13 de Junho 2019

3 meses e 10 dias de regabofe no telejornal

RTP-M dá tempo de antena

ao candidato 

da falsa candidatura

O PS-M tem o direito de inventar as suas armas, nucleares à parte, para conseguir converter em sucesso a sua presente obsessão e a obsessão de Costa, aliás a mesma coisa.

Contra os laranjas que pretendem segurar-se nos lugares a todo o custo, movimentam-se os rosas que a todo o custo querem conquistar os seus e entregar na hora certa os tachos que andam a prometer a meia Madeira.

Tudo muito bem.

Agora que entidades com deveres de isenção, porque exclusivamente dependentes dos dinheiros públicos, embarquem nos estratagemas tácticos dos político-dependentes, alto e pára o baile.

É o caso da cobertura que o dono dos telejornais parece ter adoptado relativamente às eleições regionais de 22 de Setembro.

O TJ de quarta-feira debitou reportagem centrada num sem-abrigo político que dizia preocupar-se com a situação dos verdadeiros sem-abrigo.

Aqueles a quem o ora sem-abrigo político um dia forneceu cacifos para eles usarem como esconderijo dos seus telemóveis, chave do automóvel e carteira.

Sabe-se como é perigoso andar por aí à noite, sem um abrigo.

O curioso é que o pivot, conforme as instruções do director Miguel Cunha, ao lançar a peça apresentou o sem-palco como "candidato a presidente do governo regional".

Bem: faltam 3 meses e 10 dias para as eleições regionais e a campanha já arrancou?  

Que categoria política é essa de 'candidato a presidente do governo regional'?

É um cargo? Um posto? Uma bosta?

As listas para 22 de Setembro serão de candidatos ao Parlamento ou à Presidência do Governo?

A coisa é de tal ordem que assistimos a isto no TJ: o oráculo da peça com Mário Pereira do CDS falava do tema, 'cuidador informal'; a peça com Edgar Silva da CDU nem antetítulo tinha, era uma barrinha curta sem palavras; a peça de Cafofo era abrilhantada com uma inovadora 'ação PS'.

Critério estilo Levada do Cavalo.

Pergunto aos outros partidos: por que não arranjam também o vosso 'careca' para ganharem um tempo suplementar de antena diário com uma falsa candidatura como a do PS, que não existe legalmente? 

Será que os socialistas decidiram ceder os seus tempos de noticiário à campanha do seu candidato, ou seja, a si próprios? 

O PS bem pode utilizar ovelhas tresmalhadas de outros partidos, que vai aliciando para juntar mais uns votos, pagando-lhes mais do que o desemprego para andarem por aí de porta em porta a chatear a molécula de cada um, com paleios sobre a urgência de votar num tal de Cafofo.

O PS pode inventar dinheiro (lá vamos nós pagar mais um aumento nas passagens de barco) para cobrir as deslocações do falso candidato por montes e ribanceiras, na pregação da doutrina para o 22 de Setembro.

Pode o sem-abrigo político fazer marcação cerrada ao rival Miguel Albuquerque, consolidando o título de emplastro que a populaça já lhe aplicou.

O Costa pode vir à vontade como uma vedeta rock encenar a rentrée na terra que já lhe deu o primeiro bigode a 26 de Maio.

Agora uma RTP, estação pública, atribuir um descarado tempo de antena diário, a esta distância, privilegiando ainda por cima o candidato de uma falsa candidatura, isso é que cheira mal a quem paga aquilo tudo com impostos. E desagradará certamente aos profissionais que lá trabalham e nenhuma culpa têm dos serviços que mestre Cunha marca na agenda (o chefe da Informação não risca nem conta para o totobola, chega-lhe o penacho).

Acham que a saga cafofa no TJ não vai ser diária? Então vejam o noticiário desta quinta-feira. Miguel já destinou equipa para a "campanha do Cafofo" e não é uma equipa qualquer, note-se. 

Ou seja, depois das casas que o Profe Mentiras quer dar aos sem-abrigo, de transição para S. Martinho, outra medida de espantar será apresentada logo à noite na Levada do Cavalo.

Pode ser que este apoio da RTP-M à falsa candidatura de Cafofo decorra de um ímpeto de solidariedade. Afinal, Miguel Cunha também é candidato. Em 22 de Setembro, ele candidata-se a conservar o seu cargo no Centro Regional.

Como se vê, um oráculo para cada gosto. A olho. O importante é que apareça no écran o candidato à falsa candidatura.