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domingo, 25 de março de 2012

Madeira ao Vivo

OS QUE SONHAM COM O REGRESSO DOS ESBIRROS QUE BATIAM PELA RUA E DESTRUÍAM TIPOGRAFIAS

A deplorável intervenção do "rei das Angústias" no congresso nacional do PSD teve talvez o seu ponto mais desgraçado nos apelos que fez às polícias deste país de Abril para usarem de toda a força quando se tratar de reprimir os trabalhadores que lutam pelos seus direitos, roubados pelo liberalismo selvagem. Saudosista da repressão típica do regime que ele tanto elogiava na fascista "Voz da Madeira", Jardim conseguiu fazer corar, naquele discurso pleno de contradições, o próprio ministro dos esbirros, Miguel Macedo, com os seus perdigotos avinagrados de nazismo e latinidade americana.
Se houve jornalistas agredidos no meio dos confrontos, que importa isso, quando as bastonadas não caíram nos crânios com a violência que sua excelência o "vilão das Angústias" gostaria de ter visto através da TV, como se estivesse no coliseu de Roma!
Como adoraria Jardim o regresso da censura e das tropas de choque encarregues de escaqueirar os jornais que se imprimiam nalgum tempo, de sinal contrário ao da intelectualmente conspurcante "Voz da Madeira"!


Para expurgarmos os gases expelidos naquele congresso pela criatura, essa vergonha da Madeira Nova, sugiro a leitura do texto que com a devida vénia reproduzo do "Clube de Jornalistas" (http://www.clubedejornalistas.pt/), uma visão lúcida e crítica dos tristes acontecimentos do Chiado e do posicionamento da polícia em situações do género.


"O DIFÍCIL CONVÍVIO DA POLÍCIA COM O DIREITO DE INFORMAR"
"O que se deve fazer a um polícia que não sabe distinguir um repórter fotográfico de um arruaceiro? Eu sei a resposta, mas quem a deve dar é o comando da PSP. E se este tiver alguma dificuldade de entendimento, cabe ao ministro da Administração Interna assumir a sua responsabilidade. Os anunciados inquéritos não exigem muita perspicácia, porque o agente agressor foi apanhado em flagrante delito, amplamente documentado em fotos e videos. Uma repórter fortemente armada de máquinas fotográficas, a cinco metros de distância, num espaço vazio, parece não deixar dúvidas sobre a sua identificação. A menos que a identificação como jornalista a tenha transformado num alvo. Não é uma impossibilidade, como se sabe. Essa dúvida torna ainda mais surrealista a sugestão de que os repórteres, no futuro, se “embebam” com a polícia. (JAG)"


RIBEIRO CARDOSO ATENTO À MADEIRA


No seguimento de umas simpáticas palavras de apresentação deste blogue, inseridas no 'on line' do Clube de Jornalistas, vejamos a objectividade com que o jornalista Ribeiro Cardoso se refere à situação actual da Madeira, que sofremos há 30 e tantos anos. Ao contrário dos que, mesmo lá fora, fogem para evitar retaliações do cacique regional, Ribeiro Cardoso exorta à reflexão "todos os que estão preocupados com a gravíssima e inaceitável situação que ali (na Madeira) se vive, graças à política imposta pelo mandatário de Passos Coelho nas recentes eleições do PSD e a toda a clique que desde 1978 ali está sentada à mesa do orçamento com a benção da Igreja Católica regional e dos sucessivos PR’s, PM’s e AR´s instalados em Lisboa".

São palavras de quem conhece ao pormenor esta terra fortemente amordaçada e que há bem pouco tempo lançou o polémico livro "Jardim, a Grande Fraude", onde relata e descreve sem rodeios as profundezas cheias de sujidade do regime ditatorial vigente nestas ilhas por comodismo do povo interesseiro.
Aproveito para formular votos de que, depois do estrondoso êxito editorial de "Jardim, a Grande Fraude", Ribeiro Cardoso, além dos projectos certamente em curso, não se dispense de nova incursão nos meandros da vida madeirense. A História agradecer-lhe-á. E nós também.


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