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quinta-feira, 15 de março de 2012

Notícias do Apolo

RESSACA DO ORÇAMENTO E OUTRAS BISBILHOTICES

A audiência da RTP-M só voltou à normalidade já depois de encerrada a sessão, uma vez neutralizado o perturbador das Angústias que várias vezes interrompeu as verdades que Coelho, sentado no seu lugar, tentava dizer. Só no pós-sessão, os telespectadores puderam ouvir descansados o deputado do PTP e ainda Victor Freitas, do PS, e Rubina Sequeira, do PND, em declarações mais interessantes do que os debates de Jardim Ramos e Garcês.


* Perturbador das Angústias - À mesa do Apolo condenava-se, ao fim da manhã de hoje, a má prestação da presidência da Assembleia Legislativa durante a sessão de encerramento do debate orçamental. Tudo porque José Manuel Coelho, do PTP, foi impedido de exercer cabalmente os seus direitos numa casa que devia primar pelo exercício livre do direito à expressão. Pela TV, de facto, vimos que aquele deputado começou a dizer umas verdades desde a sua bancada para o resto do hemiciclo, sendo interrompido insistentemente por um fantasma que subiu à tribuna para repetir ideias fixas debitadas mais de mil vezes de há 30 e tal anos para cá.
Até um empregado de mesa que vira parte dos trabalhos acusou Miguel Mendonça de sabotar os direitos do eleitorado, alegando que os telespectadores estavam claramente mais interessados em ouvir as verdades que Coelho tentava dizer do que as baboseiras requentadas com que o tal fantasma de gravata engraçada e papada rechonchuda interrompia o parlamentar trabalhista. Este até utilizou um disfarce de jotinha laranja, a ver se o deixavam falar à vontade, mas o estratagema só persistiu nos primeiros minutos, até que foi descoberto por um contínuo que bufou tudo a Miguel Mendonça.
O sujeito da gravata interrompeu, interrompeu, incomodou os presentes no hemiciclo, adormeceu a audiência da RTP-M, fez 30 por uma linha e o presidente do parlamento ainda o apoiou na manobra de diversão.
Inconcebível numa democracia adulta como a da Madeira Nova.


* Caloteiros exigentes - O vice João Cunha e Silva queixou-se, no decurso dos trabalhos (que os trabalhadores reais me perdoem) do seguinte: a austeridade do orçamento da Região foi imposta de fora. Como aquele caloteiro que dizia: Fulano emprestou-me 100 euros e agora obriga-me a pagar-lhe a dívida!

* Lucro na falência - Assisti a umas contas esta manhã na esplanada. Já que não fecham o Jornal da Madeira porque é preciso defender os postos de trabalho, dizia um perigoso comunista infiltrado no grupo, então faça-se a coisa mais barata, de acordo com os sacrifícios de todo o povo. Pagando uma média de 1.000 € por mês a cada um dos cerca de 70 trabalhadores do jornal, para cessarem as actividades, em vez de se esbanjar 11 mil € por dia para ter a propaganda em marcha, poupar-se-iam por ano 3.035.000 €.
Não percebi se a média inclui os inacessíveis ordenados do Rui Nóbrega e do Almeida (que dá uns palpites para o boca pequena apesar de pedir que não o metam noutros areópagos de bocas grandes).

* Arrepiante - A dívida do Sesaram já vai nos 800 milhões e esse número foi dito de lá de dentro para fora - ouvi esbabacado no café. Claro que tentei contrariar a denúncia. E veio o contra-ataque: a última factura que certa empresa fornecedora de serviços ao hospital recebeu data de 2009!
Fui dar uma volta ao aterro.

* Crise ao ataque - Uma loja de fazendas e pronto-a-vestir de larga tradição, pertinho do parlamento, tem dias em que não abre a caixa! Como falta dinheiro para pagar a fornecedores e empregados... Mais uma que lá vai!
E no MadeiraShopping há lojas a fazer um cento de euros por dia... o que não chega para a gasolina.

* Gato escondido - Parece que há obras cujas facturas ficaram estrategicamente no congelador para tornear prazos de inaugurações e IVAs... e que agora terão de vir à tona. Será que as entidades fiscalizadoras considerarão facturas com datas do tempo em que os animais falavam? A modos que não. Ai não? Pois que os empreiteiros vão receber a Lisboa, como disse o homem, agradecido...

* Boa viagem e vento a favor - Será mesmo verdade que aquela construtora, por ter feito finca-pé na saga inauguracionista a favor dos seus direitos, nunca mais teve direito a concorrer fosse ao que fosse (também não há nada para construir...) e que está de malas e ferramentas aviadas para voltar ao Continente?

* RTP-M em foco - Fala-se ainda na visita relâmpago ao Funchal do vogal da RTP José Araújo e Silva, com Maria do Carmo Figueiredo, especialialista dos centros regionais, ao que parece. O novo director da RTP-Açores também esteve nas andanças que agitaram terça-feira o Centro da Levada do Cavalo, quem sabe se para levar consigo aquele peregrino modelo de TV estatal escarrapachado na Madeira...
Já se foram todos embora. Terão deixado novas ideias para processar trabalhadores e despachar para casa quem sabe fazer televisão?
Sem dúvida que a TV madeirense está em foco, não por aquilo que não a deixam fazer mas por aquilo que lhe querem fazer.
Está bem entregue! E o "rei das Angústias" ainda se queixa!



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