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sexta-feira, 30 de março de 2012

Notícias do Apolo

ESCOLA COM 40 PROFESSORES PARA 70 ALUNOS!!

Mais uma difícil missão de recolha informativa hoje, nas esplanadas centrais do Funchal, ainda com a sensação de que os ouvidores do regime cada vez mais querem dar a ideia de que não tiveram nem têm nada a ver com a situação regional. Para o conseguirem, carregam sem dó nem piedade e até com uma pontinha de sadismo sobre o sistema de que outrora foram pilares.

Com o bonito dia que fez hoje, bem podia o patrão dispensar-me do trabalho na envenenada e mentalmente poluída mesa do café.


* O secretário e a nora da colega - Voltaram à velha teoria de que o governo regional foi constituído por influência de três mulheres. "Outra vez, não!", experimentei cortar o passo àquele desbocado que teve uma papelaria fornecedora de equipamentos para departamentos oficiais e que hoje anda ressabiado imagina-se porquê. Mas ele insistiu.
"Há dias fui chamado mentiroso, então quero ver quem é que me desmente hoje", desafia o homem, afastando as chávenas de chinesa, garoto e bica para o outro lado da mesa. "A velha colega do de lá de cima (das Angústias), que um dia chegou a deputada, conseguiu ou não conseguiu meter o... Pois, não o meteu em secretário regional? Alguém desmente? Então depois quem foi para chefe de gabinete do secretário, por um mínimo de 3 mil euros? A nora dela! Foi ou não foi?!"
Intervenho: então a rapariga não tem direito a trabalhar?
E o dono da papelaria falida: "E a minha filha também não tem direito a trabalhar? O lugarzinho calhou precisamente... por coincidência... Vejam a quem calhou!"
Alguém comenta entre dentes: Ora, os dois fundadores do Sindicato Democrático dos Professores foram... Pois, talvez involuntariamente acabam por alimentar estas conversas injustas e viperinas.

* Ensino personalizado! - Não sei a que propósito, outro sujeito entrou na liça: "Por falar nisso, os estudantes de Coimbra têm de se avir hoje com o nosso Marítimo que tem chumbado muito clube de nome nesta época..."
"Quem estava a falar de estudantes?" - faz um professor em gozo de licença sabática para montar uma tese sobre as tricas de café. "Mas, já agora, alguém me sabe dizer qual é a escola da Madeira que tem 40 professores para 70 alunos?"
Os circunstantes olham para o céu através dos ramos das tipuanas que esvoaçam ao vento. "Não são todas, seus maldizentes", torna o profe. "Quase todas caminham para essa situação, mas com esses números é só a Escola de São Jorge."
"Como? 40 professores para 70 alunos?", vocifera um chaufer de praça que de quando em vez aparece no café para fazer confusão. "E dizem mal disso? Quando são 70 alunos para um professor, cai o Carmo e a Trindade. Assim, nesses 70 alunos para 40 professores, em que as autoridades conseguem oferecer um ensino personalizado, também há críticas a fazer. Francamente!"

* Como eu temia, o profe regressa à fala: E esses que dão aulas em São Jorge... claro que o contrato no fim do ano lectivo não será renovado. Tiveram emprego antes das eleições, mas agora... Tal qual como no caso dos enfermeiros. Recibo verde antes das eleições; passaporte para o desemprego depois. "Viva a Madeira Nova!", conclui o peste.

* Supermercados e o hospital - Vem depois à baila a tal grande superfície que dizem passar por enormes dificuldades à conta de campanhas adversas ninguém sabe nascidas onde. Contradições, outra vez. Um diz que chega a S. Martinho e só vê prateleiras vazias. Outro diz: até estão a fornecer o hospital, aquilo não deve estar tão mal como dizem.
E pega-se no hospital para dizer que uma só funcionária tem de prestar apoio a 8 salas operatórias e não sei que mais o quê.

* Vem aí o danado do IVA - Lá se conseguiu aguentar uma meia hora sem ninguém falar do endiabrado IVA que desembarca no Funchal domingo, com uma carranca pior do que a dos agentes da troika. Mas, inevitavelmente, o contabilista ressabiado introduz o assunto mais temido da actualidade. "São 22% mais a pancada nos combustíveis, e não se esqueçam de que, quando os combustíveis aumentam, sobe tudo, por arrastamento."
Continua ele com as críticas ao desgoverno regional, que já não manda nada, que agora é só obedecer. Espatifaram o dinheiro todo e agora, com tantas dívidas, lambem os pés aos 'cubanos'. Palavras dele, contabilista, não minhas.

* 'Bocas' na cerimónia - "Longe vai o tempo - prossegue a criatura - em que a gente recebia o 'bagaço' de Lisboa e ainda fazia barulho. O Guterres pagou a dívida e o dali de cima das Angústias desatou a cantar 'A Mula da Cooperativa'. E quando foi da assinatura do protocolo no Palácio de S. Lourenço, no meio daquelas individualidades todas de fato e gravata, apareceu um então amigo de chefe Jardim, Manuel 'Bolecas', sem papas na língua, a dizer lá do fundo da sala para Guterres, salvo erro, ouvir: Parece que é um favor! Não assinem essa merda! Mesmo já não era sem tempo de assinarem essa merda!
Ou seja - carrega o contabilista - O das Angústias pediu ao amigo para dizer aquilo que ele queria dizer.

* Levantei-me de um salto, para não me comprometer com tanta má-língua. Fui à voltinha higiénica no aterro e só voltei há minutos, para fazer o meu trabalho. Mas não assino por baixo nenhuma das insinuações perpetradas lá em baixo.



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