Delírios da Madeira Nova

O AMOR SECRETO DO GOVERNO PELO "DIÁRIO"

O rei no castelo das Angústias, hoje, na missão diplomática de receber a embaixadora marroquina. O homem a trabalhar e os inimigos com traumas de infância sempre a difamar!

Foi necessário chegar-se a uma crise financeira extrema para conhecermos um amor secreto do ex-chefe do ex-governo regional - que por sinal não governa coisa nenhuma, as ordens chegam-lhe de cima, do Gaspar e da Troika, e só lhe resta cumprir. Eis que no debate do Orçamento, o secretário Jardim Ramos escorregou e deixou escapar que o executivo tem agido em confronto com o "Diário de Notícias" apenas para iludir as aparências. Afinal, o "rei das Angústias" e seus corifeus de mão até têm sido o garante da existência do "jornal da maçonaria inglesa". E como? De maneira simples: fazendo o JM imprimir as suas edições na Gráfica do grupo Blandy. Só essa benesse disfarçada mantém o "Diário" aberto.
Garante Jardim Ramos, pois: se o JM fechar, não há impressão na Gráfica, não há 500 mil para pagar a conta, e por consequência não há viabilidade financeira para o DN.
Falámos antes do tempo e com resmas de injustiça. E o palácio das Angústias a sofrer em silêncio tanto enxovalho e tanta incompreensão!
Já que o tempo é de confissões, Jardim Ramos poderia descrever no parlamento, também, os estóicos esforços das suas tropas em busca desesperada por uma gráfica onde pudesse imprimir o jornal do rei, em vez de o fazer na Cancela. Os contactos nesse sentido correram cá e também junto de empresas lisboetas do ramo. Por azar as diligências fracassaram e o ex-governo ficou obrigado a dar a sua "ajuda" ao DN. Com esta confissão ficavam as coisas mais completas.
Dada a emocionante candura no tratamento que o governo afinal oferece ao DN, esqueçamos o empréstimo (!!!) de 3 milhões que o orçamento canaliza para o jornal dos padres e do rei. Uma ninharia de nada, como diz o homem dos Assuntos Sociais. E por isso para apontar no tecto.