SEMANA FATÍDICA DOS 22%: A FÁBULA ACABA MAL
* Ícaro, a rã, e o voo do galo palheiro - Ao fim da tarde deste domingo exercitavam-se alguns cidadãos frequentadores habituais dos cafés centrais tentando descobrir uma situação comparável àquela que actualmente deprime psíquica e financeiramente os madeirenses - com agravamento previsto para dentro de dias, à chegada espaventosa do IVA a 22%. Já no final da semana que começa.
Até que, por falta de exemplo real conhecido, as cogitações circunscreveram-se ao campo do fictício, da fábula, do irreal.
Um dos convivas associou a imagem do ditador ilhéu à da conhecida rã que um dia resolveu ser boi, com o espalhafatoso resultado conhecido.
Outro declarou parecer-lhe ver ali mais uma tentativa de voo do galo palheiro vaidoso que se 'espalha' desengonçadamente pelo galinheiro além.
Um terceiro cavalheiro, parando de soprar o escaldão da 'chinesa', preferiu comparar o 'rei das Angústias' ao irreponsável Ícaro, que, não querendo ouvir conselhos de ninguém, subiu, subiu até perto do sol, até que, quando a cera das asas derreteu... pum!
O grande problema - desmanchou prazeres um quarto elemento - é que a desgraça em crescendo nestas ilhas não é fábula nenhuma, ao contrário do que os eleitores julgaram até à data, inebriados com as lentilhas oferecidas pelo das Angústias. No final desta semana, temos IVA a 22%, mais 6 do que até agora, e isso quer dizer que, descapitalizados, esfomeados, pobres e desempregados como já estamos, passaremos ainda a pagar mais do que no Continente, porque os transportes monopolizados que o Jardim nos impõe levam a pele e a falida carteira do cidadão.
Depois, com o contrapeso da pancada nos combustíveis, para tornear as portagens...
"O povo quis, o povo tem" - conclusão de um empregado indignado com a cobardia popular, que nenhum dos 22 mil desempregados veio à luta no dia da greve geral. "Muitas felicidades a todos, que eu cá tenho o meu emprego e salários em dia, quem tem votado no 'outro' que continue a votar, muitas felicidades."
E bom IVA, pensei eu.
* Os desmentidos da praxe - A conversa tergiversou para os desmentidos de sua excelência: o convite a Sérgio Marques e a frontal ameaça de uma lista de independentes foram invenções do Diário, regougou ele.
Ora, como é que - ouvimos à volta da mesa -, perante a gravidade dessas 'invenções', os envolvidos não saíram a terreiro para desmentirm eles próprios as notícias que abalam o velho e cadente poderio do chefe?!
Realmente, e ao contrário da filosofia de outra fábula conhecida, é falso que o DN seja o jornal mais desmentido do país: o 'rei das Angústias' é que é a criatura que mais desmente jornais no país. Desmentidos à base de mentiras esfarrapadas, claro.
Enfim, atoardas reiteradas do ex-mandão, como aquelas que andou a expelir no congresso nacional do PSD. Confangedor, aquele discurso. Como se estivesse a ler uma lista telefónica conhecida de cor e salteado. Um relatório de asneiras e propostas ridículas mais velhas do que o norte. Os incentivos à polícia para que use o batão com mais força, autarquias de uma só cor para liquidar de vez as minorias pensantes, as contradições da praxe contra a esquerda e contra o liberalismo de direita, o bajular aqueles a quem ofendeu no congresso anterior, enfim, uma repelente vomição.
O homem não evoluiu desde os tempos da "Voz da Madeira" e só sai da caverna para fazer sebentice política.
* Rui Moisés polui ambiente com ataques a quem sabe - Por acaso, o homem andou com estas bojardas para ocupar microfone à margem de uma cerimónia qualquer sobre os altos contributos de Santana para o diâmetro da biosfera. Nada temos contra as preocupações ambientais do simpático concelho nortenho, bem pelo contrário. Mas registamos aqui as observações deste domingo à esplanada: é descabido o presidente de Santana ocupar uma conferência sobre o ambiente, o que aconteceu há dias, limitando-se a desancar em especialistas dessa área que não se inibem de lhe apontar os erros ecológicos. É que, se calhar, o autarca Rui Moisés não é perfeito e erra como os restantes mortais.
Ouvir quem sabe da matéria só ajuda, sr. presidente.
E aí está o espírito que se vivia ontem nos cafés centrais da capital e que ouvi com certo interesse, antes da minha voltinha higiénica ao agradável aterro da marginal.
2 comentários:
Pois é. A coisa está ficando negra. Os eleitores, a partir de 1 de Abril, vão sentir os efeitos da governação da trilateral, da maçonaria, dos inimigos colonialistas de Lisboa, do Alf (uma coisa do outro mundo)que durante 30 anos puseram e dispuseram da administração desta terra. Quem ganhou dezenas de eleições nada tem a ver com isto. Pretendendo mais explicações muna-se com o horário do fim das missas.Vá até lá e oiça a sábia Palavra do SENHOR. Assim fica já com a cabeça a ser trabalhada para as incandescentes autárquicas que aí vêm de seguida
O governo regional com 36 anos de asneiras nada tem a ver com este fracasso geral e, segundo ouvi, parece que o chefe, coitado, ganhou eleições sem sequer estar cá na Madeira...
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