JULGAMENTO DO CASO DA PALMEIRA ADIADO 'SINE DIE'
Estava marcado para esta sexta-feira, mas já não está. Será por causa da imunidade parlamentar de Roberto Silva?
Desconheço as reais razões, mas o facto é que os intervenientes no julgamento do caso que abalou o Porto Santo e a Madeira no Verão de 2010, a 22 de Agosto - a queda de uma palmeira de que resultou a morte de duas pessoas e um ferido grave - receberam a informação de que já não têm de comparecer na barra dia 23, esta sexta, porque houve um adiamento 'sine die'.
A convocatória para o julgamento indicando o dia 9 deste Março sofreu alteração para o dia 23. Correu a convicção de que tal adiamento se devia à questão da imunidade parlamentar de Roberto Silva, actual deputado que na altura da tragédia presidia à Câmara do Porto Santo, daí a sua condição de arguido. Se o motivo foi mesmo esse, continua tudo por resolver em matéria de levantamento de imunidades, dado este novo adiamento, agora 'sine die'.
Avisos não faltaram
Quando se levanta a imunidade a deputados (da oposição, lógico) para responderem em casos de somenos importância, relacionados com difamação e atentados ao bom nome, constata-se que os processos importantes se arrastam no tribunal por razões francamente inaceitáveis. Se agora não se trata da imunidade que referimos, que motivos ditarão o protelamento?
Evidentemente que a Justiça não delineia os calendários à toa, mas a opinião pública precisa de esclarecimento.
O próprio Roberto Silva reconheceu, como não podia deixar de fazer, a gravidade do acidente no Largo do Pelourinho, quando, por ocasião de um comício estival do PSD, uma palmeira tombou causando uma tragédia que tão cedo não será esquecida. Afirmou-se ainda Roberto disposto a comparecer atempadamente no tribunal para que a questão fosse resolvida o mais depressa possível. Sem no entanto deixar de se manifestar de consciência tranquila por, segundo as suas palavras, nunca lhe ter passado pela cabeça que tal tipo de tragédia pudesse ocorrer na sua ilha.
Cabe aqui recordar que o povo havia muito comentava o estado daquela palmeira do Largo do Pelourinho. E com outra agravante: o 'Diário de Notícias' publicara com tempo uma fotografia mostrando a perigosa inclinação da árvore, alertando quem de direito.
Uma da vítimas da tragédia foi a minha antiga colega do Liceu, a Judite, que gozava de invulgar simpatia entre todos os estudantes seus contemporâneos.
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