RUI BARRETO JUNTA EMPRESÁRIOS

PARA DISCUTIR MOBILIDADE

"Enquanto o Governo da Madeira ataca o Governo da República e o Governo da República ataca o Governo da Madeira, o CDS trabalha para apresentar soluções" - afirmou o líder do partido, no final da conferência "Mobilidade, transportes aéreos e marítimos - um direito dos madeirenses", que teve como convidados o empresário António Trindade, o administrador do Grupo Sousa, Duarte Rodrigues, e o jornalista e fundador do Clube de Entusiastas de Navios, Luís Filipe Jardim.

Rui Barreto referia-se à passagem de António Costa pela Madeira e à troca de argumentos entre PS e PSD. "Estivemos aqui a trabalhar, a ouvir os melhores, alguns dos quais nem pensam como nós", acentuou, para referir. "Quero realçar que o senhor primeiro-ministro veio à Madeira falar de coesão territorial e disse que estava obcecado pela Madeira, é uma expressão um pouco doentia. Mas, na realidade, se quer ajudar a Madeira, por que razão está há três anos para rever o subsídio de mobilidade? Por que razão não diz o que entende por continuidade territorial quando a sua ministra do Mar já disse que esse direito está assegurado por via área? Dizendo que está obcecado pela Madeira, por que razão não estende o subsídio de mobilidade ao transporte marítimo de passageiros?".

O líder do CDS diz ter dificuldade em entender que "os governos levem tempo a digladiar-se meramente pela geometria eleitoral por acharem que quem enganar mais o povo terá mais votos".

Na sua opinião, é tempo de derrogar esta prática política. Avisa que o CDS "não compactuará com o passa culpas" e irá trabalhar "com afinco" para apresentar um programa que mereça a confiança dos madeirenses.  "Os partidos têm de assumir as suas responsabilidades", incita Rui Barreto, para lembrar. "O PS governa o país, há assuntos que são estritamente da responsabilidade do Governo Regional da Madeira, mas há assuntos que são da responsabilidade do Governo da República."

Deu vários exemplos: "O subsídio social de mobilidade tem de ser revisto na Assembleia da República. O apoio para o transporte por ferry pode ser definido pelos dois governos, mas é uma responsabilidade da República. Em vez de dizer que está obcecado pela Madeira, o senhor primeiro-ministro devia ter anunciado soluções para aquilo que é da estrita competência da República."

Ideias saídas da conferência

O objetivo destas conferências é ouvir, estudar e propor soluções no programa de governo que o CDS irá apresentar aos madeirenses. O líder Rui Barreto diz que a Madeira ganhou massa crítica nos últimos 40 anos e que por isso os convidados deste projecto coordenado pelo Conselho Económico e Social do partido, presidido por José Manuel Rodrigues, são pessoas que "conhecem o  meio e sabem do que falam".

Do debate resultou a necessidade de, no âmbito das políticas de coesão, diligenciar junto da União Europeia apoios para garantir a mobilidade dos madeirenses dada a sua condição de região ultraperiférica, devendo o Estado português e a Região apresentarem candidaturas aos fundos por forma a garantir a linha ferry durante todo a ano. 

Ao nível interno, reduzir os custos da operação portuária, acabando com o modelo actual de operador único e garantir a presença de dois operadores no porto do Caniçal, em regime de concorrência e pagando taxas cujo valor deverá fazer baixar o custos das mercadorias e, por conseguinte, reduzir o custo de vida.

No plano da mobilidade aérea, e na impossibilidade de atrair novas companhias para a rota da Madeira, deverá ser preparado um programa de incentivos para que as companhias aumentem o número de frequências. 

Miguel Silva, subdirector do JM, foi o moderador desta segunda conferência (a primeira abordou o turismo), organizada pelo Conselho Económico e Social do CDS, coordenado por José Manuel Rodrigues, e teve como palco o concelho de Santa Cruz.

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