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quinta-feira, 22 de março de 2012

Notícias do Apolo

PÁGINA EXCLUSIVA PARA QUEM NÃO É DE INTRIGAS


Permutas de alta tensão: não há mais nada que não inventem...

Agora dizem que, sem Marques Mendes, Jardim já tinha "ido". Sim, o Marques Mendes que veio cá três ou quatro anos atrás doar uma dose de carga eléctrica à Madeira, a troco de uns cobres.


* Limitação de mandatos dá choques - Conversas cruzadas na concorrida mesa da esplanada, hoje. O ambiente de fundo era evidentemente a greve geral. Com a crise agarrada. "Enquanto 'aquele' estiver acolá em cima, esta gaita não endireita", repetia pesadamente um professor de ginástica que perdeu o tacho num clube já praticamente fechado.
"E não foste tu a contribuir para que 'ele' continue agarrado à cadeira como lapa na rocha?"
E outro: "Ele continua acolá por culpa de Lisboa, pensem bem."
O debate alastrou. Um ex-emigrante revoltou-se contra Guterres que, se não tivesse perdoado a dívida à Madeira, "este daqui" já tinha "ido".
Outro "culpava" o 20 de Fevereiro: "Ele já estava com os pés para a cova e o temporal é que lhe trouxe uma lufada de oxigénio... Malditas enxurradas!"
Outro ainda: "Foi o Sócrates! Se não viesse aqui com os apoios, 'este' não conseguia fazer cantar um cego."
Até que chegou uma versão mais profunda: "Qual Guterres, qual Sócrates! Foi aquele Topo Gigio do Marques Mendes! Foi ele que pôs o PSD nacional a isentar o Jardim da limitação de mandatos. Se não fosse o Topo Gigio do Mendes 'este' já tinha ido à vida, isso sim!"
Um simpatizante laranja: "O homem diz que democracia é o povo escolher quem governa, e acho que ele não está muito errado. Um país democrático não pode impedir o povo de escolher o seu presidente, seja lá o tempo que for."
Contra-ataque: "Então o país não é democrático porque o Presidente da República e os presidentes de câmara têm limite de mandatos, não é assim?!
O da nova versão: "Foi o Marques Mendes que o fez alapar acolá em cima, para desgraça desta terra. E a prova disso é aquela série de painéis fotovoltaicos que o Topo Gigio foi autorizado a instalar no Caniçal. Havia empresários de cá interessados nessa iniciativa, mas os laranjas tinham um dever de gratidão com o Gigio Mendes... e deram-lhe o negócio. Ele alapou o 'outro' ali na Quinta Vigia e foi recompansado. Ganhou o negócio, depois vendeu-o e agora está muito descansado, com o lucro. Rendeu-lhe pôr o PSD na Assembleia da República a perpetuar o chefe desta tribo. Esse Topo Gigio!"
Confesso que nunca me chegara tão alucinada versão. Fingi que não ouvi nada.

* Bófia não vê o terrorismo - Tema ainda sobre a mesa: os atentados terroristas contra bens particulares. Um conviva disse estar sem esperança de que as investigações cheguem a qualquer resultado palpável, quando as pistas estão à vista de todos e passam pela JSD ou afins. Insurgia-se o mesmo conviva, num misto de ironia e aborrecimento: o mais alto responsável de uma polícia vive há três anos sem tirar férias para que não metam outro no seu lugar! O problema dos bófias é esse, o lugarzinho.
Alguém percebeu alguma coisa? Eu sim.

* Desligamento analógico ou da RTP-M? Falou-se de raspão no desligamento do sinal analógico de TV na Madeira, ocorrido ontem, seguindo-se que agora os utilizadores só dispõem do sinal digital TDT. Não faltaram os críticos ansiosos por desabafar raivas. Um deles perguntou se não seria possível aproveitar a embalagem para desligar também definitivamente a RTP-Madeira, mandando-a para o mofo da história bem atrelada ao analógico... ou pelo menos deixá-la fechada até que a transformem numa televisão.
Outro frequentador do café pegou na ideia para alargar projectos: depois do desligamento da autonomia, substituída pelo inflexível sinal centralista, por que não propor o desligamento do governo regional e da assembleia legislativa, para se poupar despesas e evitar ordinarices?
Não podia mais. Levantei-me e fui dar uma volta higiénica ao aterro.

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