e temos pela frente a grande escolha sendo aqueles que nos desgovernam e dividem Madeirenses contra Madeirenses há 44 anos de um lado ou seja o PSD e o do outro como diz o Brasileiro pior não fica que é o PS. Este ano é o Ano da Mudança porque só num País Africano é que perdura durante todo este tempo um governo de regime do mesmo partido. Tem de haver alternância.

Anónimo disse...

CDS vendido
PS mentirosos
PSD Fruta passada e podre
PCP inimigo dos emigrantes
JPP Vendidos II
O que resta é a coelhinha... mai nada! Tá aqui o meu voto!

Anónimo disse...

Caro Calisto,

discordo na ideia de que o PSD e o PS são centro direita, na minha maneira de interpretar o PSD é centro-esquerda, o PS esquerda, aliás, entendo que não temos nenhum partido de direita em Portugal, o partido do Santana Lopes está a querer entrar nesse domínio, mas a meu ver é mais um PSD 2. O PNR é o BE da direita, são partidos que tentam ao máximo explorar os ódios e os ressentimentos, por isso para mim não contam.

De resto concordo com tudo aquilo que escreveu, com o JPP e o BE no bolso o António Costa está em clara vantagem, ainda para mais quando ninguém acredita que o PCP e o PTP entrariam em coligação com o PSD. Resta o CDS que a meu ver tanto pode apoiar uns como outros, tudo dependerá das benesses.

Num quadro ideal teríamos os pequenos partidos a apresentar ideias e projetos reais e realizáveis com pontos inegociáveis e outros capazes de negociação com quem quer que fosse desde que benéficos para a população. Mas a realidade vemos é discursos vazios e demagógicos, tudo à procura do tacho.

Repito, tem de haver uma 3ªvia, ainda vamos a tempo, as forças vivas da ilha têm uma ultima oportunidade de salvar esta terra, caso contrario serão tao culpados como os outros. Redes sociais e mesas de café já não são opções nem os locais próprios para dar a volta a isto.

Receio que do modo que as coisas vão, tempos duros se avizinham e precisaremos dos melhores, não de tachistas e carreiristas.

Anónimo disse...

Nos grandes não vou votar... isso é de certeza!

Anónimo disse...

os pequenos partidos deviam fazer uma coligação e funcionavam como uma terceira-via.

Anónimo disse...

Caro anónimo das 00:07,

3ª via com partidos pequenos????

Isso era mais ou menos, para quem segue futebol, aquelas reuniões do g-15 que pretendem lutar pelos direitos dos clubes pequenos, mas toda a gente sabe que apenas vão lá como testas de ferro dos clubes grandes.
Partidos pequenos com os vícios dos partidos grandes.

A 3ª via tem de ser feita com pessoas integras, de fora do aparelho político-partidário, sem ideologias nem objetivos partidários e pessoais que se sobreponham aos interesses da população.

Sei que é difícil, mas existem pessoas dessa estaleca na nossa sociedade e outras que tiveram que sair da nossa terra.

Anónimo disse...

Onde, quando, e como é que Raquel Coelho e Gil Canha são os testas de ferro dos grandes! Malham que se fartam na "máfia no bom sentido". O problema é que a viloada não merece a luta deles contra os exploradores dos madeirenses e portossantenses!
Essa de pessoas íntegras e fora do aparelho político partidário, sem ideologias, já apanhamos com o cafôfo, que na priemira oportunidade foi se aliar aos sousas para afastar o Gil Canha da CMF! Nessa já não caio mais.

Anónimo disse...

Excelente Calisto, se pelo menos pegassem neste texto e percebessem o contexto, fica a reflexão.

Anónimo disse...

Pequenos partidos não são solução.
Gente séria e integra, sim.
Mas a populaça vota em quem o engana melhor. Quer espetada e vinho tinto, e tem memória curta.
As coisas só poderão mudar quando mudar o sistema eleitoral, e os deputados sejam eleitos por círculos uninominais. Cada círculo elege um deputado. Esse deputado responde perante os eleitores do seu círculo. Outra alteração é a possibilidade de candidaturas independentes.
Assim sendo, o comportamento dos deputados seria muito diferente do que é actualmente.