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sexta-feira, 16 de março de 2012

Politicando

JARDIM REDUZ VIDA DOS MADEIRENSES
A UMA "BRINCADEIRA ELEITORAL"

O chefe do governo regional acaba de confessar publicamente que a sua estratégia política persegue exclusivamente resultados pessoais e partidários em lugar de se fazer de luta pelos interesses do povo madeirense. Pouco depois de o parlamento nacional aprovar o fatal aumento do IVA na Madeira para 22%, Jardim assumia diante dos microfones que os deputados do PSD-Madeira só votaram contra essa medida tremendamente penalizadora para os ilhéus ao perceber que José Manuel Rodrigues, do Partido Popular, também votaria contra.
Sem rodear o expediente, o chefe do GR explicou-se: foi ele próprio, Jardim, quem avisou a coligação nacional PSD-CDS de que mandaria os representantes laranja em S. Bento votarem contra o aumento se o deputado popular José Manuel Rodrigues também o fizesse com a intenção de "depois vir para a Madeira brincar às eleições".

Jardim mandou o deputado Velosa e companhia laranja votarem a reboque de José Manuel Rodrigues, por motivos eleitorais... e VIVA o IVA!

Tudo muito claro: depois de ter assinado uma carta de intenções a permitir a penalização no IVA, no IRS e mais castigos ao cidadão madeirense, a coerência mandava Jardim indicar a confirmação desses acordos votando hoje "sim" na Assembleia da República. O problema era o  representante insular do CDS-PP, apesar de comprometido com a coligação governamental, furar a disciplina de voto e assumir no hemiciclo, em plena votação, a defesa dos interesses dos madeirenses. Porque, nesse caso, José Manuel Rodrigues marcaria pontos no conceito do eleitorado regional.
Situação caricata foi Hugo Velosa, com justificações de laboratório, fazer esta tarde a defesa do aumento do IVA na Madeira, para minutos depois, na mesma sessão parlamentar, votar contra aquilo que acabava de dizer, tal como os outros deputados eleitos pelo PSD-M.
As trocas e baldrocas de Jardim nada trazem de novo, já que a história mostra uma carreira política individualista, virada para o triunfo eleitoral ainda que para isso tenha penhorado os já fracos recursos que a Madeira detinha quando ele apareceu na política.
Interessante é verificar-se o despudor com que o ainda chefe do GR informa, pelos media, que actuou numa questão decisiva para os madeirenses em função da próxima batalha eleitoral. As suas preocupações com a força à sua direita, situação que há uns anos julgava impossível, tal o ódio que confessadamente dedicava à esquerda, manifestam-se claramente no comportamento agressivo diário, o que lhe parece estar a valer o contrário do efeito pretendido. Metade do discurso de Jardim no encerramento do orçamento da RAM foi dedicado ao PP, o que revela o nervosismo do chefe laranja. Quanto aos efeitos...

Passos Coelho pressionou Rodrigues

Quem sorri com a situação é evidentemente José Manuel Rodrigues, apesar da tensão que criou esta sexta-feira na "Lisboa política". Em São Bento, percebeu-se uma espécie de cerco montado a José Manuel Rodrigues para que não furasse a disciplina de voto do PP, partido comprometido com a aprovação do novo IVA enquanto membro do governo aliancista. Além de 24 deputados do PP a insistir com o líder popular da Madeira, o próprio primeiro-ministro Pedro Passos Coelho fez chegar o seu empenhamento no voto "sim", com Paulo Portas, ministro de Coelho e líder nacional do PP, a secundar a pressão.
O resultado foi José Manuel Rodrigues aguentar e votar "não", quando chegou a hora. O que, como se disse acima, arrastou o voto negativo dos deputados do PSD-M, porque Jardim não queria dar argumentos para o PP utilizar em eleições futuras. Tudo pelas eleições. Nada que não se palpitasse. Só que, agora, Jardim fala com o desacarmento que a eterna carreira lhe permite. Mandar, mandar, ainda que o povo seja cada vez mais afundado na miséria.
Evidentemente que José Manuel Rodrigues, em nome da coerência, terá de assumir medidas no seio do grupo parlamentar onde se integra, depois de furar a disciplina de voto, e por ser vice do mesmo grupo. Medida drástica que já deve ter acontecido. Aliás, Rodrigues, ultimamente criticado na Madeira pela sua ausência da política diária regional, depois de se ter candidatado à ALM, regressará ao Funchal no final do ano ou princípio de 2013, para dirigir pessoalmente as próximas eleições autárquicas, grande aposta do PP-M. Entretanto, continua na capital, onde acha que se decidem as grandes questões da Madeira, como hoje se viu, até pela perda total da autonomia regional que restava. 
Jardim há-de preparar-lhe uma recepção a preceito...





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