ANTÓNIO TRINDADE APERTADO NA "TERTÚLIA DO MILHO" EXPLICA OPÇÕES DE VIDA
(Foto Rui Silva) |
Depois de Miguel Albuquerque em Fevereiro, coube a vez a António Trindade, figura ainda carismática da política madeirense e empresário de sucesso na hotelaria, de ser confrontado com questões delicadas e embaraçosas no almoço da "Tertúlia do Milho".
O repasto precipitou-se no restaurante da Zona Velha "Le Jardin", nesta sexta-feira. Os tertuliantes, depois de abaterem com a facilidade habitual o prato de milho e as iguarias envolventes, confrontaram o ilustre convidado com aquilo que toda a gente queria saber.
Se, em Fevereiro, Miguel Albuquerque foi obrigado a confessar, entre duas colheradas, se avançará como candidato à liderança do PSD-M no próximo congresso, pois nesta sexta-feira foi Trindade a não conseguir fugir à pergunta que a população madeirensre costuma colocar a si própria: por que diabo se afastou Tony da política regional, se a Madeira, sua terra, lhe merecia postura mais combativa?
Tanto Albuquerque como Trindade (assim como os anteriores convidados, desde João Cunha e Silva ao chefe do governo Jardim, passando por Emanuel Jardim Fernandes, juiz Paulo Barreto, Francisco Costa e mais umas 20 figuras de primeiríssima água) satisfizeram sem rodeios - que remédio - a curiodidade dos comensais. Infelizmente não posso reproduzir aqui as respostas, porque a tertúlia decorre em círculo fechado, embora sem avental nem outro adereço do género. Não posso avançar mais. A não ser que nenhum dos dois anda distraído na vida. E, mesmo assim, arrisco-me a ser irradiado da tertúlia, sob acusação de delator.
Trindade abanou de princípio, com a intervenção do provocador oficial do grupo, João Pedro Mendonça, mas depois tomou conta do jogo e arrasou as posições mais críticas.
Mas, se o segredo morreu lá dentro, não é inconfidência recordar tempos idos em que António Trindade militava na música pop dos anos 60, integrando os "Dancers" contemporâneos do Conjunto João Paulo, Demónios Negros, Dinâmicos e por aí fora. Vi-o na Feira do Marítimo tocando no seu conjunto lado a lado com Dória, Gama (defesa central do Nacional, Jesus!), Moura e demais elementos dos então populares "Dancers".
Pouco tempo depois, Tony dava-me a honra de me deixar estudar com ele e o Jovita Fernandes na Quinta Favila, que sua família explorava comercialmente. Mais tarde ainda, o estudo era em Lisboa, onde Tony Trindade e Jovita se licenciaram com distinçãol e eu, a meio caminho, dei comigo em Mafra com a G-3 na mão.
Nesta sexta-feira, António Trindade fez aos tertuliantes do Milho uma brilhante intervenção, dissecando o turismo e equacionando caminhos para o sector como só ele conhece é capaz de fazer.
Sempre jovem naquele cabelo neve e no sorriso com que enfrenta a vida, o antigo político deixou cartaz na Tertúlia. No meio daquela animação toda, guardei uma provocação cá para mim, na linha da que o Dr. João Pedro fizera: como Aníbal Trindade, combatente anti-fascista nos tempos em que era perigosíssimo ter opinião em Portugal, teria gostado de ver o filho Tony dar mais de si pela política da Madeira! A indústria turística perderia um baluarte, um pilar, mas o estado de saúde intelectual dos madeirenses talvez não estivesse na fase terminal em que se encontra.
Quem não subscreve?
O convidado, antigo secretário de Estado do Turismo, posou com alguns tertuliantes, mas só depois de ter confessado tudo. |
O Dr. Francisco Costa da SDM proporcionou excelente lição sobre o Centro Internacional de Negócios a uns quantos omniscientes que julgavam conhecer tudo e mais o que fosse preciso.
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