PSD-M atrapalhado na escolha do candidato à Europa

Rui Rio insiste em Cunha e Silva

mas o contexto é desfavorável

Cláudia Monteiro e Sérgio Marques destacados nas preferências do eleitorado

Jardim, o preferido pelas cúpulas do PSD-M, até ao momento recusa voltar a protagonista

Cunha e Silva é o favorito
assumido do líder nacional

João Cunha e Silva, regressado às lides partidárias no último fim-de-semana investido como presidente da Mesa do Congresso do PSD-M, tem merecido a preferência do líder nacional Rui Rio, seu companheiro dos tempos da Jota, para integrar a lista às eleições europeias de Maio. As últimas insistências foram durante o congresso regional, em cuja sessão de encerramento Rio participou.

Miguel Albuquerque ainda não se pronunciou acerca do que pensa do assunto. Mas a escolha do seu antigo rival na corrida de delfins afigura-se difícil. Um estudo de opinião encomendado pelos social-democratas sobre os nomes mais fortes para disputar as europeias favorece claramente Sérgio Marques e Cláudia Monteiro. Os resultados atiram a actual e o antigo eurodeputados para o cimo da lista dos preferidos dos eleitores, relegando a concorrência para percentagens modestas.

Acresce que figuras destacadas do partido, tanto dos renovadores como da velha guarda, sensibilidades que enterraram o 'machado de guerra' no congresso de 19 e 20, assumem que o nome ideal para o Parlamento Europeu é o de Alberto João Jardim. A lógica é simples: Jardim animaria o PSD nacional se aparecesse à cabeça da lista e ao mesmo tempo lançaria o partido regional, em caso de vitória parcial na Madeira, para um patamar mais confortável na disputa das regionais de Setembro. Ou não estivesse assumido que as europeias serão as primárias das grandes decisões eleitorais de 2019 - as legislativas regionais e nacionais.

Também aqui há um embaraço: o próprio Jardim não está interessado em voltar a envolver-se na política como protagonista. Ainda não disse não nem sim, quando o tema salta à conversa, mas a postura é de recusa. Não se sabe também da viabilidade da ideia ao nível nacional, onde imperam nomes como o do actual deputado europeu Paulo Rangel.

A palavra cabe a Miguel Albuquerque, embora o nome que vá escolher tenha de ser submetido ao parecer da comissão política regional. Se será um destes ou uma surpresa, aguardemos.

Acções de rua ao estilo da extrema-esquerda 

Rendendo-se a um estilo que sempre condenou à esquerda radical, o PSD-M, por intermédio do seu grupo parlamentar, estará pelas 10 da manhã desta quinta-feira à porta do Palácio de S. Lourenço, tendo convidado a comunicação social a comparecer no local. O pretexto é uma conferência de imprensa que, porém, mais ideia dá de uma manif de protesto para o Representante da República ouvir e transmitir a Lisboa. O tema é ferry.

Esta iniciativa de rua surge a dois dias da visita à Madeira de António Costa, em funções partidárias. Por isso, o PSD não prepara um acto isolado. Na sexta-feira, os deputados voltam ao mesmo Palácio de S. Lourenço para novo protesto disfarçado de conferência de imprensa. Dessa vez, para reivindicar a urgente resolução do teimoso subsídio de mobilidade. Claramente, a ideia é passar a notícia das movimentações para a capital, pelo canal Representante.

Está em campo a mobilização operacional decidida em congresso. Esta quarta-feira à noite, reúne-se a comissão política. Na quinta, contactos com populares em Machico. No fim-de-semana, secretários regionais a estudar os condicionalismos eleitorais no terreno.